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Tecnologia 07 e 08/09/2016

em Tecnologia
terça-feira, 06 de setembro de 2016
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Programas de fidelidade se tornam alvos de ataques cibernéticos

As vantagens oferecidas nesse sistema despertam o interesse dos consumidores e chamam a atenção de hackers

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Diante da crise econômica, os brasileiros estão utilizando mais o cartão de crédito. Pesquisas recentes da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Créditos e Serviços) revelam que, só no primeiro trimestre do ano, o país movimentou R$ 165 bilhões, um aumento de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. E diante do maior número de transações através do método de pagamento, mesmo que involuntariamente, os brasileiros estão colaborando para impulsionar um grande mercado: os programas de fidelidade. Ainda que boa parte dos consumidores recorra ao pagamento como alternativa para o orçamento apertado e como forma de suavizar os gastos, como consequência, mais pessoas estão acumulando pontos nos programas de vantagens.
Atualmente, a modalidade popularizada pelas companhias aéreas se estende aos mais diversos serviços e já estão influenciando o consumidor na hora de optar por determinadas bandeiras: de acordo com pesquisas do setor, quase 1/3 dos consumidores costuma dar preferência àqueles que oferecem a possibilidade do acúmulo de pontos que possam ser convertidos em benefícios. Diante de um crescimento significativo dos programas de milhares essas vantagens não são atrativas apenas para os consumidores, mas também chamam a atenção de cibercriminosos, que usam diversos artifícios para tentar fraudar o sistema e furtar o saldo dos associados. Apesar dos investimentos em sistemas de segurança feito pelas empresas que oferecem esses programas, os hackers ainda encontram meios de burlar a proteção e violar as contas dos consumidores.

Programa de fidelidade cai no gosto do brasileiro
Pesquisas demonstram que em 2015 houve um retorno de R$ 2,8 bilhões em benefícios gerados pelas compras com cartões, devido às várias vantagens oferecidas aos associados, que já não se resumem apenas às milhas trocadas por passagens aéreas, pois, as empresas aumentaram seus portfólios para atrair cada vez mais clientes, incorporando uma infinidade de produtos e serviços às trocas de pontos. Essa medida é uma ferramenta utilizada pelas gigantes do setor para impulsionar o acúmulo de pontos por parte dos associados e driblar a queda na procura por passagens aéreas.
O especialista no setor de milhas aéreas Francisco Lobo afirma que os programas de fidelidade cresceram muito nos últimos anos e ainda há muito espaço para o crescimento do sistema. “Só em 2015 mais de 70 milhões de pessoas aderiram a diversos programas de fidelidade no Brasil, isso aumentou o faturamento desse mercado em 27,1%. Dados das maiores administradoras no mercado de fidelização do país registraram juntas um total de mais de 25 milhões de participantes no ano passado”. De acordo com o diretor da Cash Milhas a entrada do varejo nesse setor contribuiu para o fortalecimento do mercado, e já representa quase 20% do total de pontos acumulados.

Com o crescimento do mercado a modalidade se tornou alvo de fraudes
Dados do Serasa Experian apontam que no último ano 32% das pessoas priorizaram o cartão de crédito para acumular pontos em programas de fidelidade. Esse número significativo desperta o interesse de cibercriminosos. O estudo alerta sobre o risco fraude online. Nos dados do último levantamento o indicador registrou 141.008 tentativas no país, e, também mostrou uma ligação entre grandes eventos internacionais, como as olimpíadas realizadas em agosto no Brasil, e o aumento desse número. Além disso, especialistas em inteligência cibernética estimam que os danos causados por fraudes em programas de fidelidade acumulados durante o período de um ano podem representar mais de R$ 1,5 milhão em prejuízos.
Na maioria dos casos, os criminosos utilizam técnicas para conseguir os dados de acesso de um determinado cliente e invadir sua conta. Logo em seguida, efetuam o desvio de saldos em milhas ou pontos através da emissão de bilhetes para terceiros ou a troca por produtos e serviços. Geralmente a pessoa que teve sua conta invadida nem sequer suspeita que foi vítima de um golpe, e só descobre depois de algum tempo, quando seu saldo já foi totalmente utilizado.

Como proceder caso haja violação da conta
Lobo recomenda que ao notar alguma divergência nos dados pessoais, a falta parcial ou total do saldo de milhas e pontos, o consumidor entre imediatamente em contato com a companhia aérea ou a prestadora de serviço, relatando detalhadamente todas as mudanças ocorridas na conta. “Em transações online é muito importante ser cauteloso, principalmente a pessoa que deseja vender milhas, antes de tudo é necessário verificar a idoneidade da empresa com quem irá negociar” – explica o especialista. Algumas cidades possuem delegacias especializadas em crimes virtuais onde é possível registrar um Boletim de Ocorrência.

Empresas devem ressarcir as vítimas de golpe
De acordo com o Código do Consumidor as empresas que estabelecem relação com o cliente por intermédio da web devem dispor de um sistema seguro. Os eventuais riscos provenientes do uso da internet são de responsabilidade da empresa e fazem parte de suas atividades como prestadora de serviços. O Artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor deixa claro que o serviço também é considerado defeituoso quando não fornece a segurança necessária que o consumidor espera.

Como se beneficiar sem sair de casa
Com a crise econômica que o país vem enfrentando, viajar já não está mais entre as prioridades do brasileiro. Pesquisas afirmam que mais da metade dos brasileiros querem cortar gastos com viagens nos próximos meses. Essa tendência já se reflete na procura por passagens aéreas. Dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) demonstram que a demanda por voos domésticos acumulou, em julho, um ano de retração, já a busca por viagens internacionais nas companhias brasileiras recuou pelo quinto mês consecutivo.
Dólar caro, inflação e desemprego são fatores que contribuem para o índice negativo. A maioria das famílias buscam formas de complementar a renda e evitar gastos. Para quem possui um saldo de pontos acumulados e não pretende viajar, é válido recorrer a empresas especializadas na compra de milhas, que tem ganhado cada vez mais espaço no mercado e podem ser uma alternativa para aqueles que precisam de um dinheiro extra.
De acordo com Francisco Lobo esse tipo de negociação abrange a pontuação dos principais programas do país e também de companhias aéreas internacionais, e os valores pagos geralmente são mais atrativos. “Se o cliente possuir um saldo significativo vale a pena solicitar um orçamento para obter o valor estimado e, assim, decidir se deseja vender seus pontos. Essa transação pode ser até mais vantajosa do que o resgate de produtos e serviços oferecidos pelos programas, visto que o pagamento em dinheiro atende as mais diversas necessidades do consumidor e é recebido diretamente em sua conta” – finaliza (Fonte: Cash Milhas).

A proibição do Waze e o debate sobre a legislação de aplicativos

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A Câmara dos Deputados aprovou recentemente um projeto de lei que proíbe uso de aplicativos e redes sociais que alertem motoristas sobre a ocorrência de blitz de transito. Entre os aplicativos mais populares está o Waze. Em síntese, o projeto institui como infração o ato de conduzir veículo com dispositivo ou aplicativo que alerte a existência de radares e blitz de transito no local.
O texto aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática também prevê que redes sociais como Facebook e Twitter sejam obrigadas a tirar do ar, mediante a ordem judicial, postagens que alertem blitz policial, sob pena de multa.
Tal projeto de lei, além de trazer prejuízos enormes às novas tecnologias, também afronta o Marco Civil da Internet, que prevê a liberdade dos modelos de negócio promovidos na internet, além de promover o direito à inovação de novas tecnologias.
Nesse contexto, há de se ressaltar que o Marco Civil da Internet contempla a liberdade da rede, sem qualquer tipo de restrição e, desta forma, promulgar lei que restringe o acesso a determinado aplicativo, por si só, já está confrontando a lei que rege a atividade na rede.
Por outro lado, se retornarmos ao antigo debate sobre bloqueio dos aplicativos Facebook e WhatsApp, que não colaboram com investigações criminais e, neste ponto, questionar se é mais valioso à sociedade a garantia de sua segurança contra tráfico de drogas, tráfico de pessoas, estupro de vulnerável, terrorismo, dentro outros crimes, ou se é mais importante garantir que o usuário do Waze não saberá onde fica uma blitz policial e, desta forma, trazer eventual prejuízo à arrecadação, visto que poderá fugir da aplicação de multas de transito?
Desde logo, coloco que a proibição do Waze e a proibição do Facebook e WhatsApp são dois assuntos completamente distintos e sem relação.
Todavia, os riscos trazidos pelo modelo de negócios dos aplicativos do grupo Facebook são muito maiores que os riscos trazidos pelo aplicativo Waze e, portanto, passa a ser um ponto de comparação, visto que nosso legislador pretende proibir aquele que traz praticamente nenhum risco à população.
Portanto, isso demonstra que o debate e as questões legislativas de aplicativos e novas tecnologias devem ser mais aprofundadas e colocadas em discussão com a sociedade, com as empresas e os especialistas em Direito Eletrônico e Digital. No entanto, parece que a administração pública está mais preocupada em arrecadar com multas do que em proteger a população.

(Fonte: Renato Falchet Guaracho é advogado especialista em Direito Eletrônico e Digital do escritório Aith Advocacia).

Pokémon Go foi só o começo: a realidade aumentada ainda vai mudar o modo como você faz compras

Luciano Sandoval (*)

A realidade aumentada nunca esteve tão próxima de nós. Apesar dos diversos cases anteriores com a a febre de qr-codes em anúncios e produtos há alguns anos, foi com o Pokémon Go que as pessoas realmente começaram a usar esta tecnologia

A possibilidade de ver os monstrinhos no parque, na rua ou mesmo no sofá da sua casa fez com que as pessoas se divertissem e entendessem de fato o que significa o conceito de realidade aumentada na prática. Com essa familiaridade, torna-se mais fácil apresentar novos projetos de realidade aumentada para diferentes públicos.
A nova febre só é possível graças ao mobile. Hoje é natural vermos pessoas na rua com seus smartphones na mão. Elas procuram um endereço, trocam mensagens ou registram seu desempenho em uma corrida pelo parque. A verdade é que os smartphones são parte da vida das pessoas, que muitas vezes fazem questão de voltar para casa correndo caso tenham esquecido o aparelho em cima do seu criado mudo. Para muitos, é impossível passar um dia sem ele.
A maioria dos novos modelos de smartphones é compatível com realidade aumentada. Uma das características mais interessantes desta tecnologia é como ela consegue adicionar informações em cima de objetos e paisagens reais. Na verdade, existem dois tipos de realidade aumentada: a baseada em um artefato e a que utiliza a geolocalização. Essa definição vem do pesquisador australiano Danny Munnerley, que em 2012 desenvolveu um artigo sobre o tema. Ele explica que a tecnologia baseada em um artefato usa marcadores físicos ou objetos que são escaneados por uma câmera para entrar em ação. Um bom exemplo são os já citados qr-codes. A realidade aumentada por geolocalização utiliza dados do GPS para determinar onde deve ser inserida o objeto digitalmente criado, que o pesquisador chama de POI, Points of Interest (em português, Pontos de Interesse). É o caso do app Pokémon Go.
Além de facilitar nossas vidas, os smartphones e seus apps também podem ter um impacto gigante no mundo dos negócios. Os consumidores buscam constantemente por inovações, e a realidade aumentada pode trazer novidades significativas para a experiência de compra. Existem inúmeras possibilidades que poderiam ser discutidas por dias a fio. Mas minhas principais apostas vão para o uso dessa tecnologia dentro dos pontos de vendas.
Com a realidade aumentada é possível, por exemplo, guiar o cliente até o produto que ele procura. Imagine você dentro do supermercado procurando por uma determinada marca de pasta de dente. Apesar de estar no corredor de produtos de higiene pessoal, você não encontra sua marca favorita. Nesse momento você tira o smartphone do bolso e abre um app desenvolvido pelo supermercado. Digita a marca da pasta de dente e mira com o seu visor para a gôndola. Na hora aparece uma seta piscando, apontando para sua esquerda. Você segue a indicação e descobre que a pasta estava na ponta do corredor. Ou então você digita o nome e aparece na tela uma seta com um número, indicando a quantos metros o produto que você procura está de você. Pode parecer bobagem, já que as lojas têm placas e você sempre pode perguntar a um funcionário da loja, mas pense em como seria interessante. O app pode também vibrar quando o consumidor passa por uma promoção ou indicar onde estão os lançamentos da loja.
Vale destacar também que ter consumidores com um app da sua loja faz com que sua marca seja sempre lembrada. Mais do que uma venda, você oferece uma prática e inovadora experiência para seu cliente, e isso deixa sua loja em destaque em relação aos concorrentes. Este app pode passar a ser uma fonte adicional de receita para os supermercadistas.
Poderíamos pensar também em jogos interativos para entreter as crianças enquanto os pais fazem suas compras. Os pequenos poderiam ser incentivados a encontrar determinados produtos ou a encontrar os mascotes da loja escondidos entre as prateleiras. A brincadeira é divertida para os filhos e ainda ajuda a levar os pais até locais com produtos especiais ou ofertas.
Para dar mais um exemplo, imagine uma versão 3D de um lançamento para o vendedor conseguir mostrar todas as funcionalidades de um determinado produto mesmo sem tê-lo em mãos. Outra possibilidade seria criar o planograma da loja ideal. Especialistas em merchandising vão até o espaço e, através da realidade aumentada, criam uma réplica de como seria o melhor planograma para aquele espaço sem mover os produtos fisicamente. Resumindo: as possibilidades são praticamente ilimitadas.
Muitas pessoas ainda não entendem como a realidade virtual e aumentada pode melhorar o seu negócio, mas certamente estamos diante de uma tecnologia
revolucionária. Isso porque primeiro temos o mundo real. Depois tivemos o avanço da internet e surgiu o mundo digital. Agora estamos vendo no dia a dia das pessoas a mistura dessas duas realidades. O que mais me agrada é que isso não está acontecendo apenas dentro de laboratórios ou em grandes empresas de tecnologia: está acontecendo nas ruas! Pessoas que nem entendem direito como é possível encontra um Pokémon na sua rua estão se divertindo e aproveitando o momento. E este é só o começo. Ainda temos muito trabalho pela frente.

(*) É diretor Comercial e Marketing da MC1 – multinacional brasileira com foco em processos e inteligência de negócios utilizando a mobilidade como plataforma tecnológica.