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O Pathfinder1, um gigante dos ares

em Tecnologia
sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Saiu pela primeira vez do hangar em que foi construído, no Moffett Field da NASA, o protótipo de uma das maiores aeronaves de todos os tempos, o Pathfinder 1, um dirigível elétrico fabricado pela LTA Research com financiamento de Sergey Brin, um dos fundadores do Google.

Vivaldo José Breternitz (*)

Com 124,5 metros de comprimento, igual à soma do de três dos maiores Boeings 737, é a maior aeronave construída desde o gigantesco dirigível Hindenburg da década de 1930 e é capaz de transportar toneladas de carga por muitas centenas de quilômetros.

O Pathfinder 1 está iniciando um período de testes que deve durar um ano. Utiliza hélio estável em vez de hidrogênio como gás de sustentação, mantido em 13 células gigantes de nylon. Uma estrutura rígida formada por treze mil peças de fibra de carbono e titânio forma um esqueleto protetor ao redor das células de gás, envolvidos por Tedlar, um material resistente às intempéries e usado nos revestimentos destinados a reduzir a possibilidade de incêndios no interior de aviões.

Doze motores elétricos alimentados por geradores a diesel e baterias permitem decolagem e aterrissagem verticais e podem levar o Pathfinder 1 a uma velocidade de até 120 km/h.

Os testes inicialmente acontecerão a apenas alguns metros do solo, com o dirigível amarrado a um mastro e em seguida, serão realizadas manobras simples ao redor de Moffett Field, até chegar a testes nas condições em que a máquina será utilizada. Nos testes estarão a bordo dois pilotos ao invés do piloto único que o dirigível necessita.

Em um momento em que se fala em aviões movidos por eletricidade e hidrogênio, com capacidade de decolar verticalmente e outras novidades tecnológicas que se aproximam, é bastante provável que os dirigíveis serão apenas uma solução parcial, um nicho no mundo do transporte aéreo, mas que poderão reduzir sensivelmente a pegada de carbono das viagens aéreas.

Outro nicho importante pode ser seu uso para resposta a desastres naturais como terremotos, erupções vulcânicas e furacões. Sergey Brin também financia uma organização sem fins lucrativos chamada Global Support and Development, que visa fornecer ajuda humanitária tão logo esses tipos de desastre aconteçam.

Apesar de seu ar retrô, espera-se que o Pathfinder 1 seja o primeiro membro de uma família de dirigíveis que possa realizar tudo de bom que dela se espera.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.