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Tecnologia 19/01/2016

em Tecnologia
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Cinco maneiras como a nuvem pode ajudar o crescimento de sua PME

Pesquisa mostram que pequenas e médias empresas se tornam mais produtivas usando cloud computing

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Lisandro Sciutto (*)

Parece que tudo o que ouvimos hoje tem a ver com a migração para a nuvem, principalmente em grandes corporações. Porém, pouco se fala sobre os benefícios que as pequenas e médias empresas podem ter com a adoção da cloud, que são muitos. Na verdade, as PMEs têm mais a ganhar com esse tipo de implantação, e realmente correm o risco de ficar para trás se não migrarem para a nuvem.

Um estudo da Deloitte mostrou, por exemplo, que as PMEs que utilizam um maior número de serviços em nuvem cresceram 26% mais rápido do que as que não usam essas ferramentas, e são aproximadamente 21% mais rentáveis.

Em geral as pequenas e médias empresas trabalham com orçamentos menores e têm menos funcionários do que as grandes organizações. Nesse sentido, migrar para a nuvem garante economia de tempo e dinheiro, o que é fundamental para o sucesso, pois não há necessidade de se preocupar com a manutenção dos sistemas, das soluções ou do hardware; basta escolher o provedor certo e ele se encarregará de tudo.

E os benefícios não terminam aí. Abaixo indicamos cinco maneiras de como a implementação na nuvem pode ajudar as empresas a alcançarem mais flexibilidade e a estarem melhor preparadas para o crescimento.

1. Pay-per-use
A implementação na nuvem requer um gasto inicial mínimo em hardware e software. Além disso, só se paga pelo recurso usado, eliminando a necessidade de grandes investimentos para armazenar e gerenciar dados em um servidor próprio. Tudo isso significa que você gasta menos em infraestrutura tecnológica, podendo focar no crescimento da empresa.

2. Redução da equipe de TI
A equipe de TI não terá que passar o dia inteiro atualizando servidores, substituindo componentes de hardware ou gerenciando updates de softwares, e poderá concentrar seu tempo em tarefas críticas para o negócio. Neste cenário, o provedor de nuvem é o parceiro de TI, uma extensão das empresas, o que aumenta essencialmente o alcance sem a necessidade de contratar novas pessoas ou adquirir equipamentos caros.

3. Economia em escala
Não há como negar o valor das economias em escala e migrar para uma solução baseada em nuvem não é diferente. Vários usuários podem acessar os recursos ao mesmo tempo – dessa forma a produtividade individual é otimizada e pode-se obter melhores resultados gastando menos. E com a funcionalidade de autoescalonamento, você pode antecipar as alterações na demanda dos usuários, para assegurar o hardware e o software necessários no momento exato – nem antes, nem depois.

4. Mobilidade
Os avanços tecnológicos trazidos pela computação em nuvem provavelmente causarão o principal impacto nas PMEs. Para fazer negócios em um ambiente baseado em nuvem, tudo o que é preciso é ter acesso à internet – você pode trabalhar usando o dispositivo que for, onde quer que esteja. A mobilidade permite que os executivos tomem decisões críticas com base em dados em tempo real. E a equipe de trabalho possui as ferramentas necessárias para colaborar com os colegas.

5. Fácil utilização
Uma das principais vantagens de migrar para a nuvem é sua facilidade de uso. Há menos upgrades para gerir, e não há necessidade de resolver problemas de hardware ou software. O provedor de nuvem vai se encarregar disso, para que a empresa possa se concentrar no mais importante: chegar mais rápido ao mercado e, consequentemente, aumentar seu crescimento.

Os benefícios da flexibilidade, escalabilidade e agilidade inerentes às soluções baseadas em nuvem não podem ser ignorados, especialmente com relação às PMEs. Com implementações na nuvem você paga pelo que usa e pode se adaptar facilmente a uma demanda maior ou menor, além de reduzir os custos com tecnologia, conseguir uma força de trabalho mais produtiva e, finalmente, manter um nível de competitividade maior comparativamente à tecnologia on premise. Enfim, é hora de migrar para a nuvem.

(*) É diretor de produtos para a Infor LATAM.

A redescoberta da segurança no endpoint

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A segurança no endpoint está passando por um renascimento com uma série de novos produtos e serviços que apostam em uma abordagem diferente, deixando de lado o foco em antivírus e firewalls e enfatizando táticas mais pragmáticas, focadas em detecção e resposta nos dispositivos dos usuários.
Grandes empresas reconhecidas pela qualidade de suas soluções “tradicionais” de segurança nos endpoints, porém, não estão ficando para trás. Gigantes como a Symantec logo devem apresentar suas próprias ofertas de proteção de endpoint adotando uma abordagem de detecção e resposta a incidentes. Outras organizações, como Cisco, RSA Security e Palo Alto Networks também têm se atualizado, principalmente, por meio de parcerias com startups promissoras especializadas na segurança de endpoints.
Endpoints ainda são um alvo importante
Os endpoints ainda são umas das principais escolhas dos hackers para invadir redes corporativas. As ferramentas de detecção e resposta a incidentes levam vantagem por conseguir captar e armazenar informações e usá-las para responder e mitigar incidentes futuros. Elas trabalham detectando bugs não corrigidos e eventos suspeitos no endpoint, para isolar, investigar e remediar a situação. Depois, compartilham a inteligência do ataque com o resto da rede, caso o evento tenha sido bem sucedido em contornar o sistema.
Assim, além de detectar o que os antivírus tradicionalmente deixam passar, essas novas soluções de segurança também servem de fonte para investigações forenses caso uma violação de segurança ocorra.
Ferramentas “tradicionais” ainda são predominantes
Esse novo tipo de segurança nos endpoints, no entanto, não significa a morte dos antivírus. Dados do Gartner mostram que o mercado de antivírus tradicional ainda tem receita bastante superior à do mercado de segurança de endpoints baseado em detecção e resposta. Enquanto o primeiro tem receita de US$ 3,5 bilhões e está presente em mais de 400 milhões de pontos, o segundo tem receita de US$ 130 milhões e está presente em cerca de 5 mil empresas – cerca de 250 mil endpoints.
Os antivírus ainda existem na maioria dos desktops Windows ao redor do mundo e devem permanecer uma parte importante da segurança para bloquear ameaças de malware do “dia a dia”, que nunca vão deixar de existir. Esse tipo de software também deverá ser mantido por algumas empresas por razões de compliance e outras exigências.
O mercado de segurança de endpoints baseado em detecção e resposta a incidentes, porém, deve crescer. O Gartner prevê que, em 2018, é possível que 80% das atuais plataformas de proteção de endpoint incluam recursos relacionados ao monitoramento de atividades de usuários e capacidades forenses – em 2013, apenas 5% traziam esses recursos.
Empresas que compram esse tipo de produto não o fazem com o objetivo de substituir sistemas tradicionais, mas para melhorar a atual segurança dos endpoints. Soluções de detecção e resposta a incidentes para endpoints suplementam tecnologias tradicionais baseadas em assinaturas oferecendo uma maior detecção de anomalias e maior visibilidade ao longo de todos os endpoints.
(Fonte: Leonardo Moreira, da PROOF).

Crowdfunding para grandes marcas: será essa uma tendência?

Vinicius Maximiliano (*)

Falar de futuro dentro dos movimentos de mercado da internet sempre é um grande desafio, por razoes obvias: a primeira, é justamente a dinâmica inovadora que pode criar, sem qualquer precedente, tendências de mercado nunca antes exploradas

A segunda, está justamente na essência da rede, ou seja, sua imprevisibilidade disruptiva em modificar, de maneira intensa, setores tradicionais. Particularmente acredito que o crowdfunding (financiamento coletivo) encontra-se nesta segunda razão.
Se observarmos com atenção, o crescimento das plataformas (sites) de crowdfunding tornou-se exponencial nos últimos 2 anos. Já o crescimento do número de projetos país afora cresce diariamente, em escala geométrica, à medida que empreendedores, idealistas e criativos decidem buscam na multidão, a inspiração e validação de suas ideias de negócios, de produtos ou de projetos sociais.
A expansão das plataformas que pretendem viabilizar a abertura de startups (chamado também de “equity crowdfunding”) sinaliza um atalho aos entraves tradicionais de mercado, tais como crédito, pesquisas de mercado, público consumidor e financiamento rápido com custo baixo. E nesse campo o Brasil ainda tem espaço de sobra, para crescer!
Mas enquanto ainda estamos tentando definir nossos principais nichos de ação em financiamento coletivo, e aguardamos por alguma regulação mínima do setor, países onde as operações de crowdfunding são mais maduras já começam a ditar as tendências deste mercado que cresce a incríveis 60% ao ano. Grandes players mundiais já articulam novas abordagens de mercado, de formato de negócio e de ampliação do escopo do financiamento pela multidão, que certamente chegarão ao Brasil em breve.
Parafraseando Murilo Gun, em suas considerações sobre empreendedorismo, melhor do que buscar novos mercados, é criar mercados, e com isso “engordar a própria pizza” para que se tenha uma fatia maior dela. Esse trocadilho pode parecer simplório, mas indica com clareza os movimentos das plataformas de crowdfunding mundo afora.
Uma das novidades recentes, e que certamente ainda não está sendo observada pela maioria das empresas no Brasil (especialmente as grandes!), é a criação de serviços específicos, dentro dos sites de financiamento coletivo, para grandes corporações.
Soa levemente contraditório, já que, em geral, as grandes empresas possuem dinheiro, profissionais, laboratórios e desenvolvedores suficientes para criarem seus produtos, financiarem a produção e lançarem sem a necessidade do uso de terceiros intermediadores de negócios, tais como são os sites atualmente.
Contudo, pense com cautela no ativo mais valioso que as plataformas de financiamento coletivo possuem, e que as grandes empresas, por maiores e mais consolidadas que sejam, dependem fortemente: a validação de mercado sobre o produto (em outras palavras, os consumidores!). Não se pode negar que as plataformas de crowdfunding possuem uma gama variada e extensa de usuários que recebem todos os projetos. Esses mesmos usuários, se motivados, irão financiar os potenciais produtos… só que não para por ai! Esses financiadores estão dando um recado ao mercado: gostamos do produto, queremos adquiri-lo e vamos divulga-lo, o que significa: sucesso!
E as grandes corporações, a par de seus caixas cheios de dinheiro, dependem dessa validação comercial para que não sejam investidos milhões em um lançamento que pode ser um total fiasco de mercado, como já vimos na história recente. Qualquer novo produto, mais do que ser novo e bem feito, precisa ser “aceito” pelo mercado… e esse poder está sendo concentrado nas mãos das plataformas de financiamento coletivo. E elas estão encontrando uma forma de monetizar isso.
Agregada a esse novo formato, vem uma proposta de propagandas mais direcionadas, robustas e analises dos dados do projeto diferenciadas para grandes empresas. Apesar disso, as plataformas que divulgaram esse novo formato, afirmam que os projetos seguirão o mesmo caminho de todo projeto comum no site, e serão “testados” pelo público como se fosse um projeto comum… tendo apenas como diferença uma grande corporação como proprietária. Além, é claro, de poderem os sites oferecer a essas companhias toda sua equipe e expertise de serviços em divulgação e trabalho de mercado, muito específicos do segmento de crowdfunding, e que vem sendo muitas vezes negligenciado pelos tradicionais departamentos de marketing corporativo.
Em uma análise mais técnica, ter algumas grandes marcas prospectando projetos dentro dos sites de financiamento coletivo pode contribuir, e muito, para aumentar a credibilidade tanto do site, como da própria empresa. Além disso, os outros projetos dentro daquela plataforma, indiretamente irão se beneficiar, já que grandes empresas trazem novos potenciais financiadores aos seus projetos, muitos dos quais não integravam a base de dados de divulgação.
Ao que tudo indica, adotar meios próprios para que grandes marcas comecem a utilizar o crowdfunding para validar seus novos produtos, parece uma forma barata e muito segura de possibilitar quebras de paradigmas dessas corporações diante de um consumidor mais dinâmico, que quer mais respeito, mais proximidade, e menos indução. E isso aproxima as grandes dos pequenos grande inovadores… que ao final serão seus diretos concorrentes, caso não mudem seu foco de mercado.
Como podem ver, aparentemente é uma boa negociação de ganha-ganha que surge no mercado de crowdfunding! Isso vem impactar positivamente em um setor que esta se mostrando uma das poucas alternativas para as jovens ideias e empresas nacionais, e que possuem em suas mãos excelentes ideias, mas pouco potencial financeiro. Quem sabe com a entrada de algumas grandes, o setor se consolida ainda mais e se mostra cada vez mais atrativo aos financiadores­?

(*) É advogado corporativo, gestor contábil e financista. Possui MBA em Direito Empresarial pela FGV. É Especialista em Direito Eletrônico pela PUC/MG, atuou como advogado de Propriedade Intelectual no Brasil para a Motion Picture Association (MPA), Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (ADEPI) e também para a União Brasileira de Video (UBV).