O mercado de computadores pessoais continua em queda.
Vivaldo José Breternitz (*)
Segundo a IDC, empresa de inteligência de marketing que atua na área de tecnologia, no segundo trimestre de 2023 as vendas somaram 61,6 milhões de unidades, 13,4% a menos que no mesmo período de 2022, quando as unidades vendidas foram pouco mais de 71 milhões.
Essa queda marca o sexto trimestre consecutivo de contração. A IDC atribui esse declínio ao baixo índice de confiança do consumidora frente a um cenário de incertezas nos aspectos macroeconômico e político.
Os únicos fabricantes que relatam um pequeno aumento nas vendas ou níveis muito próximos aos do mesmo período do ano passado foram a Apple e a HP.
A Lenovo, que é a líder de venda dessas máquinas, vendeu 14,2 milhões delas, o que representa uma queda de 18,4%. A segunda colocada, a HP, vendeu de 13,4 milhões de desktops e laptops, a Dell ficou em terceiro lugar, com 10,3 milhões de máquinas vendidas, deixando a Apple em quarto lugar, com 5,3 milhões de dispositivos vendidos no trimestre, seguida pela Acer, que vendeu cerca de quatro milhões de computadores.
A IDC diz que as vendas e os hábitos dos consumidores estão voltando aos níveis pré-pandêmicos e que acredita, firmemente, que os consumidores cada vez mais preferem smartphones a PCs – durante a pandemia, muitos adquiriram PCs para trabalho home office.
Como os números do primeiro trimestre deste ano já haviam caído 29% em comparação com o mesmo trimestre de 2022, percebe-se que as perspectivas para essa linha de produtos não parecem boas; além disso, as demissões feitas por muitas grandes empresas e a chegada da inteligência artificial generativa tornam o cenário ainda mais confuso.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
