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Tecnologia 17/08/2017

em Tecnologia
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
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A simulação realística vai transformar seus processos de Engenharia e Design

As falhas prematuras e os recalls de produtos são muito caros e resultam em perda de lucros, litígio e desvalorização da marca, entre outras coisas

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Mario Belesi (*)

Os recalls de hardware são frequentemente mais onerosos do que os de software, uma vez que as correções de programas podem ser facilmente obtidas por meio de download e instaladas facilmente à distância. Mas por que os problemas de fabricação de produtos são tão frequentes?

Os times de engenharia são constantemente pressionados a melhorar o desempenho dos produtos, reduzir os fatores de formato e o tempo de lançamento no mercado, tudo ao mesmo tempo em que cortam os custos. Com o objetivo de atenuar os riscos, os profissionais precisam desenvolver um entendimento mais profundo do projeto e do comportamento do produto em condições operacionais reais.

Os testes físicos são uma excelente forma de entender o comportamento de produtos, mas são extremamente caros e consomem muito tempo, enquanto a simulação eletrônica em 3D é uma alternativa mais eficiente, com menor custo e resultados mais rápidos. É essencial encontrar o equilíbrio entre os testes físicos e a simulação eletrônica durante o desenvolvimento do produto. Para obter o melhor resultado do investimento, as simulações deveriam utilizar ferramentas modernas para serem efetivas e serem implementadas no início do ciclo de design, quando os protótipos ainda não estão disponíveis e a criação não está completamente desenvolvida.

Quanto antes as falhas forem descobertas, mais cedo é possível corrigi-las – e com um custo menor de correção, que cresce exponencialmente à medida que o ciclo de design avança. Portanto, identificar e corrigir problemas no início do projeto é crucial para o sucesso de um produto.

Nem todas as ferramentas de simulação são iguais e você não necessita de informações genéricas e, sim, da resposta certa. Para isso, é preciso adotar as ferramentas de simulação que mais retratem a sua realidade e que ofereçam respostas rápidas. É necessário, também, ferramentas de testes e validação de produtos com tecnologias líderes de mercado e capazes de resolver problemas e indicar soluções de uma forma rápida e eficiente, melhorando assim o design do produto, garantindo sua confiabilidade e reduzindo o tempo de lançamento no mercado.

A representação precisa do comportamento do material e análise física das falhas são essenciais para obter resultados realísticos. Essas capacidades são importantes na antecipação do comportamento de materiais que possuem alta propensão ao dano, como plásticos.

Produtos eletrônicos de consumo, especialmente dispositivos móveis e portáteis como smartphones, tablets e laptops, estão sujeitos a uma variedade de condições operacionais. Esses aparelhos precisam ser projetados para serem protegidos contra danos e para serem resistentes a quedas e a situações reais de uso. Os engenheiros devem garantir que “portátil” não seja sinônimo de “quebrável”.

Acredito que o desafio da indústria é desenvolver um produto leve que possa não somente suportar os ciclos de carga associados à utilização contínua, mas também cenários de carga abusivos que são vistos com menos regularidade (de acordo com pesquisas e estatísticas de reclamações a seguradoras, as causas mais frequentes de danos a dispositivos móveis são quedas e prejuízos causados pela água).

A simulação deve ser empregada desde a idealização e desenvolvimento do produto até os estágios finais de análise de falhas para aumentar a qualidade e reduzir o tempo de lançamento. Enquanto as quedas durante a utilização diária são uma preocupação quanto aos aparelhos portáteis, tombos durante o transporte são o maior receio considerando equipamentos de escritório. Os engenheiros têm o desafio de identificar os componentes estruturais que são mais suscetíveis aos danos e melhorar sua resistência, ao mesmo tempo em que reduzem o peso da estrutura.

Nesse cenário, a simulação realística é mais do que uma ferramenta de otimização do trabalho, é um aliado dos times de engenharia e design para a entrega de produtos de alto nível, baixo custo e rápida chegada ao mercado, aumentando a competitividade e a lucratividade das empresas. Sem dúvida, as empresas que investirem em plataformas que garantem a experiência do cliente serão bem-sucedidas no mercado e terão produtos diferenciados. É a era da tecnologia como fator de competitividade.

(*) É diretor da Dassault Systèmes responsável por soluções SOLIDWORKS para América Latina.

Bitcoin: ouro digital?

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O conhecimento nunca esteve tão em alta como agora. Estamos vivenciando um momento que podemos chamar de “Era da Sabedoria” e, por essa razão, é preciso saber acompanhar as evoluções por meio de fontes confiáveis, observar as movimentações com censo crítico e extrair o joio do trigo.
Aprendi desde cedo que nem tudo é o que parece e, portanto, temos de ser autores da nossa própria história, desenhada hoje em regime de colaboração com os sábios em cada assunto. Lembro quando cheguei ao Vale do Silício, aqui nos Estados Unidos, e bitcoin era um assunto bastante comentado, mas eu não fazia ideia do que era e muito menos no que poderia se transformar em tão pouco tempo. Não me senti tão perdida, pois nem mesmo na série The Jetsons, criada pelos visionários William Hanna e Joseph Barbera na década de 60, havia moeda digital. Em um dos episódios, quem diria, George Jetson saca a sua carteira (tradicional) para fazer um pagamento com cédulas normais.
Hoje, as moedas digitais, inimagináveis mesmo em Orbit City, já são uma realidade. Existem várias em “circulação” no mundo. Entre elas, monero, dash, z-cash, steem, litecoin e ethereum, mas bitcoin é a mais valorizada e popular. Essas moedas usam como plataforma o blockchain e suas altas geram cada vez mais alvoroço no mercado financeiro. Em maio deste ano, por exemplo, o bitcoin deu um salto recorde e atingiu a marca de US$ 2,4 mil. Em 2016, a moeda valorizou mais de 90% em média nas corretoras.
O site Infomoney divulga que esse mercado de moedas virtuais, tendo como protagonistas o bitcoin e o ethereum, movimentou mais de US$ 100 bilhões de janeiro a junho de 2017. O preço do bitcoin acumula valorização de 165% nesse mesmo período. Não é à toa que está sendo chamado de “ouro digital”.
O aumento impressionante do valor dessas moedas tem estimulado várias empresas, lojas e outras categorias de negócios a aceitá-las como meio de pagamento. O Japão e a Rússia já estão cuidando da normatização das criptomoedas. Vale lembrar que elas não são ilegais, mas ainda estão em evolução e em vias de regulamentação em diferentes países.
Dessa forma, não estranhei ao ler no final do mês passado a seguinte chamada: “adolescente fica milionário aos 18 anos usando bitcoins após fazer aposta com os pais”. Imagine que o norte-americano Erik Finman, quando tinha 12 anos, apostou com seus pais que, se ficasse milionário aos 18, não iria ingressar em nenhuma faculdade. E ele ganhou! A avó deu de presente US$ 1 mil no 12º aniversário do menino e então ele comprou 83 bitcoins. Hoje, Erik, aos 18 anos, tem 403 bitcoins, totalizando em seu cofrinho, no atual preço, nada menos do que mais de US$ 1 milhão. Agora, ele também tem investido em outras moedas virtuais como o litecoin e o ethereum. George Jetson perdeu essa.

Bitcoin no Brasil
Uma grande construtora brasileira, em 2014, arrebatou o título de primeira nesse setor no mundo a aceitar compra de imóveis com bitcoin. Sabia disso? Infelizmente, desde então, nada foi vendido com moedas digitais. Talvez porque as transações da construtora envolvam valores muito altos, mas foi uma ousadia de marketing e de inovação, certamente.
A Receita Federal também reafirmou sua evolução tecnológica. Incluiu nas instruções para declaração anual a moeda digital neste ano. O manual de perguntas e respostas do órgão subordinado ao Ministério da Fazenda traz dois tópicos específicos para a declaração de criptomoedas.
No entanto, o mercado ainda olha com certo ceticismo para as moedas virtuais porque elas não são emitidas por uma entidade controladora como o Banco Central, por exemplo, e operam de maneira descentralizada. Nesse sentido, a regulamentação também pode ser vantajosa para resolver a preocupação com esse tipo de aplicação.
Sabemos que esse mercado ainda terá de evoluir, inclusive em termos de segurança. Mas o fato é que não há como parar esse trem em movimento. É importante estarmos atentos para o tema, pois ele pode repaginar a sua maneira de fazer negócio a qualquer momento.

(Fonte: Fabiana Batistela, Diretora de Estratégia e Inovação da Resource)

A maturidade do turismo para além das tecnologias

Gabriel Lobitsky (*)

Com a consolidação da nuvem, é a vez do analytics ganhar fôlego e ajudar a enriquecer a experiência no setor de hotelaria

Faz pouco tempo que uma notícia sobre o setor de Turismo me deixou otimista. Uma pesquisa recente, conduzida pelo Ministério do Turismo mostrou que no ano passado, 87% dos estrangeiros que visitaram o Brasil, elogiaram, e 95% disseram que pretendiam voltar ao País. E sabe o mais interessante? Eles destacaram a qualidade dos serviços prestados em diversas áreas, inclusive em hospitalidade e alojamento. O que me deixou ainda mais feliz foi perceber que, finalmente, alguns setores da economia começaram a recuperar o fôlego e enxergar a experiência do consumidor como algo essencial para a geração de receita e sucesso dos negócios.
Mas falando também de Brasil, o setor de Turismo – que apresentou um leve crescimento em relação ao ano passado – está aquecido, e o brasileiro pretende viajar mais nos próximos seis meses. Esse é o patamar mais elevado de intenção de viagem já alcançado, e o mais interessante é que de todos os entrevistados, 79% pretendem visitar os destinos nacionais. Mas o que essa informação tem a ver com o noticiário de tecnologia? Tudo. Com a intenção de viagens crescendo entre os brasileiros, há oportunidades crescentes para o setor hoteleiro enriquecer a experiência do consumidor usando tecnologias eficientes para se diferenciar em um cenário competitivo, como o de turismo e hotelaria.
Com os softwares como serviço e as tecnologias em nuvem, praticamente, consolidadas, o espaço para investir em interação social, móvel e analítica surge como diferencial. Principalmente quando modelos preditivos e de machine learning oferecem respostas rápidas a situações inesperadas, tornando o setor mais independente da intervenção humana. Afinal, na era em que os dados são tão valiosos e os insights importantes para a tomada de decisões, a automação de processos manuais e melhora na experiência do cliente são os primeiros passos para compreender a sua jornada – que começa no momento da reserva. Os insights garantem o entendimento do tipo de experiência que o hóspede procura no hotel e no destino.
Os benefícios dos softwares são inúmeros, e é possível, com ações muito simples, explorar todo o seu potencial:
Check-in/out na palma da mão: o cliente não precisa enfrentar a fila do check in/out. Com o uso da tecnologia, o hóspede consegue fazer tudo pelos dispositivos móveis. Se divergências forem encontradas, o cliente pode ser ser atendido por qualquer canal de forma rápida;
Assistência remota: o hóspede pode fazer pedidos de manutenção e reparos em qualquer lugar do hotel diretamente do aplicativo e, ainda, acompanhar o atendimento do serviço;
Fidelidade proativa: mesmo que o hóspede não seja fidelizado ou não use os benefícios do programa de fidelidade do estabelecimento, o hotel que já tem os dados do cliente pode informar sobre os serviços disponíveis.

A nuvem foi principal tendência do setor hoteleiro, em 2015, e hoje está praticamente consolidada. A estimativa do Gartner era que até o fim de 2017, pelo menos 70% dos modelos de negócios fossem flexíveis a ponto de atender as necessidades dos clientes. Agora é a hora de fornecer insights inteligentes com dados importantes dos estabelecimentos, para que as organizações tenham um olhar que vá muito além das habitações e áreas de lazer. Por isso, o segredo do diferencial competitivo para o setor de turismo brasileiro nos próximos anos estará no investimento em tecnologias analíticas que permitam, de forma simples, fornecer insights para ajudar a encantar o hóspede garantindo a humanização e personalização da sua experiência.

(*) É diretor de vendas da Infor para Sul da América Latina.