O que o crowdfunding pode fazer pelos novos talentos?É muito interessante e motivador observar que, mesmo diante da crise que se abala sobre o país, o segmento empreendedor brasileiro mantém sua trajetória de ampliação das oportunidades Brasil afora. Um dos maiores exemplos é a Feira do Empreendedor Sebrae, que este ano vai reunir milhares de ávidos e potenciais novos talentos que chegarão ao mercado com suas inovações e empresas Vinicius Maximiliano (*) Porem, igualmente de forma igualmente preocupante, o mercado de fomento e de investimentos no Brasil se retraiu muito, especialmente pela ausência de medidas claras do Governo que demonstrem um cenário futuro de recuperação. Com isso, instituições financeiras e investidores institucionais adotam como medida principal “conter” investimentos, o que, na ponta final da linha, prejudica exatamente esses potenciais novos talentos de tornarem suas ideias realidade. Sem credito, tudo fica mais difícil de ser estruturado! Contudo, uma das alternativas mais prosperas, rápidas e acessíveis a todos, literalmente todos os empreendedores brasileiros é o uso do financiamento coletivo, ou crowdfunding, para validar sua ideia de negócios e, porque não, obter financiamento praticamente a custo zero ou muito abaixo das taxas do mercado “tradicional”. O movimento do crowdfunding chegou ao Brasil de forma mais estruturada no ano de 2014, coincidindo com seu crescimento exponencial nos Estados Unidos e Europa. Atualmente, o pais conta com centenas de plataformas para os mais diversos tipos de projetos, desde culturais ate os de investimento imobiliário. E esse nicho de mercado esta só começando. O que gostaríamos de sinalizar, para os empreendedores, é exatamente o segmento de plataformas direcionadas para o investimento em empresas iniciantes, as chamadas startups. São as plataformas de “equity crowdfunding” e que tem por principal objetivo ligar investidores e empreendedores que precisam financiar suas ideias e apresentar, no médio e longo prazo, bons resultados e em troca, dar uma participação empresarial aos financiadores. Mundo afora esse segmento encontra-se altamente especializado e profissionalizado. Já no Brasil, ainda precisa de alguns refinamentos legais, mas ja temos condições de obter excelentes frentes de investimento com um custo altamente viável. Em resumo, essas plataformas disponibilizam o site delas para que o empreendedor possa divulgar sua ideia de negocio. Apos passar por um processo de avaliação feito pela equipe do site (que em geral se preocupa em verificar se a ideia tem um mínimo de viabilidade comercial, inovadora e escalável, além de se certificar que o empreendedor será capaz de cumprir com o prometido), lançam online as paginas dos projetos, contando ou não com um investidor ancora, que aumenta a credibilidade e traz segurança aos investidores menores. Apos a rodada de investimentos (ou o que chamamos no jargão de “fim da campanha”), os fundos são transferidos ao empreendedor, que então devera providenciar toda a documentação legal para dar amparo e segurança aos investidores, especialmente quanto a participação empresarial. No Brasil, os tipos empresariais são bem definidos, e em geral, os empreendedores que atingem as metas de lançamento do site irão ceder uma participação empresarial que será convertida em ações da futura empresa, em um futuro pré-determinado. Esses títulos garantem, em certa medida, o investimento do financiador, nada obstante ainda representem um cenário de risco como qualquer outro tipo de investimento em empresas iniciantes. Com esse formato, dezenas de empresas inovadoras podem contar com financiamento rápido, barato e bem estruturado para suas ideias, sem ficar dependendo diretamente de bancos e fundos de investimento. Essas estruturas, maiores e mais burocráticas, além de levarem muito tempo para analisar qualquer tipo de plano de negócio, nem sempre o fazem com a devida atenção, e criam no empreendedor uma expectativa muitas vezes frustrada quanto ao engajamento com sua ideia. Uma das maiores vantagens desse modelo inovador e alternativo de investimento está no envolvimento quase simbiótico entre os financiadores e o empreendedor, os quais querem firmemente que a ideia seja promissora, e em geral, ajudam com seu networking e expansão de mercados daquele produto ou serviço. É uma das poucas formas de financiamento social que conta exclusivamente com o poder da multidão, sem depender diretamente de qualquer agente financeiro próprio. Ademais, os sites que atuam no segmento de “equity crowdfunding” integram uma parcela fortíssima do movimento “fintech” (uso da tecnologia para o mundo das finanças e desbancarização) que está cercando as instituições financeiras tradicionais, e tornando o acesso ao credito e aos investimentos mais democrático, barato, rápido e efetivo. No Brasil, ainda por ausência de legislação apropriada, esses tipos de participações e projetos em financiamento de novas empresas conta somente com uma instrução normativa da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, no que tange a dispensa ou não de apresentação de alguns requisitos exigidos pela Lei das Sociedades Anônimas. Assim, meu singelo conselho é, quando for investir em uma plataforma dessas, verifique com cautela se o projeto anunciado conta com esse documento, o que garante, pelo menos, que aquela oferta foi devidamente protocolada no órgão regulador brasileiro. A era dos banqueiros sociais chegou para ficar, e os sites de financiamento coletivo baseados em investimento em empresas nascentes é uma das demonstrações mais fantásticas da obsolência progressiva dos meios tradicionais de investimento. Se você é empreendedor, busque mais informações sobre crowdfunding e financiamento coletivo para sua empresa. Uma ideia viável e um mercado avido por boas opções de investimento aguardam sua empresa! (*) É advogado corporativo, gestor contábil e financista. Possui MBA em Direito Empresarial pela FGV. É Especialista em Direito Eletrônico pela PUC/MG, atuou como advogado de Propriedade Intelectual no Brasil para a Motion Picture Association (MPA), Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (ADEPI) e também para a União Brasileira de Video (UBV). | O conflito do Storytelling como recurso de engajamento empresarialLuiz Alexandre Castanha (*) Logo no início do ano, a marca de cosméticos O Boticário lançou um novo comercial polêmico O filme “A Linda Ex” mostra a história de três casais em processo de divórcio. Sem entrar na questão de quem estava certo ou errado, a propaganda mostrou depoimentos dos casais, revelando os motivos que os levaram à escolha da separação. Acomodação, perda do desejo e rotina foram citados por todos os casais. Nada que pareça novidade, não é mesmo? É um pouco do que sempre escutamos, ou até mesmo vivenciamos, de relações que se desgastam com o tempo. (*) É administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado a Educação, atua em cargos executivos na área de Educação há mais de 10 anos. |
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