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Tecnologia 18/08/2015

em Tecnologia
segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Aplicações analíticas e serviços de nuvem: chaves no progresso da Internet das Coisas

Milhões de dispositivos e chips embutidos em todos os tipos de objetos conectados à rede estão dando forma ao que se conhece como Internet das Coisas, tendência cada vez mais palpável e que, segundo o Gartner, estará presente este ano em quase cinco bilhões de ‘coisas’ já conectadas em todo o planeta

internet temporario

Mais que o apelo de pensar nos objetos ou coisas interconectadas, o relevante é o fluxo de dados que será gerado e como eles podem ajudar não só a automatizar ou melhorar processos, como também a tomar decisões melhores e mais rápidas. A IoT chama atenção porque cada coisa, objeto ou máquina terá, muito em breve, um número IP. Porém, o principal neste mundo conectado não são os dispositivos, mas a informação, com tudo que isso significa.
Assim como no caso do Big Data, que incrementa o volume de dados empresarial de forma exponencial, a IoT significará, em curto prazo, aumentar ainda mais o desafio de gerenciar, armazenar e processar essa série de novos dados, que também será, ao mesmo tempo, uma oportunidade para exportá-los e convertê-los em informação que agregue valor ao negócio.
Por existirem mais dados, haverá mais variáveis para analisar contextos, otimizar processos e tomar decisões melhores e mais rápidas. Portanto, as aplicações analíticas terão um papel chave nos negócios, já que permitirão converter esses dados em informação. A estratégia deverá apontar como hierarquizar e valorizar diferentes tipos de dados que sejam úteis para a organização e contar com os serviços e aplicações que tornem isso possível.

Impacto na vida cotidiana e nos mercados verticais
Embora as tecnologias da IoT ainda pareçam pouco visíveis em termos de massa, existem setores onde elas já são aplicadas há anos e que continuarão se consolidando. Segundo o Gartner, os principais mercados verticais associados à IoT em 2015 são: o setor de manufatura, o de serviços públicos e o de transportes que, em nível mundial, já contam com 736 milhões de máquinas e equipamentos conectados. Isso mudará rapidamente, já que se prevê que os serviços públicos (Utilities) passarão para o primeiro lugar em 2020, seguidos pelos setores de manufatura e governo, com 1700 milhões de equipamentos conectados.
Isso aponta algumas das aplicações mais imediatas da IoT, onde se destacam os serviços públicos, que em breve começarão a usar medidores inteligentes que entregarão dados precisos e imediatos sobre o consumo dos usuários de gás, eletricidade ou água, mas o impacto será amplo. Existem setores de negócios ou tipos de empresas que serão os primeiros beneficiados com os dispositivos e chips conectados da IoT, mas temos que considerar que todas, mais cedo ou mais tarde, serão beneficiadas, não só em termos de automação de muitas tarefas, mas também em conhecer melhor seus clientes, integrar-se perfeitamente com a cadeia de valor, melhorar processos internos, reduzir custos e ainda criar novos produtos ou serviços.
A segurança é outra área onde o Big Data e a IoT também mudarão as estratégias das organizações, já que serão obrigadas a proteger estes dispositivos. Ao final de 2017, de acordo com a Gartner, mais de 20% das empresas terão serviços de segurança digital dedicados à proteção de dispositivos e serviços associados à IoT.
Na América Latina, o IDC estima que em 2015 haja 291 milhões de objetos conectados, número que representa 20% de crescimento em relação a 2014. Este ano será um ano de impulso para a IoT na América Latina, já que como prevê o IDC, cerca de metade das empresas considera alguma iniciativa relacionada a esta tendência. Segundo a consultora, para o ano de 2020 deverão existir cerca de 600 milhões de coisas conectadas.

O valor dos dados e a nuvem
Tradicionalmente, as aplicações analíticas têm se baseado nas fontes de dados estruturados, mas que a partir do Big Data e da IoT, muitos dados não estruturados se tornarão relevantes para a realização de análises. Os dados não estruturados são os que partem de redes sociais, imagens e blogs, entre outros, e em sua maioria veem de fora da organização. No entanto, alguns desses dados podem ser registrados internamente, como as notas, e-mails e/ou gravações de call center, por exemplo. Esses dados podem ser cruciais para captar melhor as tendências dos mercados ou fazer análises preditivas.
A integração dos dados não estruturados com os estruturados supõe um filtro prévio, porque nem todos os dados deste tipo serão importantes. É preciso considerar que entre os dados gerenciados por empresas, 80% será externo. Por isso, uma vez filtrados, esses dados se integrarão manualmente, por assim dizer, em alguns casos, ou mediante potentes plataformas de inteligência de negócios, em outros, com os dados estruturados. O que está claro é que irá mudar a forma de obtenção de dados e a geração de informação, sendo fundamental para que o processo de adaptação das empresas comece o quanto antes. É fundamental entender que as maiores vantagens competitivas serão encontradas pelas organizações capazes de perceber as tendências e necessidades ocultas na informação não estruturada que inundará as organizações. O IDC estima que dos dados externos, em 2020, as empresas considerarão cerca de um terço para fazer análises de negócios.
É possível, desde hoje, que muitas ferramentas analíticas orientadas ao Big Data também possam ser a base para gerar soluções relacionadas à análise de dados da IoT. Uma das principais funções está nos serviços com base na nuvem, que permitirão que as empresas suportem a gestão e o processamento de dados em altos volumes com maior flexibilidade e com menos custos do que fazer isso apenas com a infraestrutura própria. Na verdade, o IDC estima que as aplicações de Big Data e analíticas com base na nuvem crescerão três vezes mais rápido do que as soluções on-premise, entre 2015 e 2020.

(*) É Gerente Comercial da Level 3 Communications, no Chile.


Google surpreende e cria holding Alphabet

Na contramão de instituições como Apple e IBM, que vinculam seus nomes em todas as áreas de atuação, a Google mudou o percurso e resolveu abrir uma holding, união de empresas sob a mesma administração, chamada Alphabet. Na avaliação do especialista em marketing Gabriel Rossi, esta é uma reestruturação histórica e que dará mais flexibilidade para a companhia adquirir marcas e redimensionar as já existentes.
A Alphabet é uma “coleção de companhias”, e a maior dessas subsidiárias é o próprio Google. Assim, plataformas e serviços como YouTube, Android, Chrome e Google Now devem continuar sobre a tutela da “antiga” empresa. Já marcas como Life Science (que desenvolve lentes de contato sensíveis à glicose), Calico (que foca em longevidade) e Laboratório X (que trabalha em projetos como os drones entregadores Wing) seguirão para a holding Alphabet, que não estampará seu nome em nenhum produto voltado para o usuário final.

Relógio infantil GPS e-Guardian

DL Relogio temporario

A DL, fabricante nacional de eletrônicos, lança o e-Guardian, relógio infantil GPS com diferenciais de segurança para trazer mais tranquilidade aos pais. Por meio de um aplicativo instalado em qualquer smartphone ou tablet compatíveis com os sistemas Android e IOS, é possível delimitar um perímetro virtual de segurança. Caso a criança ultrapasse este limite, um alerta é enviado para os responsáveis. O produto conta também com a função de informar a localização exata, garantindo assim maior segurança aos pais. O gadget estará disponível no varejo em setembro três cores diferentes: azul, rosa e verde, com preço sugerido de R$ 399,99.
Outro recurso que se destaca é a tecla SOS. É possível cadastrar até três números de contatos diferentes e, ao ser acionada em situações de emergência, o gadget liga automaticamente para esses números. Caso algum telefone cadastrado não atenda, é enviado um SMS avisando a localização dos pequenos. Além disso, os responsáveis podem acompanhar todo o trajeto percorrido em qualquer horário.
Caso o relógio seja perdido, é possível encontrá-lo por meio do aplicativo instalado no smartphone ou no tablet, que avisa a sua localização. Com o chip de telefonia instalado não é possível desligá-lo diretamente no botão lateral e, caso alguém tente, o e-Guardian envia uma mensagem de voz para os números cadastrados, alertando os responsáveis. O desligamento do relógio só é possível por meio do aplicativo.
O relógio vem ainda com funções para acompanhar a saúde das crianças como monitorar o número de passos, as calorias queimadas, a quantidade de metros andados e o número de vezes que se mexeu durante a noite, por exemplo.

A tecnologia e o alto custo das lesões no esporte

Kasem Abotel, Ph.D. (*)

Quando o craque Neymar foi carregado para fora do campo em uma maca durante a Copa do Mundo do ano passado, com uma vértebra fraturada causada por um chute nas costas, os companheiros de equipe e torcedores em todo o mundo ficaram horrorizados

O pior pesadelo de um jogador tinha se tornado realidade: o Brasil acabou perdendo o campeonato mundial e a lesão grave poderia ter encerrado a carreira do jogador ou até deixá-lo imobilizado para o resto da vida.

As lesões são comuns e podem custar caro
Qualquer pessoa familiarizada com o esporte sabe que jogadores de futebol ‘apostam tudo’ nos 90 minutos. Durante esse intervalo de tempo, eles sentem a pressão de torcedores, técnicos e gerentes da liga minuto a minuto, enquanto pés, articulações e ligamentos parecem levar uma surra brutal. Cada chute, corrida, giro, torção e colisão cobram seu preço.
O custo das lesões dos jogadores é surpreendentemente alto. O valor médio estimado das lesões nas quatro principais ligas de futebol profissional em 2015 foi de US$ 12,4 milhões por equipe. Estima-se que os times de futebol percam anualmente com lesões o equivalente a 10% – 30% dos salários dos jogadores.
Isso significa que mesmo uma pequena redução no número de lesões pode resultar em uma grande economia. Então, imagine se metade de todas as lesões esportivas profissionais pudessem ser evitadas! O valor economizado apenas pelas ligas masculinas seria superior a US$ 1 bilhão por ano! (veja o infográfico nos links: goo.gl/n7tpcZ (inglês) e goo.gl/LtgDO1 (espanhol).

Virando o jogo
Quando um jogador sofre uma lesão em campo, vários processos de recuperação são colocados em prática. A boa notícia é que muitas lesões podem ser evitadas se o risco for conhecido previamente e o atleta passar por programas de intervenção personalizada corretiva. Aqui é onde tecnologias como o Monitor de Risco de Lesões (Injury Risk Monitor – IRM) da SAP, atualmente uma solução na fase de prova de conceito, podem fazer a diferença.

Como funciona
Lesões podem acontecer por diversas razões, incluindo excesso de esforço físico, idade, técnica, falta de hidratação e até mesmo o clima. Ao identificar deficiências na preparação física, nas técnicas e na administração da carga de trabalho, o sistema IRM da SAP pretende destacar chances de lesão antes que ela aconteça. Qualquer problema se torna um ponto crítico na ferramenta e pode ajudar a prever com maior precisão o risco de futuras lesões para o jogador. A solução também pode antever o risco de lesões semelhantes para outros jogadores nas mesmas circunstâncias.
O IRM leva em conta todos os dados relevantes do jogador, incluindo sessões de treinamento, testes de preparo físico, partidas, demografia e localização, e os aplica em uma fórmula matemática para encontrar o risco de lesões. Os dados são coletados por meio de dispositivos eletrônicos convencionais e de vestir – “wearable” e “não wearable”.
O risco de cada tipo de lesão para o jogador é calculado para que fisioterapeutas possam fazer simulações e adotar as medidas adequadas ou ações corretivas. Como a solução é executada sobre a plataforma de processamento de dados em tempo real, SAP HANA, é possível processar um número ilimitado de fatores e encontrar relações entre eles. Esse recurso fundamental ajuda os fisioterapeutas a entender rapidamente quais são as áreas problemáticas ou o que está influenciando o risco de lesão. O monitoramento do jogador durante as sessões de treinamento e a posterior definição do plano de remediação podem ser feitos em tempo real, com a rapidez necessária.
Em resumo, o IRM da SAP pode ajudar no monitoramento de jogadores como Neymar enquanto se recuperam de lesões, medindo como o quadro avança e fornecendo dados que colaborem para prevenir novos casos.

A grande diferença
Ao contrário de outras soluções no mercado que se baseiam em dados de sensores, o Injury Risk Monitor da SAP é executado sobre a SAP HANA, uma plataforma com uma ampla variedade de recursos que permitem ter uma visão holística de todos os dados pertinentes do atleta. O grande elemento diferenciador é o quadro de determinantes de riscos da ferramenta que gera um perfil personalizado para cada atleta, juntamente com a opção de definir programas de intervenção sob medida.
O IRM da SAP utiliza uma tecnologia IoT (Internet of Things) e está sendo desenvolvido em conjunto com clientes e parceiros. Quando o IRM encerrar sua fase de prova de conceito, o plano é incluí-la na solução SAP Sports One lançada no início deste ano – trata-se da primeira solução em nuvem específica para esportes executada sobre SAP HANA, que fornece uma plataforma unificada para gestão de equipes, planejamento de treinos, monitoramento de preparo físico, otimização de desempenho e identificação de talentos.
Neymar terá uma segunda chance na próxima Copa do Mundo? Ninguém sabe. Mas com tecnologias como a IRM o risco de lesões esportivas em todo o mundo pode ser muito reduzido, poupando dinheiro para as equipes, dor de cabeça para os torcedores e desgaste físico para os jogadores.

(*) É Diretor sênior de Gestão de Produtos | Projetos Estratégicos e Inovação para Cientes da SAP.