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Tecnologia 05/06/2018

em Tecnologia
segunda-feira, 04 de junho de 2018
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PME – a Indústria 4.0 é para você!

Robôs colaborativos, sistemas, inteligência artificial, nuvem, automação. Se você é uma pequena ou média indústria e não se reconheceu nesses termos, vem comigo, que vou te mostrar como tudo isso é, sim, para você! E mesmo que o seu parque de máquinas seja mais antigo, este não será um impeditivo para você vivenciar os benefícios da Manufatura Avançada

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Angela Gheller Telles (*)

Falando dos equipamentos que já estão na sua planta, a ideia não é jogar tudo fora e começar do zero, há diversas alternativas para modernizá-los usando apenas sensores e softwares. Com o conceito de smart retrofit, conseguimos melhorar a performance das máquinas antigas e, ainda, evoluir a sua função operacional, fazendo com que elas passem a gerar dados – a cereja da Indústria 4.0!

O próximo passo é adicionar uma camada de controle ao chão de fábrica, com um sistema de Manufacturing Execution System, o famoso MES. Ele vai garantir o monitoramento online da produção e coleta de informações do chão de fábrica, transformando-as em algo útil e preditivo para a produção (além de eliminar quaisquer anotações em pranchetas/ papel, o que é totalmente inadequado). Parece difícil? Mas e se isso estiver ao seu alcance, assim como a assinatura de Netflix na sua casa? Pois é, já é possível colocar um software especializado na sua empresa por meio de uma mensalidade. Ficou mais fácil e acessível do que pensava, não é?

A palavra-chave para a manufatura é produtividade. Em um cenário em que a indústria consolidou um canal direto com os consumidores, os seus novos comportamentos e demandas por personalização e agilidade nas entregas também passaram a impactá-la diretamente. Dessa forma, potencializar a sua eficiência é o caminho para garantir a sobrevivência dos negócios – e, para ajudar a acelerar este processo, surge um novo personagem, o robô colaborativo.

Talvez, neste momento, você, de pequeno ou médio porte, diga – categoricamente – que isso não é viável para a sua empresa. Mas, calma. Vou explicar de que forma isso é possível e como eles podem transformar a sua operação.

O fenômeno da robotização é antigo nas indústrias, teve início nos anos 1950, nos Estados Unidos e, atualmente os robôs colaborativos tem ganho espaço significativos dentro da manufatura avançada. Deixaram de ser apenas ferramentas de automação para incorporarem novas tecnologias, otimizando processos, aumentando produtividade, ajudando na transição para customização em massa e eliminando riscos ligados a saúde dos operadores.

Mas como colocar isso em uma pequena indústria, pensando que uma máquina dessas custa algumas dezenas de milhares de reais? Aluguel! É isso mesmo – locação de robôs colaborativos. Você paga uma mensalidade, que é rapidamente revertida em maior lucratividade. Existem pesquisas que confirmam isso, como a do Boston Consulting Group (BCG), que diz que, até 2025, as novas gerações de robôs inteligentes irão permitir um aumento de 30% na produtividade global da indústria e uma redução de 16% nos custos totais.

Além disso, no último dia 14 de março, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou um conjunto de medidas para auxiliar o setor produtivo, em especial para as pequenas e médias indústrias. As iniciativas preveem um amplo suporte aos empresários que pretendem iniciar ou dar continuidade à sua transformação digital, rumo à Indústria 4.0, entre elas financiamentos e investimentos de recursos públicos e privados.

A inteligência artificial vem para organizar todo este volume imenso de dados gerados por diferentes fontes (sensores de Internet das Coisas, softwares ou informações de mercado) e colocar uma análise poderosa em cima disso, capaz de prever cenários e dar insights para que o gestor tome decisões estratégicas e assertivas. Parece impossível? De novo, é como usar o Spotify – uma assinatura e esta plataforma de IA passa a atuar a favor dos seus negócios.

Sim – a Indústria 4.0 é para você! Tudo está disponível e acessível, não importa o tamanho da sua operação. Só é preciso começar, ou vai me dizer que ainda faz os seus controles em pranchetas de papel?

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(*) É diretora dos segmentos de Manufatura e Logística da TOTVS.


Erros no cadastro de produtos podem impactar seu e-commerce

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Em um setor em contínua expansão como o varejo eletrônico, que registrou um crescimento de 12% em 2017 e uma projeção de 15% para 2018, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), é maior o número de empreendedores que apostam nessa área. Em contrapartida, é comum que ocorram erros no desenvolvimento da loja e no cadastro de produtos, podendo impactar diretamente a performance do e-commerce.
Essas falhas podem ser acarretadas pela falta de um processo de vendas focado na experiência do usuário (UX), fazendo com que os lojistas sejam obrigados a utilizar estratégias comerciais que envolvem preço, cross-selling e upselling, deixando a qualidade das informações em segundo plano. Além disso, os fabricantes dos produtos comercializados também são omissos no que tange os mecanismos de gestão de catálogo, deixando o cadastro dos itens e seus descritivos por conta da equipe das lojas eletrônicas, que normalmente possuem outras atribuições, como a área comercial, o setor de vendas e o marketing. Somado ao grande volume de mercadorias que as equipes desses estabelecimentos precisam atender, é comum que registros sejam feitos com pouco critério de revisão e qualidade.
Como consequência, o e-commerce perde relevância e os usuários deixam de acessar a loja, havendo uma queda do faturamento da empresa. Confira quais são os principais erros e como mitigá-los.

Taxonomia confusa
A taxonomia no varejo eletrônico é a segmentação e classificação dos produtos. Com a falta de organização no momento do cadastro dos itens entre categorias e subcategorias, a loja se boicota ao dificultar a localização por parte do usuário.
Padronização do título

As nomenclaturas devem apresentar um padrão e ter uma lógica por trás para facilitar o seu entendimento. Essa estrutura deve ser dividida em nome funcional + marca + quantidade. Assim, o consumidor consegue saber detalhes, aumentando as chances de conversão.

SEO
É aplicado para as técnicas de marketing que consistem na melhora do posicionamento nos mecanismos de busca. No varejo eletrônico, existe uma falta de conhecimento sobre quais os termos utilizados pelo fabricante devem ser empregados para indexar a mercadoria nos buscadores. Os lojistas pecam ao esquecer que os consumidores não são especialistas. Então, é comum que a procura seja feita por termos mais simples e genéricos.

Falta de detalhes
Explicações que não ajudam no entendimento do cliente e não sanam suas dúvidas não são viáveis. Anúncios sem informações como tamanho, peso, medidas, variantes de cor, material, modo de uso ou aplicação e principais diferenciais acabam por não vender. O conteúdo faz o mesmo papel de um vendedor na loja física, que deve esclarecer o consumidor para promover uma compra sem inseguranças.

Falhas no Português
Erros de gramática ou concordância demonstram falta de zelo com o fabricante e com o próprio usuário, além de tirar toda a autoridade e relevância da página.

Poucas imagens
Fotos com baixa qualidade e tiradas de poucos ângulos não ajudam na venda, muito menos na explicação dos atributos de uma mercadoria e nem a distância dos concorrentes. Portanto, aposte em imagens boas, autênticas e em posições para garantir o destaque na loja virtual.

Estratégia é a alma do negócio
Para mitigar problemas, é preciso que o gestor volte para a fase de estratégia e planejamento, produzindo um padrão que seja eficiente para seus produtos ou loja. Ao desenvolver um novo método, o processo deve ser mais ágil e garantir a excelência na elaboração dos conteúdos, que devem ser originais e atrativos, levando em conta quais são as palavras com maior relevância para os buscadores e os usuários, prestando atenção aos detalhes, curiosidades e especificações técnicas.
A tecnologia pode auxiliar nessa transação por meio do uso de soluções de catálogo ou sistemas de gestão de informações de produtos. Dessa forma, todos os dados e materiais do portfólio passam a ser gerenciados em um canal único, facilitando a gestão e o desenvolvimento.

(Fonte: Flavio Salomão é CEO da ISEE E-CONTENT SOLUTIONS, empresa especialista em gestão e criação de conteúdos de produtos para e-commerce. http://isee.com.br/).

Automação e desemprego: como resolver essa questão?

Fabrício Vendichetis Martins (*)

Seu emprego está seguro? Provavelmente não. A automação e o desenvolvimento de novas tecnologias têm transformado o mundo do trabalho. E está difícil prever quem estará ou não empregado no futuro

De um lado, alguns especialistas defendem que novos empregos vão começar a surgir. Do outro, temos previsões nada amigáveis para os trabalhadores. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford aponta que 63,9% dos empregos no mundo estão ameaçados pelas novas tecnologias. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse número é 57%. De acordo com a consultoria McKinsey, até 2030, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação, e isso apenas no Brasil.
Países que tem a indústria como seu principal negócio serão os mais atingidos. Na Etiópia, 85% dos empregos correm o risco de desaparecer; na China, 77%. Em contrapartida, no Reino Unido o número é de 35%. Os dados são da pesquisa da Universidade de Oxford. A explicação é simples: as indústrias já estão passando por um amplo processo de automação, com robôs operários dominando as linhas de produção. Desde 2010, o número de robôs industriais cresce 9% ao ano no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Frear a automação não é uma opção viável, pois ela gera economia para as organizações e, consequentemente, mais riqueza para os países. E qual empresa não sonha em dobrar sua produção sem aumentar o investimento? Os efeitos sociais, como o possível crescimento do desemprego, não são vistos como um problema imediato.
Não podemos impedir a nossa sociedade de evoluir, mas qual o real custo da automação? Devemos tratá-la como algo inevitável – quase uma “seleção natural” – ou podemos interferir no seu curso?
O fundador da Microsoft Bill Gates, famoso por defender causas sociais, assustou muitos empresários ao defender a criação de um imposto para robôs. A ideia era taxar a automação de forma diferenciada para criar um fundo social de ajuda para os trabalhadores que perderam suas funções para as máquinas.
Com uma visão mais pessimista, Martin Ford (autor do livro “Rise of the Robots”) acredita que o mundo está prestes a enfrentar um período de desemprego em massa, causando um colapso financeiro. Uma solução possível seria a criação de um salário mínimo social, medida já estudada por países como Finlândia e Holanda.
As mudanças na forma como trabalhamos e produzimos nossas riquezas são irreversíveis. Nossa economia mudou e a sociedade deve passar por tempos complicados por causa disso. Não existe uma fórmula pronta para resolvermos essa equação, pois o momento ainda é novo. A tecnologia certamente já alterou a forma como muitos empregos funcionam, chegando a eliminar algumas funções, mas medidas efetivas precisam ser tomadas por nossos governantes. A questão social afeta toda a população e infelizmente não vejo uma ação real sendo executada. É preciso tomar uma atitude agora para ao menos amenizar as preocupantes consequências dessa eliminação em massa de empregos.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) lançou em março do ano passado um desafio global para o desenvolvimento de ações de estímulo à criação de empregos. Quem conseguir desvendar essa charada leva para casa um prêmio de mais de US$ 1 milhão. Não vejo nossos governantes com este nível de preocupação.
Apesar do aumento da riqueza do país, como um todo, grande parcela da população corre o risco de aumentar os números da pobreza no Brasil. Essa não é uma realidade exclusivamente verde e amarela, mas precisamos enxergar nossa realidade e começar a cobrar medidas de nossos governantes. A automação é um avanço tecnológico extremamente positivo, mas jamais podemos nos esquecer de suas sérias consequências sociais.

(*) É CEO da Indigosoft – startup que oferece soluções de automação digital, focadas em simplificar o trabalho diário de empresas de todos os segmentos, além de consultoria especializada. Mais informações em: http://www.indigosoft.tech