Dentro do ambiente do outsourcing das coisas tudo pode ser feito no sistema de aluguel, exonerando as empresas da obrigação de estar frente à infraestrutura, e sim ligadas no que é mais importante: o negócio da companhia
Paulo Theophilo (*)
Usando como exemplo uma rede de supermercados – com o que o TI desta empresa deve se preocupar? -, com a compra de equipamentos, abastecimento de suprimentos e atualização e reparo de máquinas ou com o que traz valor para a companhia e para a competitividade de seu negócio? Por exemplo, como tornar a vida de seu cliente mais prática, proporcionar um check out mais eficiente, implementar sistemas inovadores, como reconhecimento do cartão de credito ao entrar na loja, conhecer as preferências através de um bom CRM, entre outros.
E para que toda essa tecnologia passe a fazer parte da vida de todos, não podemos nos esquecer da existência de um ambiente ágil, que implica em realizar projetos e entregar em fases. Numa metodologia muito tradicional, desenvolveríamos todo o processo, para iniciar a implantação. No mundo ágil não há tempo para esperar, fazemos o principal para colocar no ar e vamos testando os modelos, tornando-os ágeis e efetivos, testando protótipos, checando o funcionamento e evoluindo o modelo, conforme o resultado.
Essa é uma forma de se evoluir rápido nas empresas, e pelo comportamento do consumidor e das corporações, esse é um modelo que é exigido de todos nós. Se a gente não é ágil e rápido para entender essas mudanças, podemos não colaborar da melhor maneira para o resultado final.
Na área de marketing, temos duas opções quando fazemos o lançamento de um novo produto: trabalhar extensivamente para deixá-lo perfeito ou colocar esse produto no ar com o MVP – Minimum Viable Product – Mínimo Produto Viável -, ou seja, entregamos o composto para a operação funcionar e vamos evoluindo através de análises de resultados, pesquisas, feedbacks, se necessário implementamos novamente e essa roda segue funcionando de forma viva. Até porque o consumidor mudou.
E nesse mundo ágil, os produtos e serviços estão vinculados aos smartphones, que são um termômetro importante de negócios. E as pessoas? Como elas se adaptam a isso? Há um grupo, capaz de se adaptar. Outras, já nasceram assim, já estão nessa vibe nova. E ainda há o terceiro grupo de pessoas e empresas que não vão se adaptar e serão ao longo do tempo afetados por um novo projeto. Como tudo na vida tem o equilíbrio, e isso não é novidade, pois já aconteceu na Revolução Industrial e se repete nesses novos tempos. As coisas se transformam, a cultura e o jeito de fazer também.
Como consequência, o jeito de ver o futuro também mudou. Hoje, o jovem entende muito mais fácil do que as gerações passadas e sabe onde quer chegar, e acredita que já traçou o seu destino. A única diferença é que ele ainda não fez o caminho para chegar lá. E junto a essa ansiedade existe um trajeto longo, que depende de um processo ágil de adaptação a esta nova visão.
Um ótimo exemplo dessa impaciência é um vídeo do Amir Klink, onde ele comenta sobre a filha que queria ir à Antarctica. Após seu consentimento, ela pediu-lhe o barco emprestando o que foi negado de imediato por seu pai. Ele lhe oferece ajuda, mas lhe nega o recurso e também dinheiro, afinal o que conta mesmo é a experiência e a luta diária por cada conquista que se deseja alcançar.
Essa mensagem nos faz chegar à conclusão de que o que realmente importa é o caminho, e não apenas onde chegar. A experiência e know how adquiridos nunca poderão ser tirados de você e só irão agregar cada vez mais valor ao que quer que seja o resultado. E seguindo esse pensamento, diante desse mundo ágil, cabe compreender que precisamos, urgentemente, delegar as tarefas que não fazem parte da missão que temos, focar nossos esforços no que traz valor e competitividade ao negócio, e não se esquecer, que embora rápidos, precisamos antes de tudo ser eficazes e produtivos.
(*) É diretor de Marketing da Simpress.