No final de seu governo, Donald Trump pressionou fortemente o TikTok, especialmente acusando o aplicativo de ser uma ferramenta de espionagem em favor da China.
Vivaldo José Breternitz (*)
Passadas as eleições, em que Trump foi derrotado, o assunto saiu das manchetes, voltando agora em função de declarações do diretor do FBI, Christopher Wray.
Falando ao Comitê de Investimentos Estrangeiros, que está analisando uma proposta de acordo para permitir que o TikTok continue operando nos Estados Unidos, proposta essa apresentada ainda no governo Trump, Wray expressou preocupações acerca de potenciais ameaças que o aplicativo traz à segurança nacional.
O diretor do FBI disse ao Comitê que o aplicativo, de propriedade de uma empresa chinesa, pode ser usado para coletar dados dos seus milhões de usuários e controlar o algoritmo de recomendações, influenciando o ambiente de negócios do país ao favorecer a China.
As declarações de Wray são compatíveis com o que disse Brendan Carr, dirigente da Comissão Federal de Comunicações, outro órgão do governo americano. Segundo Carr, o TikTok é perigoso pois funciona como uma ferramenta de vigilância sofisticada que coleta grande quantidade de dados pessoais e confidenciais.
A NASA não permite que astronautas americanos usem o TikTok, baseada em uma lei que proíbe a organização e seus membros de se relacionarem com companhias de propriedade chinesa.
Não está claro se o TikTok será efetivamente banido dos Estados Unidos ou se o acordo ora em discussão será aprovado, mas um porta-voz do Tik Tok disse que, embora a empresa não comente detalhes confidenciais das discussões que vem ocorrendo, está confiante no sentido de que a mesma poderá atender a todas as exigências que vierem a ser feitas no sentido de preservar a segurança nacional dos Estados Unidos.
Vale lembrar que o número de usuários do TikTok vem crescendo de maneira explosiva em todo o mundo, ao contrário do que acontece com aplicativos americanos, como o Facebook e o Instagram, e que esse aspecto da questão preocupa os governantes americanos.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.