Como uma exceção no mar de notícias ruins acerca das big techs, a IBM obteve resultados que levaram a um bom aumento na cotação de suas ações.
Vivaldo José Breternitz (*)
Ao anunciar seus números do primeiro trimestre, a gigante da computação empresarial reiterou acreditar em crescimento de receitas entre 3% e 5% neste ano, em função dos bons resultados obtidos em suas áreas de software, consultoria e infraestrutura – esta última ficou um pouco abaixo das expectativas em função do lançamento, no ano passado, de uma nova geração de processadores; nessa área, porém, as vendas dos mainframes z15 foram muito boas.
Arvind Krishna, o indiano que é o CEO da IBM, disse que os bons resultados com vendas de software e consultoria aconteceram em função de estarem os clientes acelerando seus processos de transformação digital, modernização de aplicativos, automatização de fluxos de trabalho e criação de ambientes de nuvem híbrida.
A inteligência artificial, uma área na qual a empresa foi pioneira com o Watson, um sistema capaz de responder a perguntas feitas em linguagem natural, deve continuar sendo uma das prioridades da IBM; Krishna disse acreditar que a inteligência artificial adicionará US$ 16 trilhões à economia global até 2030 e que investimentos nessa área tendem a ter retorno mais rápido.
Krishna reiterou que o crescimento da receita e otimização do fluxo de caixa são as principais prioridades da empresa para o restante deste ano, mostrando uma postura bastante conservadora, válida nos tempos turbulentos que hoje vivemos.
A vocação da empresa, voltada ao atendimento de clientes corporativos, ajudou a evitar problemas como os que muitos fornecedores de produtos de consumo, smartphones, notebooks e similares, estão sofrendo – a IBM até agora não precisou fazer demissões em massa, como as que estão acontecendo em outras big terchs.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas