Com a digitalização em larga escala, presenciamos avanços significativos na produtividade, transformando a maneira como interagimos, trabalhamos e, também, como os governos operam. Entretanto, essa crescente dependência da tecnologia também nos expõe a ameaças cada vez mais sofisticadas, destacando a necessidade urgente de abordar questões relacionadas à cibersegurança, especialmente quando se trata de sistemas públicos que gerenciam os dados dos cidadãos.
Os sistemas institucionais são frequentemente alvos de ataques cibernéticos, seja por hackers mal-intencionados ou por diversos atores que buscam informações sensíveis para vários fins. Garantir a segurança desses sistemas não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também uma responsabilidade ética e moral para com todos.
O papel do governo na proteção da confidencialidade das informações é fundamental para construir uma sociedade digital confiável. Sabemos que em um mundo cada vez mais conectado, a coleta de dados é inevitável para a prestação de serviços públicos eficazes. No entanto, esse processo deve ser acompanhado por medidas robustas de segurança virtual. A falha em proteger tais informações pode resultar em consequências desastrosas, desde o roubo de identidade até o comprometimento da segurança nacional. Portanto, investir em segurança de Nuvem, criptografia de dados, Autenticação Multifatorial (MFA), Detecção e Prevenção de Intrusões (IDS/IPS), por exemplo, não é apenas uma opção, mas uma tarefa essencial e urgente para todos os órgãos governamentais.
Além da defesa, a proteção da privacidade deveria ser uma prioridade inegociável. A população tem o direito básico de que suas informações pessoais sejam protegidas, e o governo deve atuar como o grande guardião dos dados. A transparência é outro pilar crucial na cibersegurança institucional, pois as pessoas têm o direito de saber como suas informações são coletadas, armazenadas e até mesmo utilizadas.
Atualmente, a administração da privacidade não é uma meta a ser alcançada, mas um processo contínuo de adaptação e aprimoramento. O governo, como entidade central na gestão do país, deve liderar pelo exemplo, investindo em treinamento adequado para seus funcionários, implementando tecnologias de ponta e colaborando ativamente com especialistas em segurança digital.
O aumento notável de ataques massivos em vários setores destaca a urgência de fortalecer os sistemas governamentais em termos de cibersegurança. As instituições devem liderar a adoção de medidas proativas para proteger essas informações, prevenindo que os números permaneçam alarmantes ao demonstrar que setores-chave, como educação, militar e saúde, continuam enfrentando ameaças dessa modalidade.
As novas táticas invasivas, os frequentes ataques baseados em hacktivismo, juntamente com uma significativa quantidade de ransomware direcionada a várias empresas e organizações, alertam para uma nova onda de incidentes, que são mais sofisticados e massivos. A boa notícia é que já existem tecnologias de proteção e prevenção contra ciberataques e, portanto, nada justifica a ausência de cuidado.
Diante desse cenário desafiador, torna-se ainda mais essencial que não apenas se intensifique os investimentos em tecnologias de ponta, mas que também seja promovida uma colaboração estreita com especialistas em segurança digital, uma vez que a rápida evolução das táticas dos hackers exige uma postura proativa.
Paralelo a isso, mediante os desafios apontados, a necessidade de ser transparente torna-se ainda mais essencial. A população deve ser informada sobre as ameaças enfrentadas e as medidas adotadas para proteger seus dados, pois a construção de uma ponte de confiança entre o governo e o povo é fundamental para garantir uma abordagem colaborativa na busca por soluções eficazes.
A proteção das informações em ambientes digitais é importante para a construção de uma sociedade virtual resiliente e justa, pois o investimento contínuo nesses aspectos não apenas fortalece a segurança nacional, mas também preserva os valores fundamentais de liberdade, democracia e respeito à privacidade. Nesse contexto em constante evolução, a responsabilidade do governo em garantir a segurança cibernética e a privacidade da população é uma questão que não pode ser negligenciada.
(Fonte: Marcos Eurico, Gerente de Cibersegurança da Blockbit)