É ponto pacífico que a adoção generalizada de painéis solares em todo o mundo poderia reduzir significativamente as emissões de carbono e desacelerar as mudanças climáticas.
Vivaldo José Breternitz (*)
O Reino Unido planeja dar um grande passo nesse sentido, estando em cogitação legislação que exigirá painéis nos telhados de quase todas as novas residências a serem erigidas naquele país – segundo o jornal Times as novas regras devem entrar em vigor em 2027.
De acordo com as informações disponíveis, a nova legislação exigirá que cerca de 80% das novas edificações cubram 40% da área de seus telhados com painéis solares. Outros 19% das novas construções teriam exigências menores devido a fatores como ângulo do telhado, orientação e sombra; cerca de 1% poderá estar isento em função causas diversas.
Acredita-se que a construção de uma residência de tamanho médio ficará cerca de £ 4 mil mais cara (cerca de R$ 30 mil), mas em quatro anos esse custo seria compensando pela economia de energia gerada pelos painéis. Se implementada, a iniciativa aproximaria o Reino Unido de sua meta de descarbonizar sua rede elétrica até 2030.
Espera-se também que sejam anunciados empréstimos governamentais para a instalação de painéis solares em residências existentes, mas os custos para instalação em edificações antigas são muito maiores do que no caso das novas residências.
Embora os painéis possam reduzir drasticamente as contas de energia, a adoção em massa também pode desequilibrar as redes de distribuição, trazendo quedas de energia – isso tem acontecido em alguns lugares, como na Austrália. À medida em que energia solar e eólica for se disseminando, essas redes precisarão ser adequadas.
De qualquer forma são boas notícias, com a energia solar substituindo a queima de combustíveis fósseis, altamente poluentes.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – [email protected].
