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Tecnologia 31/07/2015

em Tecnologia
quinta-feira, 30 de julho de 2015

As dificuldades para utilizar a tecnologia dentro da sala de aula das escolas públicas brasileiras

Utilizar a tecnologia para auxiliar o ensino dentro da sala de aula já é visto como algo bom por 92% dos professores brasileiros

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Marcos Abellón (*)

Mesmo percentual, considera positiva a capacitação profissional para a aplicação dessas tecnologias em sala, segundo pesquisa realizada pela Fundação Lemann. De acordo com os dados divulgados, os professores, em sua maioria, consideram positivo o uso de recursos tecnológicos e defendem a formação para melhorar o trabalho em sala de aula. No entanto, a TIC Educação, divulgada em 2013 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil – entidade oficial que coordena serviços da web no país – mostrou que apenas 2% dos professores brasileiros usam a tecnologia como suporte em sala de aula.

O Brasil tem 190 mil escolas de ensino básico, das quais 150 mil são públicas. Já foi constatado que o número de computadores nas escolas públicas é insuficiente, além do que, eles costumam ser instalados em locais inadequados ao uso pedagógico e a conexão à internet tem baixa velocidade. De acordo com o Censo da Educação Básica de 2013, realizado anualmente pelo Ministério da Educação, 48% das unidades públicas ainda não têm computadores para uso discente; 50,3% têm acesso à internet e há um computador para cada 34 alunos. A banda larga está presente em 40,7% das unidades. Além disso, falta capacitação aos professores para usar pedagogicamente as tecnologias dentro da sala de aula.

Como já falei diversas vezes em outros artigos, acredito que para falar a mesma língua das crianças e adolescentes, os educadores precisam saber explorar o potencial dos novos recursos tecnológicos. Porém, os números mostram que a tecnologia ainda não faz parte da escola pública no país. Os principais obstáculos são o precário acesso a equipamentos e a falta de um olhar específico para a tecnologia nas políticas de formação de professores.

Existem escolas com infraestrutura básica extremamente ruim, sem energia elétrica, por exemplo, o que impossibilita o uso de aparelhos eletrônicos. Além disso, o uso das novas tecnologias no ensino ainda é pouco abordado nos cursos de pedagogia e licenciaturas. Apenas 44% dos professores entrevistados no estudo do Cetic.br cursaram alguma disciplina sobre uso do computador e internet na graduação.

Na tentativa de levar as tecnologias digitais para as escolas públicas, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) até criou projetos, como o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), que leva computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais às escolas, o projeto Um Computador por Aluno (UCA), que distribui netbooks para os estudantes e, mais recentemente, a distribuição de tablets para os professores do ensino médio. Para promover o acesso à internet há ainda o Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE) e outras ações, como o Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado), que orientam os educadores sobre o uso dessas tecnologias.

Os projetos podem até estar na direção certa, mas é fato que a qualidade e a quantidade de recursos para que eles alcancem bons resultados ainda são insuficientes. O governo federal reforça a necessidade das escolas estarem conectadas e das tecnologias pedagógicas serem disseminadas na rede pública de ensino. A ideia é boa, mas de nada vão adiantar bons projetos, se ainda faltam investimentos em infraestrutura e suporte técnico.

(*) É diretor geral da W5 Solutions que criou o Q2L – ferramenta multiplataforma de aprendizado, que utiliza conceitos de gamification para apresentar seu conteúdo ao aluno/jogador e tem disponível: os idiomas inglês e espanhol, além das disciplinas do Ensino Médio. Mais informações em: www.q2l.com.br.


Resource abre 75 vagas de trabalho no Brasil

O mercado de tecnologia da informação continua sendo uma boa exceção para a crise econômica que reduz postos de trabalho em todo o Brasil. A Resource IT Solutions está com 75 vagas abertas nas filiais de Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Itajaí (SC), Campinas e São Paulo (SP). A empresa é uma integradora líder em serviços de TI no país.
Boa parte dos postos de trabalho é voltada para desenvolvimento em Java, Net, analistas de sistemas com conhecimentos em produtos financeiros, mobile (iOS e Android), SAS e Business Intelligence (BI). Há ainda postos de Service Desk bilíngue, SAP HCM e PY, gestão de configuração e mudanças, desenvolvedor Salesforce, inovação (Big Data, cloud etc) e Power Center.
Entre os benefícios oferecidos estão plano de carreira, vale-refeição, assistência médica e odontológica, seguro de vida e outras políticas internas e programas de qualidade de vida. A empresa já foi citada em listas nacionais das melhores empresas para se trabalhar do Great Place to Work (GPTW).
A lista completa de vagas, com mais informações e descrições detalhadas, está no site da empresa: http://www.resource.com.br/vagas/. Interessados podem enviar currículo no mesmo endereço.


AVG alerta: ferramenta do Windows 10 pode gerar problema de privacidade

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O Windows 10 trouxe uma série de novos recursos e ferramentas para seus usuários, dentre eles o Wi-Fi Sense, projetado para facilitar a conexão com a Internet para Windows Phone. O problema, alertam os especialistas da AVG Technologies, empresa de segurança on-line de 202 milhões de usuários ativos, é que essa inovação pode expor os usuários e comprometer sua privacidade.
Conforme explicação na página da própria funcionalidade do Windows, o Wi-Fi Sense:
Possibilita conexão automática às redes abertas compartilhadas que ele (re)conhece;
Aceita termos de uma rede Wi-Fi de utilização em seu nome e fornece informações adicionais para as redes que requerem isso;
Permite ao usuário trocar o acesso à rede Wi-Fi protegida por uma senha com seus contatos para dar e ter acesso à Internet sem ter a acesso a senhas de outros usuários da rede de Wi-Fi.
“Apesar destas características serem potencialmente convenientes para o usuário, existe a preocupação com a segurança e privacidade. Ao acionar esta funcionalidade o aparelho se conecta automaticamente às redes Wi-Fi disponíveis. O problema é que nem todas as redes abertas estão seguras, podendo conectar outras pessoas deliberadamente mal-intencionadas. Acessando a Internet nesses locais o usuário pode ter seu tráfego interceptado por um cibercriminoso”, explica Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil.
Aceitar termos de uma rede Wi-Fi de utilização automática em seu nome também pode não ser a melhor escolha para o usuário, pois não se sabe se a página de destino é legítima ou criptografada.
Ao solicitar um endereço de email ou outras informações pessoais para validação, o sistema dá uma chance de avaliação da confiabilidade de um provedor, mas o Wi-Fi Sense aparentemente disponibiliza os dados do usuário para qualquer rede que solicita, podendo causar um problema de privacidade.
O último recurso, por sua vez, partilha senhas de Wi-Fi com os contatos do usuário, o que é um pouco menos preocupante, mas ainda depende da total confiança nas pessoas que integram essa lista de contatos. Em combinação com as outras duas características, ao receber uma senha de rede a partir de um contato, o usuário poderia se conectar automaticamente a uma rede de pessoas mal-intencionadas e potencialmente entrar em risco (www.avgbrasil.com.br).

Por que as pessoas usam o celular e redes sociais de forma excessiva?

Eduardo Guedes (*)

Não faz muito tempo, para falar com alguém precisaríamos ligar para o telefone fixo da pessoa

Conhecíamos as vozes dos pais, irmãos, filhos, marido ou esposa. Tínhamos uma certa disciplina e normas de etiqueta social, pois telefonar muito tarde para a casa de alguém significaria, possivelmente, acordar a sua família inteira. Tínhamos também um certo planejamento, pois marcar um encontro no final de semana exigia pontualidade no horário e local previamente acordado.
O mundo evolui. E evoluiu rápido, felizmente. O telefone fixo, que antes era patrimônio declarado no imposto de renda, deixou de ser a estrela da casa. Cada membro da família ganhou o seu telefone particular. Na verdade, mais do que isso, receberam poderosos computadores de bolso que funcionam como tocadores de músicas, despertador, e-mail, GPS, mensagens instantâneas, câmera fotográfica, gravador, entre milhares de outras funções.
Sem dúvida, não podemos negar os benefícios que o avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICS) produziram e produzem. Desde as tecnologias mais antigas, como a pintura rupestre, o propósito original sempre foi otimizar o tempo, encurtar distâncias ou nutrir as relações humanas. Através do Waze,você consegue escolher as melhores rotas, fugir do transito e otimizar o seu tempo; com o WhatsApp, você compartilha momentos com fotos e emoticons enviados para a sua esposa e filhos; e através das redes sociais se comunica com pessoas distantes com quem não falaria normalmente no dia a dia.
O curioso é que estas mesmas tecnologias que aproximam pessoas distantes, se mal utilizadas, também distanciam pessoas próximas, prejudicam o tempo e servem como gatilho de problemas relacionais. Na verdade, o problema não é a tecnologia em si, ou o tempo que você dedica, mas sim o uso abusivo e a forma com que se relaciona com a tecnologia. A esposa que briga com o marido pela mensagem que foi lida masnão foi respondida naquele mesmo instante; a família que mal conversa entre si durante os almoços de domingo, pois cada um prefere ficar mergulhado no mundo particular de seus dispositivos e apps; e as horas de sono perdidas em navegações intermináveis madrugada adentro no mural do Facebook.
O mundo das tecnologias é mesmo muito convidativo, benéfico e transformador, mas pode se tornar um universo raso, de muitas interações e pouca profundidade e, também , palco de fuga ou idealizações.
Assim como aconteceu com a chegada do jornal, o rádio e a televisão, a internet está atualmente transformando o hábito da sociedade. Em paralelo a vida real há uma sociedade virtual, movida por meio das novas tecnologias. Em função disso, as pessoas também estão vivendo vidas paralelas: uma real e uma virtual. Através da internet, elas adicionam novos amigos, namoram, compram, trabalham, ganham dinheiro, pesquisam, estudam, escrevem mensagens no lugar de bilhetes ou cartas. O problema é que muitos agem como se tivessem de fato duas personalidades, o que na verdade é uma ilusão. A vida virtual é uma extensão da vida real e não um substituto ou uma alternativa.
O mecanismo do prazer, vivenciado através de redes sociais, estimula uma determinada área do cérebro conhecida como córtex cerebral e ativa um sistema de recompensa equivalente a se alimentar, dormir, praticar sexo, ganhar dinheiro etc. O uso abusivo destas tecnologias ativa o mesmo sistema neurobiológico, estimulado no consumo de álcool e drogas, liberando no corpo substâncias como a dopamina, que geram uma sensação de prazer. Entretanto, na prática, o usuário abusivo começa a, lentamente, substituir as relações na vida real pelo mundo virtual e passa a ter um comportamento repetitivo em busca das mesmas sensações de prazer vivenciadas anteriormente.
Em outras palavras: falar de si mesmo gera prazer. Nas conversas normais uma pessoa usa em torno de 30% do tempo para falar de si próprio. Nas redes sociais este indicador sobe para 90%, com possibilidade de um feedback instantâneo, pois muitas pessoas curtem ou comentam a foto ou a mensagem publicada. Entretanto, pesquisas indicam que, mais da metade dos usuários ativos de redes sociais se consideram mais infelizes do que os seus amigos virtuais, pois substituem as relações na vida real pelo mundo virtual e vivem uma história editada, que não conseguem sustentar no dia a dia. No Facebook e Instagram, não existe crise financeira nem problemas conjugais, todos têm dinheiro, o emprego dos sonhos, o casamento perfeito, viagens maravilhosas, etc.
Vivemos realmente tempos barulhentos. Nossa cultura ensina que é preciso produzir sempre mais como indicador de sucesso ou felicidade. Dentro deste contexto, precisamos postar e compartilhar numa tentativa de gritar ao mundo o desejo de pertencimento e alimentar a satisfação do próprio ego. Nos casos mais graves, as redes sociais passam a ser um palco sombrio de fuga ou idealização, em uma peça de teatro inventada mas que sempre terá plateia cheia.

(*) É membro do Instituto Delete, pesquisador do Instituto de Psiquiatria da UFRJ e especialista sobre o impacto das redes sociais no comportamento humano.