94 views 3 mins

Stanford publica seu relatório anual sobre inteligência artificial

em Tecnologia
quarta-feira, 09 de abril de 2025

No último dia 7 de abril pesquisadores da Universidade de Stanford publicaram mais uma edição de seu relatório anual detalhando a crescente influência das tecnologias de inteligência artificial na sociedade e na economia global.

Vivaldo José Breternitz (*)

A Universidade publica seus relatórios anuais sobre o estado da indústria de IA desde 2017. A edição deste ano tem mais de 430 páginas e chega em um momento crítico, à medida que a influência dessas tecnologias é cada vez maior, com o surgimento de sistemas de IA cada vez mais capazes e sofisticados.

O relatório contém uma análise aprofundada dos mais recentes modelos de IA e estudos sobre algumas das novas tendências mais impactantes da indústria. Também analisa o papel crescente da IA em áreas como ciência e medicina e a crescente ênfase em práticas de IA responsáveis.

De acordo com o relatório, os desenvolvedores de IA continuaram a fazer grandes progressos em termos de desempenho de seus sistemas, que obtiveram pontuações recordes em benchmarks estabelecidos para testar os limites de sistemas avançados de IA.

Além dessas conquistas, o ano passado também testemunhou avanços significativos em áreas como vídeo gerado por IA e agentes de IA, que são sistemas autônomos capazes de realizar tarefas com supervisão mínima.

O relatório afirma que os EUA ainda lideram em termos de modelos de alto desempenho, mas, preocupantemente para o país, a China está diminuindo rapidamente essa diferença. Em 2024, organizações sediadas nos EUA lançaram 40 “modelos de IA notáveis”, em comparação com apenas 15 de empresas chinesas e três da Europa. No entanto, os modelos chineses fizeram progressos impressionantes, alcançando quase a paridade com seus equivalentes americanos em benchmarks importantes.

O relatório constatou que os custos na área vêm caindo rapidamente – aqueles relativos a hardware caíram 30% e o consumo de energia caiu 40% nos últimos 12 meses. O relatório observa também que regiões como o Oriente Médio, o Sudeste Asiático e a América Latina conseguiram lançar no ano passado seus primeiros sistemas poderosos de IA.

No entanto, o relatório observa que mesmo os principais desenvolvedores de IA ainda estão lutando para fazer com que seus sistemas igualem as capacidades dos humanos em termos de habilidades de raciocínio.

Estudos como este devem ser acompanhados pelos envolvidos com IA, de forma a que possam subsidiar a tomada de decisões corretas na área.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].