A US Steel foi fundada em 1901, tornando-se rapidamente uma gigante do ramo siderúrgico e um símbolo do poder dos Estados Unidos.
Vivaldo José Breternitz (*)
Dentre seus fundadores, estavam alguns dos maiores magnatas americanos, como Andrew Carnegie, Charles Schwab e J.P. Morgan; foi a primeira empresa do mundo a atingir o valor de um bilhão de dólares e tornando Carnegie a pessoa mais rica dos Estados Unidos na época.
Mas a empresa vem declinando gradualmente nas últimas décadas; em 1991, suas ações foram retiradas do Dow Jones Industrial Average, índice que mede a valorização das maiores empresas dos Estados Unidos – a US Steel esteve no grupo durante 90 anos. Em 2022, a empresa era a terceira maior siderúrgica do país, atrás das rivais Nucor e Cleveland-Cliffs.
Agora, a US Steel, está sendo adquirida pela japonesa Nippon Steel por US$ 14,9 bilhões – é interessante lembrar que em 2014 o então Facebook pagou US$ 16 bilhões pelo WhatsApp.
A Nippon Steel – quarta maior produtora de aço do mundo – se propõe a pagar esse valor em dinheiro, superando as ofertas das siderúrgicas americanas Cleveland-Cliffs e Nucor; esse valor representa um prêmio de 40% sobre o preço de fechamento das ações da US Steel na véspera da divulgação da oferta, um aumento de mais de 20% no preço desses papéis.
O fechamento do negócio, ao qual se opõem sindicalistas, ainda depende da aprovação de órgãos do governo americano. Alguns políticos também se opõem, como o senador pela Pensilvânia, John Fetterman, que disse que a aquisição da U.S. Steel por uma empresa estrangeira é “ultrajante”.
Por outro lado, o presidente da Nippon Steel, Eiji Hashimoto, disse que sua empresa “há muito admira a U.S Steel com profundo respeito por suas tecnologias avançadas, rica história e força de trabalho talentosa”. Afirmou também acreditar que em conjunto com os empregados da US Steel pode levar a empresa a patamares mais altos, também prometendo honrar os acordos já celebrados pela siderúrgica com seus funcionários.
Realmente, é o fim de um ciclo.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.