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Talvez em breve tenhamos um reator nuclear na Lua

em Tecnologia
terça-feira, 28 de março de 2023

Há uma corrida global em andamento, visando levar os humanos de volta à Lua, aparentemente com Estados Unidos, Japão e China à frente dos demais concorrentes.

Vivaldo José Breternitz (*)

No entanto, para que não sejam possíveis apenas viagens do tipo “bate e volta”, é necessária infraestrutura que permita aos astronautas viver e trabalhar ali por períodos maiores – e uma das partes mais importantes dessa infraestrutura é o fornecimento de energia.

Para esse fim, a Agência Espacial do Reino Unido concedeu financiamento à Rolls-Royce para que construa um reator nuclear capaz de ser transportado e operar em uma futura base lunar. Esse financiamento, da ordem de US$ 3,5 bilhões, soma-se a outro anteriormente concedido para os estudos iniciais acerca do assunto.

Engenheiros e cientistas da Rolls-Royce estão trabalhando para fabricar um microrreator com capacidade de funcionar independentemente da luz solar disponível ou de sua localização – no momento, a Rolls-Royce estima que o microrreator poderá ser levado à Lua em 2029.

O anúncio do financiamento ocorre logo após a NASA e a Axiom Space terem anunciado o novo protótipo do traje espacial que os astronautas da missão Artemis III usarão na Lua; a NASA pretende que a Artemis III seja lançada em dezembro de 2025. A NASA também planeja construir, mais à frente, uma base na superfície de nosso satélite.

Nos próximos anos, provavelmente veremos muitos avanços em todas as áreas que envolvem viagens espaciais. Em fevereiro passado, a Agência Espacial do Reino Unido anunciou estarem disponíveis verbas para empresas do país que pretendam construir sistemas de comunicação e navegação a serem usados em futuras missões lunares. Todas essas iniciativas estão inseridas no programa Moonlight, da Agência Espacial Europeia, que pretende auxiliar na criação de serviços de comunicações e e navegação na Lua, dando suporte a missões de natureza institucional e comercial que visem explorar nosso satélite, objetivando a criação, evidentemente que em prazo mais longo, do que vem sendo chamado Economia Lunar.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas