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O que você arquivou em redes sociais pode ser perdido

em Tecnologia
quinta-feira, 25 de maio de 2023

Há alguns dias, o Google anunciou que a partir de dezembro de 2023 excluirá contas pessoais inativas há mais de dois anos.

Vivaldo José Breternitz (*)

Fotos, e-mails e documentos arquivados nessas contas serão deletados; vídeos do YouTube não serão removidas, pois isso poderia levar à destruição de videoclipes de valor histórico.

Ainda não há maiores detalhes acerca da medida anunciada, como se o Google abrirá exceções para contas inativas em função de ações na justiça ou porque pertencem a pessoas presas ou incapacitadas do ponto de vista médico.

A empresa diz que a nova política tem como objetivo aumentar a segurança, já que contas antigas são mais vulneráveis ​​a hackers, provavelmente não usam autenticação de dois fatores e tendem a usar senhas menos rigorosas.

Também recentemente, o Twitter informou que eliminará contas inativas há muito tempo; isso causou alvoroço, principalmente entre pessoas que não querem que as contas de seus entes queridos falecidos sejam excluídas – cerca de 180 mil pessoas morrem a cada dia.

As mudanças anunciadas por essas empresas são um lembrete de quão frágeis são nossas vidas digitais e quão pouco controle temos sobre sua preservação. Com o armazenamento em nuvem, desenvolvemos uma expectativa, ou fantasia, de que nossos dados e espaços digitais durarão para sempre – o fim do Orkut e do Friendster, há cerca de uma década, não foi suficiente para alertar as pessoas a respeito do problema.

Embora o Google tenha alegado razões de segurança como o principal motivo de sua nova política, acredita-se que razões de custos também sejam importantes; embora os custos de armazenamento de dados tenham diminuído cerca de 90% na última década, o volume de dados que as pessoas armazenam cresce exponencialmente – apenas em termos de e-mails, é oportuno registrar que 347 bilhões deles são enviados a cada dia.

Outras considerações incluem o impacto ambiental gerado pelo funcionamento dos computadores que processam e armazenam esses dados.

Uma boa medida seria pensarmos em formas alternativas de armazenamento do que realmente for importante, utilizando para isso HDs externos, fitas magnéticas e outros.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas