167 views 14 mins

Tecnologia 20/10/2015

em Tecnologia
segunda-feira, 19 de outubro de 2015

As pessoas estão conectadas. E as marcas?

Visão, audição, conexão, tato, olfato e paladar. A conexão é um novo sentido

adnews temproario

Anderson Criativo (*)

Pode até parecer exagero atribuir à conexão um status de sentido, afinal ela não é um sentido que podemos experimentar somente com nossos órgãos biológicos. Essa dúvida logo se dissipa ao olhar para os lados em um local público, seja um parque, transporte público ou elevador. Parece que ninguém mais consegue se desconectar. Exagero?

Parece realmente exagero quando pensamos somente pelo aspecto tecnológico, algo como “esse pessoal não consegue mais ficar longe do celular”, mas o ponto não é esse. A necessidade de conexão é nativa do ser humano que, em sua grande maioria, escolhe viver cercado de gente, trocando experiências, emoções, convívio. Claro que os 0,000000000001% que preferem uma vida de isolamento também fazem parte desse mundo, mas estão longe de ser a maioria.

Duas tecnologias ajudaram o ser humano a transformar essa necessidade em um hábito: as redes sociais e os dispositivos móveis, principalmente os smartphones. As redes sociais possibilitaram que nós conseguíssemos encontrar amigos antigos, nos conectar a potenciais clientes e fazer novas amizades com interesses parecidos com os nossos. Como complemento, os smartphones possibilitaram que essas redes sociais fossem parar em nossos bolsos e bolsas, acessíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana e ninguém mais conseguiu viver sem isso.

Esse desejo de estar conectado não é tão fútil quanto alguns podem imaginar. As pessoas compartilham coisas que fazem sentido para elas e para a sua rede de relacionamento. Se elas são fúteis, compartilharão coisas fúteis; se são geniais, compartilharão coisas geniais. Isso não depende da tecnologia, que é apenas o meio, mas sim das pessoas que usam essas tecnologias como um reflexo do que são. Manter-se conectado tem um grau de importância cada vez maior.

Pessoas conectadas são o grande desafio do marketing e da comunicação na atualidade. Não basta que a sua comunicação impacte alguém, ela precisa ser compartilhada por uma pessoa conectada para ganhar escala. Se por R$1 você impacta uma pessoa, mas pelo mesmo valor você consegue fazer com que uma pessoa compartilhe isso para os seus 50 contatos no whatsapp ou 300 amigos nas redes sociais, fica claro que para se destacar nesse novo cenário é necessário criar conteúdo compartilhável, entendendo que o papel das mídias é secundário. Em resumo: influenciar as pessoas conectadas para que elas façam o trabalho para você.

Mas por qual motivo as pessoas precisam compartilhar coisas? Resposta: porque elas precisam influenciar continuamente as suas redes, senão a influência delas diminui. Quem não é visto, é esquecido. Compartilhamento constrói imagem e provoca reações, reforçando a ideia de pessoa informada, politizada, cool, engraçada, ácida, enfim, qualquer que seja o objetivo da construção da marca pessoal, que nunca para.

Não é fácil saber o que pode ser interessante a ponto de gerar compartilhamentos. Por isso que empresas de mídia de vanguarda como o BuzzFeed, The Verge e Mashable deixaram a intuição de lado e desenvolveram sistemas complexos que analisam em tempo real o nível de “viralidade” de um conteúdo, antes mesmo do redator clicar no botão publicar. Toda essa tecnologia tem uma função clara: ampliar o alcance dos seus conteúdos e, consequentemente, faturar mais. Hoje todas essas empresas valem muitos milhões de dólares e já começam, inclusive, a ofertar soluções tecnológicas de comunicação para grandes marcas.

A maioria das marcas ainda não percebeu essa mudança de contexto onde as “mídias” mais importantes são as pessoas conectadas e a grande moeda não é a atenção, mas o compartilhamento. Obter a atenção das pessoas não basta, é preciso que quem seja conectado queira compartilhar sua mensagem. É isso que fará a sua mensagem ganhar escala e o seu investimento em marketing e comunicação render mais.

As pessoas já estão conectadas. Chegou a hora das marcas se conectarem também.

(*) É sócio da NeelKeen, integradora especializada em projetos de comunicação para a Geração Conectada. Em paralelo, organiza desde 2010 alguns dos mais influentes eventos ligados a internet e empreendedorismo do Brasil como: Social Media Day, The Next Web Conference, CASE 2014 e QPrize.
www.neelkeen.com.


Comércio online descobre self storage como alternativa para armazenar estoques

2 temproario

O empreendedor Fabio Alexandre do Nascimento, proprietário da Madeira Usada, marcenaria focada na produção de itens de decoração com materiais reutilizados, encontrou uma solução diferente para reduzir os custos da sua operação. Ele armazena os itens que produz em um self storage em São Paulo e usa o local como entreposto para os clientes retirarem os produtos adquiridos pelo e-commerce.
“Desde que comecei a usar o self storage minhas vendas aumentaram 15%”, diz Fábio. Segundo ele, sua oficina é pequena, fica no interior e o local frequentemente fica sujo porque é onde as peças são feitas, inviabilizando que a visita dos clientes. Fabio reserva um dia na semana para receber os potenciais clientes e entregar as mercadorias pessoalmente na GoodStorage Anhembi. Ele, que já modificou o contrato para locar um espaço maior, pensa ainda em ter um box em outra unidade o que diversificaria os pontos de entrega.
Fábio não é o único a aproveitar as vantagens desta solução. No Brasil são mais de 100 empresas, segundo a Associação Brasileira de Self Storage (Asbrass) e o segmento cresce em torno de 5% ao ano no Brasil. O faturamento em 2014 foi de R$ 120 milhões em comparação com R$ 85 milhões em 2013.
Para ter uma ideia da economia, um box de 1 m2 pode ser locado a partir de R$ 74,00 enquanto que o metro quadrado de um aluguel comercial custa em média R$125,00. “No nosso valor mensal já estão incluídos custos de luz, água e segurança. O cliente não precisar arcar com condomínio, IPTU, taxas municipais e ainda tem um espaço agradável com estacionamento e Wi-Fi para receber clientes o que aumenta a economia para o empresário”, diz Thiago Cordeiro, presidente da GoodStorage.
O self storage consiste em locar um espaço para que o cliente possa guardar tudo o que não cabe na própria casa ou escritório. Tendência global, os serviços de self storage se espalham por diversos países, e chegaram ao Brasil com força nos últimos anos. Só nos Estados Unidos, o segmento gerou US$ 24 bilhões ao longo de 2013, segundo a Self Storage Association (SSA) e o país reúne mais de 52 mil empresas voltadas para esse negócio.
Na Europa, o self storage teve início nos anos 90. Só o Reino Unido concentra 20% das 2 mil instalações existentes em solo europeu, segundo a Federation of European Self Storage (Fedessa).

Essa é a hora de capacitar

Ingo Pelikan (*)

Quando temos mercado aquecido ou demanda forte, treinamento se torna palavra de ordem, embora normalmente seja uma prática tardia porque se perde a oportunidade de estar na frente já nesse momento de alta

Da mesma forma, em períodos de retração econômica, as empresas buscam rapidamente se adequar à realidade, orientadas logicamente por questões financeiras. A preocupação primeira é a sobrevivência, o que não deixa de ser compreensível.
Essa não é uma característica exclusiva da indústria brasileira, mas fato é que muitos casos de sucesso são justamente de empresas que souberam melhor aproveitar os momentos de instabilidade, como esse que vivemos agora. Em outras palavras, as crises são períodos de grande dificuldade, sim, mas também são um mar de oportunidades para se reorganizar, pensar diferente e criar coisas novas.
São dois os principais fatores para investir na capacitação das equipes. Um deles é a disponibilidade de tempo. Com demandas mais baixas, há tendência natural de ociosidade da mão de obra. Em vez de conceder licenças remuneradas ou férias coletivas, entre outros artifícios para compensar o excesso de pessoal, uma alternativa é aproveitar as horas disponíveis para reforçar o conhecimento.
Como forma de capacitar sem onerar demais o caixa, boa parte das empresas já pratica o chamado treinamento on the job. Usa conhecimentos próprios para multiplicar o saber. Outra possibilidade é conciliar a demanda real com o que se oferece no mercado. Com uma pesquisa mais apurada e um planejamento mais antecipado, provavelmente surgirão boas oportunidades. Neste sentido, o próprio IQA oferece uma gama de cursos para qualidade, inclusive data extra conforme a necessidade do cliente.
Outro aspecto, agora técnico, é a necessidade de revisar os processos produtivos e operacionais, o que também requer treinamentos, para que as pessoas estejam melhor preparadas para vencer as dificuldades de agora e crescer quando houver a retomada. Importante lembrar que normalmente temos retomadas com aumento de capacidade, mas precisamos voltar a crescer com ganhos de produtividade.
Para isso, devemos agir agora. O conhecimento é a base da inovação. Quanto mais conhecimento houver, mais possibilidades de explorar estudos e pesquisas que vão gerar a inovação adequada. Obviamente, a inovação não está amarrada somente ao conhecimento, que ainda precisa estar alinhado com a inspiração, o faro para o novo, a percepção do que é importante.
É na verdadeira necessidade que se tende a realmente crescer em criatividade e buscar o novo. Com o uso de treinamentos, o tempo de resposta à situação de crise e mudança se torna muito mais rápida e menos conturbada. Mas para gerar resultados, é fundamental que a capacitação tenha objetivos estratégicos claros e esteja vinculada com os planejamentos das empresas.
Com treinamento, a motivação das equipes também é outra porque normalmente, em momentos de instabilidade, a motivação cai em razão do clima de insegurança, o que bloqueia as novas ideias. Capacitar as pessoas gera credibilidade e confiança e, por consequência, motivação diferenciada para se buscar algo melhor e estar preparado.
Avalia-se muito o custo da qualidade quando se deveria analisar o custo da não qualidade para saber o quanto se precisa investir para ter melhor resultado. Para os treinamentos, o ideal mesmo seria um planejamento constante porque se a capacitação estiver incorporada na organização como fato rotineiro contará com maior facilidade para a obtenção de recursos e independerá do momento de crise.

(*) É presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva.