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Robôs ajudam a superar a falta de mão de obra

em Tecnologia
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

As baixas taxas de desemprego nos Estados Unidos levaram a um grande aumento no número de robôs instalados nas indústrias do país.

Vivaldo José Breternitz (*)

Apesar de uma pequena queda no final do ano, causada pelas expectativas de crise econômica, empresas, predominantemente localizadas nos Estados Unidos, mas incluindo algumas no Canadá e no México, encomendaram pouco mais de 44 mil robôs em 2022, um aumento de 11% em relação ao ano anterior e um novo recorde, de acordo com dados compilados pela Association for Advancing Automation, uma organização do setor também conhecida como A3. O valor dessas máquinas chegou a US$ 2,38 bilhões, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

A “escassez de mão de obra não parece estar diminuindo”, disse Jeff Burnstein, presidente da A3. Muitas empresas, lutando para encontrar trabalhadores em meio à menor taxa de desemprego dos EUA desde 1969, veem a automação como uma solução rápida.

Mais da metade dos pedidos de robôs no ano passado veio de montadoras e seus fornecedores, um grupo que há muito lidera o processo de automação industrial. Novas fábricas de veículos elétricos e baterias foram anunciadas desde o início de 2021, com investimentos da ordem US$ 160 bilhões.

A maioria dos robôs encomendados no ano passado será usada para manuseio de materiais – uma definição ampla que inclui todos os tipos de movimentação de mercadorias dentro de fábricas e armazéns.

Outro exemplo do uso de robôs em ambiente industrial pode ser observado na grande fábrica da Closure Systems International em Crawfordsville, Indiana, que produz, entre outras coisas, tampas para garrafas de refrigerantes e embalagens de alimentos, que passou a usar robôs para embalar seus produtos e planeja utiliza-los para o controle de qualidade na linha de produção.

Os robôs vão ajudar a evitar o que aconteceu durante a pandemia, quando 30% da fábrica ficou parada por falta de mão de obra – faltou pessoal disposta a ganhar 15 dólares a hora.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.