Já pensou em duplicar sua empresa? Literalmente, criar uma cópia e, nesta cópia, aplicar conceitos tecnológicos, testar produtos que possam melhorá-la, criar cenários prósperos ou prever quedas financeiras, entre outras coisas?
Isso é possível.
André França Cardoso (*)
A pandemia da Covid-19 acelerou a digitalização dos negócios e alavancou o e-commerce no Brasil, por conta do fechamento das lojas de rua e o crescimento necessário do comércio virtual. Neste cenário, os dados se tornaram um ativo de valor inestimável. Segundo dados do estudo Webshoppers (Ebit/Nielsen & Bexs Banco), o faturamento do e-commerce cresceu 41% em 2020, somando mais de 194 milhões de pedidos feitos por consumidores brasileiros no último ano. O levantamento ainda ressalta que essa foi a maior alta percentual desde 2007. Dentre os varejistas em destaque, lojas de departamento concentraram 84,3% das compras online em no ano passado. As redes de artigos esportivos, segundo segmento mais popular, geraram 2,8% do faturamento.
Outro dado importante do estudo é o crescimento previsto para o e-commerce brasileiro em 2021: 26% com um faturamento de R$ 110 bilhões. De acordo com o levantamento, estima-se um aumento de 16% no número de pedidos e de 9% no valor médio das vendas. Vale ressaltar que essa transformação digital passa por diversos fatores importantes como: a gestão de dados e a maturidade logística para agilizar a entrega em busca da eficiência operacional. Recursos que irão contribuir para a expansão das compras online.
E o empresário que apostou no mercado virtual tem como eixo central de seu negócio o gerenciamento de seus dados para a efetivação dos resultados. É essencial gerenciar os riscos operacionais da empresa por meio da centralização, organização e melhoria na inteligência no trato das informações. E, atualmente, as ferramentas e estratégias dessa gerência são fundamentais para alavancar as vendas.
E o bom resultado se traduz em mais negócios: empresas que adotaram o MDM de Pessoas, por exemplo, aumentaram em até 15% a recorrência de compras. Ou seja: dados bem tratados se traduzem em maior eficiência e qualidade, o que, por sua vez, motiva os consumidores a comprarem mais. O investimento em um trabalho de inteligência de dados permitiu que muitas empresas alcançassem um novo patamar em suas operações e pudessem traçar uma nova estratégia de negócio a partir do seu banco de informações.
Outro fator fundamental para a alavancagem dos negócios é o marketing. O uso do MDM de Pessoas, por exemplo, permite um incremento de até 30% no resultado das campanhas de marketing para aquisição de novos clientes e na efetividade das campanhas de venda trabalhando o perfil de consumo dos clientes.
Esse conhecimento vem da chamada “visão única 360 graus” do cliente, ou seja: os dados apontam o que ele deseja adquirir em termos de produtos e serviços, o quanto se dispõe a gastar, a região em que se encontra e até qual seria o melhor canal de contato – esta informação, alias, responde por incrementos de 35% nos negócios.
O consumidor não está mais no papel passivo de quem simplesmente se deixa convencer por alguns argumentos de marketing. Com todas as opções que o cliente dispõe, nunca foi tão difícil conquistar e fidelizar. Mas temos os dados, uma riqueza para quem souber explorá-los e realmente transformá-los em elemento central das suas estratégias.
Portanto, o sucesso do e-commerce brasileiro passa diretamente pelo uso efetivo dos dados como vantagem competitiva. A utilização de ferramentas e estratégias personalizadas para o negócio resultam em um aprimoramento dos resultados de venda, logística, fidelização e relacionamento com o cliente e fornecedores. Os dados são um tesouro que o empresário deve lapidar diariamente.
(*) É CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de Dados, que atende empresas como Natura,
Gol, Santander e Sodexo