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Tecnologia 05/09/2019

em Tecnologia
quarta-feira, 04 de setembro de 2019
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Logística 4.0: progredindo com as evoluções tecnológicas

Centros logísticos mais avançados possuem soluções integradas para movimentação e armazenagem de materiais baseados no conceito de Intralogística 4.0

Quando as soluções estão integradas em todas as partes do projeto (estrutura, tecnologia e máquinas), há otimização de recursos, evitando erros que remetam a retrabalhos. Foto: Prestex

Com a Quarta Revolução Industrial — conhecida como Indústria 4.0 — surge também a reestruturação dos processos e atividades logísticas, que acompanham as mudanças requeridas pela transformação digital nos moldes de diferentes mercados. Essa mudança na forma de trabalho de diversificados segmentos trouxe juntamente a chamada Logística 4.0, que proporciona uma cadeia com mais planejamento de serviço e funcionalidade, melhor nivelamento de estoques, diagnósticos preventivos de manutenção de frota e custos menores ao longo dos processos.
Dentro desta filosofia, entre os propósitos almejados pelas corporações, estão: zero estoque, informações disponíveis em tempo real e de fácil acesso, visão integrada da cadeia de suprimentos, tempo de espera reduzido e centros de distribuição inteligentes. Nisto, o cenário objetivado são dados que se cruzam com maior exatidão e assertividade onde o CD logístico das companhias age em sintonia tecnológica, onde a troca e a obtenção de informações são realizadas de forma prática, clara e acessível. Os sistemas possuem comunicação integrada, com acesso inteligente e gestão dinâmica, feita de forma on-line e em tempo real, em perfeita harmonia com a funcionalidade de equipamentos tecnológicos de última geração destinados à movimentação, armazenamento e distribuição.
Para Murilo Marin, gestor comercial das marcas Linde e STILL, o desafio das empresas é se atualizar, e estar mais próximas dos clientes com estruturas práticas e funcionais. Para tanto, é necessário um planejamento e estruturação que leve à implantação da Logística 4.0: “A evolução tecnológica dá as perfeitas condições de que as empresas precisam para se organizar, medir e controlar seus processos. Num pensamento sistêmico de uma organização, devem ser levados em consideração os investimentos em TI, sistemas de vendas, equipamentos tecnológicos, entre outros. O rastreamento dos processos, da produção, do comportamento do maquinário e da performance dos departamentos pode ser confiável com o auxílio de inovações que facilitem e deem mais assertividade à tomada de decisão, por meio de uma leitura detalhada de suas necessidades”.
Com ênfase nesta visão, o Grupo KION, que trabalha com as marcas Linde, STILL, Dematic, e possui como parceira a Águia Sistemas, dissemina o conceito de Intralogística 4.0: “Tornamos acessíveis as inovações tecnológicas integradas para movimentação e armazenagem de materiais de diferentes centros logísticos, indústrias e comércios. Entre as soluções proporcionadas, está o transporte, separação e distribuição de pedidos fracionados e gestão com WCS, acompanhadas de empilhadeiras com tecnologia de ponta e soluções para gestão inteligente de frotas com o FleetManager (da STILL) e o Connect (da Linde), que medem o desempenho e geram mais segurança nas operações”, relata o gestor.
Segundo Marin, a sinergia dessas tecnologias oferece condição para que o Grupo KION preste consultoria ao cliente desde o projeto inicial, ainda na planta, com iniciativas envolvendo soluções criativas que aumentem a capacidade de armazenagem, velocidade e ganho em produtividade com total segurança. “Para implantar soluções nas companhias, é necessário antes uma visita técnica para conhecer quais são os planos de aperfeiçoamento, objetivos e as tecnologias que a empresa já possui e, desta forma — na maioria dos casos —, dar continuidade aos investimentos já realizados, sem a necessidade de reinvestimento”.
Para ele, as empresas que estão se aperfeiçoando dentro desta evolução tecnológica precisam buscar parceiros que tenham know-how no trabalho de coleta de dados e ofereçam soluções conectadas e alinhadas ao propósito almejado pela companhia: “Quando as soluções estão integradas em todas as partes do projeto (estrutura, tecnologia e máquinas), há otimização de recursos, evitando erros que remetam a retrabalhos e outros investimentos em curto espaço de tempo. Ou seja, é possível apresentar num projeto qual será a redução e em quanto tempo o investimento da corporação será pago”.


Como a Indústria 4.0 está revolucionando o mercado de trabalho

Inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, internet das coisas… estes e muitos outros termos estão relacionados à chamada Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, que vem revolucionando o mercado de trabalho com a criação de novas profissões. Um estudo divulgado pela McKinsey afirma que, em 2030, de 3% a 14% da força de trabalho mundial necessitará buscar novas ocupações em razão da automação. Diante de um cenário marcado pelo desemprego em massa, especialmente no Brasil, tais dados podem ser preocupantes, mas, em contrapartida, revelam a necessidade de readaptação de muitos profissionais para novos empregos em crescimento.
No Brasil, o SENAI identificou a criação de 30 novas profissões somente nos próximos cinco anos, com o surgimento de 130 milhões de novos postos de trabalho. Diante disso, é nítido o surgimento de empresas que vêm investindo nas novas tecnologias, como é o caso da Agência Casa Mais, umas das pioneiras em realidade virtual no Brasil, que utiliza a tecnologia para fins diversos como para a elaboração de treinamentos corporativos e, até mesmo, para auxiliar no tratamento de crianças com câncer.
Segundo Fabio Costa, CEO da empresa, a realidade virtual consiste em realizar uma imersão completa do usuário num espaço virtual simulado, com ou sem a sua interação, induzindo efeitos visuais e sonoros. Trata-se de uma tecnologia que vem sendo utilizada por organizações com o intuito de otimizar tempo e custo.
É justamente, com esse objetivo, que empresas como Itaú, Sanofi e Accor Hotéis contratam a Agência Casa Mais para a realização de treinamentos corporativos, que são atividades práticas comuns nas grandes corporações. Todavia, de acordo com Costa, a forma tradicional como muitos desses treinamentos ainda ocorre, por meio de palestras, dinâmicas em grupos, apresentação em power point, acaba contribuindo para torná-los muito cansativos e demorados, além da necessidade de deslocamento de funcionários, que exige alto custo de passagens aéreas e hospedagem, sendo que esse tipo de tecnologia VR pode ocorrer remotamente através dos óculos de Realidade Virtual.
“No treinamento oferecido pela Casa Mais, o colaborador é imerso em um vídeo em 360 graus, onde simulamos em um formato lúdico e interativo situações do seu dia a dia de trabalho. No final do filme ele responde perguntas por meio de um QUIZ para analisarmos o seu desempenho e assimilação do conteúdo em realidade virtual apresentado”, afirma o CEO. Segundo ele, no final, por meio de um aplicativo criado pela empresa, é gerado um relatório com as estatísticas de desempenho de cada colaborador. Tal prática permite à equipe de Recursos Humanos avaliar as principais carências dos seus profissionais.
O empresário acredita ainda que a ferramenta será uma grande aliada da CIPAS – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. “A realidade virtual é uma ferramenta que deve estar dentro de todos os programas relacionados a treinamentos e segurança do trabalhador, especialmente nas indústrias ou em áreas que oferecem riscos aos profissionais, servindo propriamente como complemento dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI”, destaca.
Outro grande avanço proporcionado pela Agência Casa Mais é por meio do seu projeto social chamado Alegria Virtual, que consiste em utilizar a realidade virtual como forma de terapia para ambientes hospitalares. Atualmente, a empresa atende as crianças do Hospital GRAACC – hospital considerado referência no tratamento e pesquisa do câncer infanto-juvenil, na América Latina.
De acordo com o empreendedor, os trabalhos de terapia virtual são conduzidos pela equipe da Agência Casa Mais que levam esperança e alegria para crianças, adultos e seus familiares, apresentando os vídeos em 360 graus através dos óculos de realidade virtual nas alas hospitalares. Com a tecnologia, os pequenos podem vivenciar situações imersivas diversas, como: saltar de paraquedas, mergulhar em alto mar, visitar um safari na África ou até mesmo andar em uma montanha russa, entre diversas outras.
Para Costa, trata-se de exemplos concretos de como a tecnologia está transformando as atividades humanas e demandando novos profissionais qualificados para atuar nas áreas voltadas para a Indústria 4.0. “Há um investimento industrial maciço em tecnologias com o objetivo de alavancar a produtividade. Com isso, novas profissões surgem e o conhecimento em programação computacional passa a ser um dos requisitos básicos para exercê-las. No entanto, um dos entraves enfrentados é a falta de mão-de-obra qualificada que ainda está muito aquém das novas vagas que estão surgindo e continuarão a surgir”.  Por isso, como afirma o empreendedor, a Agência Casa Mais investe na capacitação de seus funcionários para que estes estejam sempre à frente no desenvolvimento de novas tecnologias, como a realidade virtual e aumentada, de modo que possam otimizar tempo e custo na rotina das pessoas.  
A expectativa da Agência, segundo o CEO, que somente em 2018 teve um crescimento superior a 250%, é crescer ainda mais. Atualmente ela também vem investindo em realidade aumentada, tecnologia que consiste em criar um ambiente totalmente artificial, incluindo novas informações digitais no espaço real, como aposta de seu crescimento e do quanto a Indústria 4.0 e o ser humano deverão atuar de forma cada vez mais integrada daqui para frente.