Qualidade da comunicação com o mercado determinará quem sairá da pandemia financeiramente ileso e quem verá o vírus levar seu negócio a UTI
Gláucia Civa Kirch (*)
Não importa o canal, o meio, a hora: as notícias não estão leves, nen fáceis de ouvir. A pandemia do novo Coronavírus não arrefece, o isolamento social não pode ser liberado, a economia segue represada e as empresas, prejudicadas.
É péssimo, mas é fato. Não há como negar. A realidade difícil já se instaurou e agora só há dois caminhos: um pela sombra, aproveitando o momento para alavancar o que possa ser oportunidade de venda, outro pelo sol de rachar, que torra as chances na falta de ação e culmina em uma morte triste, mas anunciada, no árido solo da infertilidade criativa.
A tal estrada à sombra depende de uma estratégia bem formulada e bem executada de comunicação e marketing. É hora de pegar o megafone e fazer com que, de seus redutos de confinamento obrigatório, seus clientes ouçam o que você tem para oferecer e entendam de forma clara e persuasiva como isto pode ajudá-los em suas necessidades atuais.
Não se trata de criar um produto ou serviço novo, adequado ao momento: ao contrário, é hora de verificar o que se tem, adaptar ao modelo de funcionamento da sociedade durante a pandemia e fazer a oferta de forma afunilada a cada público-alvo.
Nesta estratégia é que entra o poder do marketing. É o time de marketing, seja ele interno, seja uma agência terceirizada, que irá pensar o que e como trabalhar para cada público, em quais canais, com qual frequência. É a qualidade da comunicação com o mercado que determinará quem sairá da pandemia financeiramente ileso e quem verá o vírus levar seu negócio a UTI.
Ferramentas como as redes sociais, o inbound e outbound marketing, a comunicação via imprensa e o contato direto empresa-público, projetado e anonimamente mediado por um time potente de marketing, não são importantes agora: são vitais.
O seu cliente ainda está lá, só que em casa. Só que perdendo os clientes dele e precisando que você ofereça formas de ajudá-lo a segurar as pontas ou a retomar o crescimento. Só que necessitando de novos modelos de entrega para coisas que estava acostumado a achar que “só fisicamente”. Só que aflito, ansioso, cheio de dúvidas sobre o presente e o futuro, ávido por soluções. E é nisso o que sua comunicação e seu negócio precisam focar agora: que problemas é possível solucionar com aquilo em que você é bom.
Neste momento, marketear esta solução, esta oferta perfeita para o público que está lá isolado, será seu trunfo. Faça – ou chame quem faça – marketing. Não espere, não vai haver um depois para quem não pensar e agir nisso agora.
Não é algo que se possa ter o luxo de duvidar. São dados computados: segundo um estudo do SEBRAE, cerca de 600 mil pequenos negócios fecharam no Brasil desde o início da pandemia do novo Coronavírus. No mesmo período, 30% dos empresários brasileiros já precisaram buscar empréstimos para manter suas operações, mas 59,2% deles receberam somente um NÃO.
Entre as grandes empresas, não há índices significativos de fechamento, mas as taxas de suspensão de contratos e de demissões vêm aumentando, em função da queda nas receitas ou da projeção de prejuízos no futuro próximo. Setores foram altamente impactados – como o varejo, a área de entretenimento, turismo, eventos, hotelaria e outras. A economia brasileira recebeu uma das piores previsões já vistas: conforme o FMI, o PIB do país sofrerá uma queda cinco vezes maior que a média das nações emergentes em 2020, caindo espantosos 5,3%, o que equivale a uma redução perto de R$ 400 bilhões na economia nacional e se reflete no maior tombo econômico local desde 1901.
Não estamos sozinhos (infelizmente): globalmente, o FMI também prevê queda no crescimento da economia em razão da pandemia, crendo em uma retração na casa dos 3%.
É um cenário bem preocupante. Mas não é um cenário de dúvidas: há a certeza de que é preciso investir em adaptar os negócios às necessidades do momento e se comunicar correta e eloquentemente com o mercado. Quem fizer isso sairá melhor deste momento crítico. Quem não fizer, precisará contar com a sorte – mas, como todos os noticiários não nos deixam esquecer, ela não tem dado muito as caras em 2020.
(*) É CEO da Aceká Marketing Digital.