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Tecnologia 15 a 17/07/2017

em Tecnologia
sexta-feira, 14 de julho de 2017
futuro-empregos-digitais temporario

Não tenha medo do futuro!

Conceitos como Mobile, Mundo Digital, Cloud e IoT revolucionaram os processos de gestão nas empresas; Veja como eles podem fazer parte da realidade de seu negócio

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Braulio Lalau de Carvalho(*)

Peter Drucker, um dos pais da administração moderna, tem uma frase extremamente paradigmática e fundamental para entendermos as relações entre o meio empresarial e a tecnologia:
“Inovação é atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza.”
Drucker sintetiza uma reflexão interessante que pode ser direcionada para o gerenciamento de pessoas e que fornece o norte deste artigo. O centro deste insight diz que inovar não significa substituir material humano, mas sim, atribuir aos seus colaboradores novas demandas e desafios em prol do crescimento da uma organização.
Ao longo do texto, nos aprofundaremos neste tema, tomando como exemplo quatro tendências de destaque da tecnologia. Acompanhem!

Os benefícios da inovação para a sociedade e as mudanças no mercado de trabalho
Estamos tão submersos em um universo envolto por tecnologia, que por vezes nos esquecemos dos benefícios que ela traz para as nossas vidas. Imagine viver sem energia elétrica, computadores, internet ou telefones móveis, por exemplo.
Pode até ser divertido para uma aventura de poucos dias, mas, a longo prazo, acabamos percebendo o quanto ganhamos com as possibilidades que a conectividade, a mobilidade, o mundo digital e os bens tecnológicos como um todo nos oferecem.
No plano empresarial acontece coisa semelhante. Apenas para elucidar alguns casos, há não muito tempo, departamentos financeiros eram reféns de um sem número de papéis e planilhas, fator que gerava altos índices de retrabalho e perda de produtividade.
Gestão de trabalho em rede ou à distância era coisa impensável, favorecendo o isolamento de departamentos e a consequente falta de comunicação. Informações sobre consumidores eram espalhadas entre diferentes fontes, o que tornava a assertividade de campanhas de marketing ou de vendas algo consideravelmente mais complexo.
Vale pensar ainda no conceito das cidades inteligentes. A inovação deve fazer parte da gestão pública, visto que permite, dentre outros pontos, um melhor uso dos recursos naturais, um aumento da segurança por meio de sistemas inteligentes de monitoramento, a redução de gastos públicos através da otimização de atividades antes exclusivamente manuais e até a desburocratização e uma maior agilidade na gestão de serviços e entrega de benefícios para a população.
Tudo isso nos ajuda a demonstrar que, sim, quando bem utilizada, a tecnologia é uma aliada da sociedade.
Ao mesmo tempo, de modo paradoxal, quando falamos de tendências e previsões de futuro, muitas pessoas tendem a se assustar com o novo. O que acontecerá com meu emprego? Serei substituído por uma máquina? Como serão geridas as novas relações de trabalho? São algumas das perguntas que se fazem quando leem alguma manchete sobre os avanços em inteligência artificial ou nos processos de automação.
Esta sensação de insegurança é previsível e ocorreu em outros momentos históricos, como na primeira revolução industrial das máquinas a vapor e do estabelecimento das grandes indústrias, ou quando vimos a popularização dos computadores pessoais, da internet, dos sistemas digitais. E, embora alguns mercados tenham se reduzido ou se tornado obsoletos mediante o impacto da tecnologia, em paralelo, outros surgiram, dando oportunidade para pessoas desenvolverem novos conhecimentos e trabalhar em conjunto com o progresso social.
A verdade é que, em se tratando do mercado de trabalho, a tecnologia nos força a sair de nossa zona de conforto, algo que, em última instância é extremamente positivo, pois passamos a valorizar virtudes como a criatividade, a originalidade e o espírito empreendedor.

A tecnologia nos força a sair de nossa zona de conforto!

O principal desafio para quem deseja acompanhar a inovação
A principal base para quem deseja acompanhar os rumos da inovação é o interesse constante por conhecimento. Vivemos em uma economia centrada no dinamismo e no diálogo entre múltiplos saberes. Aqueles que souberem se adaptar a este novo contexto, ampliando seus campos de saber e adotando uma mentalidade inovadora e criativa, certamente, tem tudo para ter sucesso diante deste cenário de quarta revolução industrial.
Além disso, é importante deixar claro que, se antes o foco das empresas era o de oferecer um produto final, acabado, para os consumidores, hoje, sobretudo no universo da tecnologia, o que se busca é a oferta de experiências significativas, uma vez que os sistemas e as ferramentas disponíveis no mercado se renovam, sempre em prol de uma experiência de uso que seja satisfatória para os clientes.

O impacto da tecnologia na gestão de pessoas
Conforme avança a tecnologia, os modelos de gestão de pessoas também vão se modernizando, tornando-se mais eficientes e sempre visando extrair o melhor de cada colaborador de uma empresa. Pensando nisso, separei quatro tendências tecnológicas fortes do mercado, para comentar como a inovação se relaciona com os processos de liderança de equipes e gerenciamento do capital humano.

IoT
Sensores para monitoramento de condições de voo, soluções logísticas para controle de tráfego, dispositivos para gestão de equipes a distância, sistemas eletrônicos de ponto, sensores de movimento e biometria para segurança. Esta é apenas fração de soluções conhecidas que provam o quanto nós já vivemos em uma realidade em que a internet das coisas se faz presente mais do que nunca e isso engloba tanto o mundo corporativo quanto o dia a dia dos cidadãos.
De acordo com pesquisas da Gartner, a cada segundo, 65 dispositivos novos se conectam a internet. E a tendência, sem dúvidas, é que os objetos que se conectam a internet e comunicam-se em rede se difundam ainda mais. O grande desafio das empresas é saber gerir toda essa inovação, para que as equipes de um negócio tragam ideias realmente aplicáveis.
Além disso, os gestores precisaram se concentrar no desenvolvimento de mão de obra altamente especializada, uma vez que as atividades mais básicas do dia a dia tendem a ser automatizadas. Por fim, é preciso que se desenvolvam controles e parametrizações, tanto para o controle de custos, quanto para a redução de falhas no desenvolvimento dos dispositivos.

Mobile
As soluções mobile fazem parte do universo do IoT, mas merecem um destaque especial porque o conceito de mobilidade é um dos principais motores da sociedade contemporânea e os impactos desta ideia são imensos para a gestão de pessoas. Quem diria, por exemplo, que seria possível gerenciar equipes à distância através de um smartphone e ferramentas de geolocalização?
Vale dizer ainda que as soluções mais inovadoras para o acompanhamento de métricas e indicadores de equipe podem ser acessadas através de dispositivos mobile, fato este que oferece maior dinâmica para os processos de gestão.

Mundo Digital
Quando falamos de digital, estamos nos referindo a todo o desenvolvimento de soluções voltadas para levar ao ambiente digital, a internet, processos que antes eram realizados exclusivamente por meio de processos manuais, no mundo físico.
No ambiente de negócios, a transformação digital gerou uma revolução imensa, com a otimização de uma série de atividades e a redução de custos em todos os departamentos de uma empresa. Atualmente, vemos um verdadeiro movimento de empresas que direcionam esforços tanto para criar quanto para entender a experiência de consumidores no meio digital, extraindo dados de clientes por meio de plataformas multicanais que auxiliam, por exemplo, no desenvolvimento de estratégias de marketing ou de melhorias no atendimento.
No plano do gerenciamento de equipes, a experiência digital dá aos gestores múltiplas possibilidades que vão desde um maior controle da qualidade do trabalho dos colaboradores até a possibilidade de integrar funcionários em redes corporativas, fator que favorece o desenvolvimento de projetos em conjunto.

Cloud Computing
Há poucas décadas iniciamos a revolução “paperless”, com as planilhas sendo substituídas por sofisticados sistemas de ERP que concentravam todas as informações gerenciais de um negócio em uma única plataforma. Com a nuvem, nós vemos a substituição das dispendiosas estruturas de data centers, por soluções concentradas no ambiente digital.
De acordo com relatório recente da Gartner, a expectativa é que as empresas migrem, de modo cada vez mais maciço para o Cloud, dando vazão para a ideia de que, em um futuro próximo, boa parte do gerenciamento de um negócio – incluindo do capital humano – será feito através do ambiente digital.

Remando para o futuro
Concluo este artigo com o mesmo pensador que deu start a nossa reflexão. Peter Drucker dizia que “as empresas inovadoras não gastam esforços para defender o passado.” O que temos aqui é uma constatação firme, mas verdadeira: se a sua companhia busca os caminhos da criatividade e da inovação, não há porque temer o futuro. Esteja pronto!

(*) É CEO da Orbitall, empresa do Grupo Stefanini.

As máquinas estão chegando. E isso é bom.

Raja Patel (*)

Recentemente, tem-se falado muito sobre o aprendizado de máquina (machine learning, em inglês), com manchetes como “Os robôs substituirão o seu emprego”, conversas no Twitter com tópicos como “A inteligência artificial será responsável pela queda da humanidade?” etc. A maioria das previsões do futuro inevitavelmente são erradas (ou, como disse Yogi Berra, “O futuro não é o que costumava ser”).

Deixando a ficção científica de lado, há uma área em que a ajuda da automação é desejada e necessária: segurança cibernética.
As ameaças cibernéticas estão vindo com rapidez e força. E a intensidade disso é tanta que esses visitantes indesejados poderão afetar seriamente o progresso da Era Digital.
Precisamos de mais pessoas para combater esse problema? Sim. Muito mais pessoas são necessárias. A intensidade disso é tanta que o “Especialista em Segurança Cibernética” foi indicado como uma das nove profissões “à prova de futuro”.
Mas não se trata apenas de envolver cada vez mais pessoas no problema. Ou, ainda, de desenvolvedores de software fazerem horas extras para aperfeiçoar outro widget de segurança cibernética independente.
A avalanche de malwares e novas variantes, como ransomware, simplesmente evolui com muita rapidez.
O setor precisa de ajuda e ela virá através da automação.
A McAfee recentemente deu início à pesquisa sobre o estado atual da inteligência das máquinas, visto que isso está relacionado à segurança de endpoint: “A aprendizagem de máquina coloca as equipes de segurança em um novo patamar.” Convoco todos que estão realmente interessados em segurança cibernética a conferir essa pesquisa.
Está claro que o machine learning é necessário, mas ela não substitui as pessoas: é uma auxiliar para o trabalho que as pessoas já estão realizando.

Os limites da aprendizagem de máquina
Da mesma forma que precisamos das máquinas, é importante nos lembrarmos do que elas podem e não podem fazer:
A aprendizagem de máquina pode: detectar padrões ocultos nos dados em altas velocidades; aumentar essa precisão à medida que mais dados alimentam seus algoritmos; analisar resultados quando uma violação tiver ocorrido; e acompanhar um grande volume de ataques de rotina.
A aprendizagem de máquina não pode: iniciar respostas criativas, entender o panorama geral; comunicar ameaças entre organizações e sistemas separados; antecipar-se ao círculo de ameaças de novos adversários humanos.
A aprendizagem de máquina será tão boa quanto o algoritmo apenas se tiver “treinamento”. A aprendizagem de máquina não pode existir sem os humanos.
A aprendizagem de máquina torna as equipes de segurança melhores. Isso significa que elas estão mais bem informadas e podem tomar decisões melhores. Conforme novas ameaças forem surgindo, as equipes humanas de segurança sozinhas não conseguirão dar conta do volume e as máquinas sozinhas não poderão dar respostas criativas. As equipes homem-máquina tornam a segurança cibernética mais eficaz sem diminuir o desempenho ou inibir a experiência do usuário.

Aprendizagem de máquina + endpoint
A aprendizagem de máquina permite que a segurança de endpoint evolua continuamente para interromper novas táticas de ataque. Um dos desafios das operações de TI é que os endpoints não ficam abrigados no data center, onde podem estar cercados por camadas de defesa e sob a vigilância de equipes de segurança. Os endpoints estão constantemente em evolução, dentro e fora da rede.
Dessa forma, a segurança do endpoint está em um estado constante de refinamento gradativo, adotando novas técnicas de prevenção para interromper as novas táticas. A aprendizagem de máquina é uma extensão natural para outros métodos de prevenção de malware e o conflito oscilatório constante com hackers e atacantes.
Contudo, localizar a aprendizagem de máquina no cliente isoladamente não é a resposta completa. Existem aqueles que acreditam que as soluções com base em cliente são a melhor forma de interromper o malware antes que sua execução seja iniciada. Outros reivindicam que a aprendizagem de máquina deve ter como base a nuvem, onde os experimentos dos criminosos podem ser analisados.
A McAfee não concorda excessivamente com nenhum deles: achamos que a aprendizagem de máquina deve cobrir ambos. Em resumo, uma solução integrada é a única forma de estar totalmente protegido.
É importante se lembrar também de que a aprendizagem de máquina é apenas um elemento de uma estratégia de endpoint bem-sucedida.

Além do endpoint
E por último, mas não menos importante, existe atualmente um foco muito grande na aprendizagem de máquina de endpoint. A aprendizagem de máquina não é apenas para endpoint: é uma ferramenta valiosa que pode ser usada em vários aspectos da segurança cibernética. A McAfee usa a aprendizagem de máquina, e outros algoritmos de aprendizagem sem supervisão, no portfólio, desde Defesa Avançada Contra Ameaças (ATD) e Segurança da Informação e Gerenciamento de Eventos (SIEM) até Sistemas de Classificação de URL e no Gateway.
Se um analista de segurança precisar de 15 minutos para investigar e resolver um alerta de segurança, ele poderá processar apenas cerca de 30 alertas por dia. Essa fórmula condena as equipes de segurança a padrões reacionários insustentáveis e não permite que o pessoal de segurança desenvolva habilidades de solução de problemas. Os atacantes usam práticas automatizadas para descobrir o que funciona e depois relançam essas táticas para efeito máximo. A melhor forma de as equipes de segurança ficarem à frente nesse jogo é dar tempo para que as pessoas utilizem sua inteligência e criatividade com a finalidade de aprimorar as práticas de segurança e aproveitar as eficiências obtidas com a tecnologia de aprendizagem de máquina para ganhar tempo.
A aprendizagem de máquina na segurança cibernética já existe, e isso é bom. É uma parte fundamental de qualquer estratégia de segurança de endpoint empresarial. Com base no volume e na evolução dos ataques que persistem nos endpoints, a segurança deverá ser capaz de se adaptar sem intervenção humana e deverá fornecer a visibilidade e o foco para permitir que os humanos tomem decisões com base em informações. Portanto, olhe para aquele “robô” como algo que executa as tarefas de rotina e permite que os humanos voem alto.

(*) É VP e Gerente Geral de Soluções de Segurança da McAfee.