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Tecnologia 21 a 23/10/2017

em Tecnologia
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
ringtone temproario

Quem se lembra dos ringtones?

Dos toques de celular aos chatbots, trajetória do mercado mobile se confunde com história empreendedora da Take

ringtone temproario

Daniel Costa (*)

Se você tem mais de 30 anos com certeza lembra do celular Nokia 6120. Foi nesse modelo, em fevereiro de 2001, que realizamos a primeira venda de ringtone no Brasil. Para ser ainda mais saudoso, foi um sucesso do Jota Quest. Revirando “nosso baú” também encontramos muitos outros projetos inovadores ao longo desta jornada – Tim Music Store, Vivo Chat, Vivo Dieta e o SMS a cobrar.

Estou relembrando estes fatos porque a Take está comemorando em 2017 sua maioridade. Nestes 18 anos, foram nada menos que 350 empresas integradas à plataforma e uma gama de serviços já utilizados ou ainda rodando em metade dos celulares ativos no Brasil.

Nossa história se confunde com a própria trajetória da internet e do mobile no país. Vivenciamos as privatizações e consolidação das teles no final da década de 1990. E colaboramos com as grandes precursoras da inovação e tecnologia no Brasil de forma escalável: as operadoras de telefonia celular.

Criamos a Take em 1999 – Eu, Roberto Costa, Marcelo Costa, Antônio Oliveira, Sérgio Passos e André Minelli. Foi o início do mercado de valor agregado na América Latina. Pioneiros, inicialmente desenvolvemos a plataforma para as operadoras enviarem mensagens em forma de serviços, como no caso dos ringtones.

“Envie o nome da música para 49810 e receba seu ringtone”.

Ao invés de operar como nossos concorrentes, que possibilitavam o acesso aos serviços através de códigos numéricos fixos, as pessoas puderam iniciar uma “conversa” ao pedir o nome da música usando sua própria linguagem do dia a dia. Tínhamos uma solução completa de tecnologia e negócios, desde as interfaces de compra no celular e internet, às integrações com os sistemas das operadoras, módulos de interface para callcenters, transformação das músicas em arquivos digitais para diversos formatos, até o “clearing” de copyrights. Ou seja, já tínhamos a visão de “orquestração de plataformas” e modelos de negócios avançados para época, como o de compartilhamento de receitas.

As “musiquinhas” de celular não eram algo trivial e foram bastante rentáveis para vários stakeholders deste mercado.
Nesse período, chegamos realizar num único dia, mais de 250 mil downloads e registramos mais de 67 milhões de downloads de toques musicais em apenas um ano, sendo os maiores pagadores de direitos autorais do Brasil por um bom tempo. Lembrando ainda que, até 2002, o Brasil tinha menos de 70 milhões de números únicos; atualmente contamos com mais 250 milhões.

Essa mensagem representou uma revolução para telefonia e alavancou nossos negócios na primeira metade dos anos 2000. De 2001 a 2005, registramos uma taxa de crescimento de 240% ao ano. Esse sucesso veloz chamou a atenção de vários players pelo mundo e em 2005, após sete tentativas, o grupo japonês Faith, comprou a empresa. Um dos mais bem-sucedidos cases de M&A de tecnologia do Brasil à época.

Nos três anos seguintes o mercado passou por mudanças tecnológicas (principalmente com o surgimento do MP3), viu a padronização dos celulares (que permitiu facilmente configurar as músicas como toque) e um novo modelo de negócio das gravadoras (que começaram a cobrar 25% dos direitos da venda de ringtones). Esses fatores permitiram que recomprássemos a empresa em 2008, nos motivando a voltar com gás total para um novo momento da companhia.

Investimento em SMS e a revolução do chatbot
Reassumimos a Take e nosso espírito empreendedor nos mostrou que precisávamos investir em SMS. Tivemos muitos cases de sucesso e inovamos disponibilizando um conteúdo diferenciado via mensagem de texto. Entre 2010 e 2013, fizemos a empresa crescer a cerca de 35% ao ano.

Em 2014 fizemos uma análise profunda e percebemos que o SMS estava sendo muito impactado por aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Naquela época, já sabíamos que o SMS não deixaria de existir tão cedo, mas iria ter uma queda e precisávamos inovar mais uma vez.

Foi nesse momento que demos um outro grande passo na Take, entre 2015 e 2016, com o lançamento da nova solução: o BLiP, focado em chatbots – sistemas de comunicação automatizada dentro de aplicativos de mensagens.

A plataforma permite que empresas criem contatos inteligentes (chatbots): canais de atendimento, vendas, cobranças e conteúdo em vários aplicativos de mensagens – Facebook Messenger, Skype, Telegram, e-mail e SMS. (Vale lembrar que o WhatsApp não está disponível ainda para esse tipo de tecnologia, mas tudo indica que a plataforma deverá ser aberta em breve).

Mais uma vez saímos na frente no mercado brasileiro e, com isso, conseguimos construir excelentes cases – Localiza, Casas Bahia, Banco Cetelem, CEMIG e algumas outras empresas adotaram nossas soluções de chatbot. Ainda estamos evangelizando o mercado quanto aos bots, mas crescer perto dos 250% ao ano pode se tornar realidade dada nossa expertise nas áreas de integração de sistemas e comunicação.

As plataformas de mensageria agora são ainda mais escaláveis e tem presença mundial. A Take tem novas parcerias globais, entre elas o Facebook, e é citada até em seus eventos oficiais no Vale do Silício.
Nesses 18 anos, sempre acreditamos que a experiência do usuário é mais importante do que a tecnologia. Nesta direção, as empresas precisam compreender a relevância do conceito do contato inteligente e se preparar para entregar uma comunicação adequada, capaz de gerar engajamento com seus consumidores.

As pessoas querem falar com as empresas assim como enviam mensagens para seus amigos. Esta é a melhor definição de como estamos tornando tangível a Transformação Digital dentro das empresas.

(*) É co-fundador e Chairman da Take, empresa pioneira no mercado mobile e criadora da plataforma BLiP, que permite desenvolver chatbots.

Liga AutoTech: conheça as 8 startups selecionadas para a segunda turma de aceleração

A Liga Ventures – aceleradora que gera negócios entre startups e grandes empresas – acaba de anunciar a lista com os 8 escolhidos para participar do segundo ciclo de aceleração da Liga AutoTech – programa de aceleração que vai conectar grandes corporações das áreas automotiva, logística e mobilidade a startups que estão inovando no setor. Com participação de empresas como Mercedes-benz, Sascar, Eaton, Ticket-Log e Webmotors, o programa tem como principal objetivo permitir que as startups selecionadas estejam aptas a fazer negócio com as corporações parceiras.
A Liga AutoTech recebeu mais de 280 inscrições, que passaram por três etapas de seleção: triagem dos inscritos, entrevista e apresentação de negócios para uma plateia repleta de profissionais renomados. Os empreendedores trouxeram propostas de diversos temas de interesse, como serviços financeiros, tecnologia para logística, aplicativo para melhorar a mobilidade, gestão de frota, entre outros.
De acordo com Rogério Tamassia, CEO da Liga Ventures, o programa trará novas possibilidades de inovação e negócio para os setores envolvidos. “O foco da Liga AutoTech são áreas essenciais para o crescimento do país, o programa gera uma oportunidade de transformar o setor de transporte, logística, mobilidade e a indústria automobilística brasileira”, conta.
Programa de aceleração
As startups escolhidas serão aceleradas durante quatro meses e terão orientações com executivos do setor e com a rede de mentores da Liga Ventures, além de terem a oportunidade de gerar novos negócios com parceiros e investidores. Nenhuma contrapartida em participação societária ou propriedade intelectual é exigida das startups aceleradas.
“Percebemos que há uma grande espaço entre as startups e as grandes empresas e é exatamente onde entram nossos programas de aceleração, como a Liga AutoTech, que busca unir grandes e pequenos permitindo que os negócios saiam com mais agilidade, mas de maneira controlada – com o acompanhamento e apoio da equipe de gestores de aceleração e também da nossa rede de mentores”, explica Tamassia.
Para Adriano Maskalenkas, gerente de inovação e desenvolvimento de negócios da Ticket Log, a troca de expertises com as startups é fundamental para as grandes corporações se reinventarem. “Ter uma startup dentro da empresa, verificar tendências, andar junto com jovens idealizadores é importante para o desenvolvimento de qualquer negócio. A Liga AutoTech foi um presente para nós”.
Conheça as startups que farão parte da Liga AutoTech:
Das 283 startups inscritas, foram selecionadas 8 inovações que possuem sinergia com as corporações parceiras. Veja a lista:
EasyCredito – www.easycreito.me
O EasyCrédito é uma Fintech que conecta pessoas que dispõem de pouco acesso a serviços financeiros com empresas que oferecem empréstimos, financiamentos e cartões.
FlowSense – www.flowsense.com.br
A Flowsense é uma startup de inteligência de mercado e big data. Por meio de suas soluções, as empresas podem explorar todo o potencial do volume de dados de localização gerados por usuários de aplicativos e transformá-lo em estratégias eficientes para comunicação, vendas, marketing e expansão do negócio.
Jettasoft – www.jettasoft.com.br
JettaCargo é um software desenvolvido pela Jettasoft para otimizar o uso de espaços de carga, gerando economia de espaço e portanto de recursos e potencializando, por exemplo, transportar mais mercadorias sem aumentar a frota.
Livetrack – www.livetrack.com.br
Livetrack é uma startup focada no desenvolvimento de soluções de tecnologia para a cadeia logística. Sua missão é aumentar a conectividade e a eficiência dos processos logísticos com tecnologia.
MoObie – www.moobie.com.br
A Moobie é uma plataforma que conecta quem tem um carro com quem precisa de um temporariamente. Os parceiros podem ganhar uma renda extra alugando seu carro para usuários da plataforma.
Nexxer – www.nexxer.com.br
Por meio de um dispositivo IoT de fácil instalação no veículo, permitem que o condutor visualize em seu smartphone dados sobre manutenção, segurança e economia de combustível. A partir dessas informações, os algoritmos de inteligência conseguem prever a ocorrência de problemas no veículo, permitindo às concessionárias antecipar as necessidades de seus clientes e oferecer-lhes um serviço de atendimento VIP.
Sofit – www.sofit4.com.br
A Sofit desenvolve tecnologias que apoia os gestores de frotas na estruturação e controle destes processos, identificando oportunidades de redução de custos e acelerando a profissionalização do setor.
SUIV – www.suiv.com.br
O Banco de Dados Automotivo para a criação de um padrão de dados automotivo. Através da simples digitação da placa o SUIV disponibiliza o Catálogo de peças Genuínas, os códigos de peças originais devidamente associados ao respectivo PartNumber, a ficha técnica veicular padrão DENATRAN e o preço público sugerido.

ERPs serão principal canal de distribuição para os bancos

Carlos Cera (*)

Não importa o ramo do negócio, ter o controle sobre as finanças é um dos segredos do sucesso de qualquer pequena ou média empresa

E não é de hoje que os softwares de gestão, os chamados ERPs, fazem parte do dia a dia dos empreendedores. Controlar as despesas, os recebimentos, o fluxo de caixa, são práticas essenciais para qualquer administrador, e fazer isso atualmente sem a ajuda de um sistema significa perda de tempo e competitividade.
Muita coisa mudou desde que os primeiros ERPs surgiram dentro das grandes indústrias, nos anos 70. E pode-se dizer que uma das grandes revoluções começou há alguns anos, com o surgimento das plataformas em nuvem, que passaram a ser comercializadas na modalidade de software como serviço e democratizaram o acesso a este tipo de ferramenta, deixando de lado os altos custos de implantação, servidores, etc.
Agora, em pleno 2017, o crescente movimento das fintechs vem levando este mercado a uma nova revolução: os softwares de gestão estão se tornando “bancos”.
A criação das contas digitais, como o recém-lançado PJ Bank, a evolução das chamadas APIs – que permitem a integração de diferentes tecnologias – e o movimento das grandes instituições bancárias em direção ao chamado “Open Banking” já indicavam que isso se tornaria uma realidade em breve. A morosidade das agências bancárias e burocracias que interferem na relação da pequena empresa com seu banco não condizem com a realidade atual, onde o uso de aplicativos e tecnologias online representam ganhos gigantes de produtividade no dia a dia do empresário.
As próximas contas de pessoas físicas não serão abertas em uma agência bancária e sim por um aplicativo de celular. Mas para empresas, isso não faz o menor sentido. Em um futuro próximo, as empresas irão abrir conta diretamente do sistema de gestão. E farão todas as operações dentro da plataforma, que é onde todo o resto da operação acontece.
Para os bancos e contas digitais, estar integrado ao ERP significa estar mais presente no dia a dia dos gestores das empresas, aumentando seus ganhos ao oferecer serviços sob medida e reduzindo custos com infraestrutura própria. Para os fornecedores de software de gestão, estar conectado a um banco permite aumentar os ganhos, já que serão remunerados pelas transações efetuadas. Ao mesmo tempo irão proporcionar mais produtividade aos clientes, que poderão fazer todas as operações bancárias no próprio sistema, sem a necessidade de acessarem as plataformas dos bancos tradicionais.
Mas não há dúvida de que o grande beneficiado por esta nova revolução é a pequena e média empresa. Há pouco tempo, qual gestor imaginaria ser possível ver seu extrato dentro do próprio ERP, ou que fazer conciliação bancária seria coisa do passado, porque tudo é feito de forma automática?
Provavelmente não passou pela cabeça do mesmo gestor que sua empresa poderia ter cartões corporativos ilimitados, e que o funcionário que o utiliza tiraria uma foto de uma nota fiscal para reembolso e a mesma seria contabilizada automaticamente no sistema de gestão. Esses e outros recursos já são uma realidade que só é possível graças à integração de ERPs com bancos e contas digitais, como o PJBank.
Em um futuro próximo, a tendência é que banco e sistema de gestão sejam cada vez mais um só e um software de gestão transferirá dinheiro para outro. Neste cenário, caberá aos bancos oferecer suas estrutura tecnológicas para que as transações se concretizem, deixando que o ERP seja a interface com o usuário.
Vivemos na era da revolução digital e a transformação de sistema de gestão será uma parte importante desse processo no que diz respeito às pequenas e médias empresas. E, acredite, os ganhos para todos os envolvidos são incalculáveis.

(*) É CEO da Superlógica, um ERP para empresas de serviço recorrente, e do PJBank, primeira conta digital voltada à pequena e média empresa.