No dia 1º de novembro passado a temperatura média da superfície dos oceanos na região situada entre os paralelos 60 norte e 60 sul foi de 20,79 ºC, a mais elevada registada até agora e 0,4 ºC acima das médias do período.
Vivaldo José Breternitz (*)
A grosso modo, o paralelo 60 norte passa pelo meio do Canadá, Rússia, Suécia e Dinamarca. Já o 60 sul praticamente passa apenas pelo mar, ficando abaixo da extremidade da América do Sul.
As informações são do Copernicus, um programa da Agência Espacial Europeia e da Comissão Europeia, que reúne dados coletados por satélites e sistemas de medição terrestres, aéreos e marítimos.
Esse novo recorde se soma ao de 17 de novembro, que foi o primeiro dia em que a temperatura global (da superfície e do ar) ultrapassou 2 graus acima dos níveis pré-industriais, chegando a 2,07 ºC acima da média para o período 1850-1900.
Segundo especialistas apenas o fenômeno El Niño acontecendo no Pacífico equatorial não é suficiente para explicar o aumento da média de temperatura dos oceanos; também foram registrados números fora do normal no norte do Pacífico, no Atlântico e no Mediterrâneo.
Esses números devem confirmar 2023 como o ano mais quente de toda a história; esperamos que despertem a sociedade para os problemas cada vez mais sérios que enfrentaremos se o assunto não receber a atenção que merece.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.