No Girls in ICT Day, recentemente comemorado, a International Telecommunication Union (ITU), agência das Nações Unidas, divulgou dados da Unicef dando conta que cerca de 90% das adolescentes e mulheres jovens não usam a Internet em países de baixa renda, enquanto as pessoas do sexo masculino e mesma faixa etária, têm duas vezes mais chances de estar online nessas regiões.
Vivaldo José Breternitz (*)
Ao divulgar esse dado, Robert Jenkins, um dos diretores da ITU, disse que é importante não apenas dar acesso à internet a essas jovens, mas também capacita-las a se tornarem inovadoras, criadoras e líderes, educando-as especialmente em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Segundo Jenkins, esse processo pode se iniciar agora, ajudando os jovens, especialmente as meninas, a adquirirem habilidades digitais.
De acordo com o relatório da Unicef, as meninas têm menos oportunidades de desenvolver as habilidades necessárias para o aprendizado e o emprego, especialmente por razões ligadas a preconceitos. Nesses países, as mulheres jovens têm 35% menos probabilidade do que seus pares do sexo masculino de desenvolver habilidades digitais, incluindo tarefas simples, como trabalhar com editores de texto, enviar e-mails e mensagens de texto e transferir arquivos.
A Unicef está pedindo aos governos e parceiros “que garantam que as meninas tenham a oportunidade de ter sucesso em um mundo digital”. Para que isso aconteça é preciso que preconceitos sejam combatidos por todos; empresas, governos e sociedade, que devem trabalhar em conjunto pelo avanço da população feminina nessas áreas tão importantes para o desenvolvimento econômico e social.
Se isso acontecer, toda a sociedade será beneficiada.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.