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Oracle pode vir a usar energia nuclear

em Tecnologia
segunda-feira, 23 de setembro de 2024

A Oracle obteve licenças para construir três pequenos reatores atômicos modulares (SMRs – Small Modular Reactors) para gerar energia mais barata para seus centros de dados voltados à inteligência artificial.

Vivaldo José Breternitz (*)

Os SMRs são reatores miniaturizados de tamanho semelhante aos usados em embarcações como submarinos e porta-aviões. No entanto, como não precisam ser construídos para operarem no espaço reduzido disponível em um navio de guerra, esses SMRs podem ser planejados sem tantas preocupações em termos de tamanho, o que faz com que sejam mais baratos, inclusive para operação.

Há problemas, porém: as populações das áreas próximas aos centros de dados que serão alimentados pelos SMRs certamente se oporão à sua instalação – afinal ainda estão na lembrança de todos os acidentes ocorridos nas usinas de Chernobyl e Fukushima.

Além disso, a Oracle também precisaria lidar com questões de segurança relativas ao combustível nuclear, porque esse material é perigoso, especialmente se cair em mãos erradas.

No entanto, como disse o fundador, presidente executivo e CTO da Oracle, Larry Ellison, a empresa está ansiosa para colocar esses reatores em funcionamento, reduzindo os custos de energia gerados por seus 162 centros de dados, ativos e em construção em todo o mundo; esses centros consomem cada vez mais energia ao processarem aplicações de inteligência artificial. Note-se que os centros em construção tendem a ser cada vez maiores e consumirem mais energia.

A Oracle não é a primeira empresa a considerar a energia nuclear – a Microsoft vem estudando o assunto há algum tempo.

No entanto, mesmo que supere os problemas já mencionados, as estimativas mais otimistas estimam que os primeiros SMRs começarão a entrar em operação no início da década de 2030.

Enquanto isso, os centros de dados terão que encontrar outras fontes de energia para alimentar seus sistemas de inteligência artificial – por enquanto, a eólica e a solar são as candidatas mais óbvias.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].