À medida que aumentam os lançamentos de satélites, o problema do lixo espacial tende a aumentar – afinal, quase tudo que sobe tem que descer.
Vivaldo José Breternitz (*)
No dia 30 de dezembro, por volta das 15h, uma peça metálica pesando aproximadamente 500 kg caiu nos arredores da aldeia de Mukuku, no Quênia, felizmente sem causar vítimas ou danos materiais.
A peça foi identificada como parte de um foguete, que deveria ter se desintegrado ao reentrar na atmosfera ou cair no mar – por razões desconhecidas, isso não aconteceu.
Embora raros, incidentes como este estão se tornando mais frequentes à medida que a atividade no espaço cresce – no ano passado, mais de 170 milhões de objetos classificados como lixo espacial, de tamanho maior que um milímetro, estavam em órbita da Terra.
Compõem esse lixo restos de foguetes e satélites fora de operação, que podem se tornar perigosos – em fevereiro do ano passado, a Agência Espacial Europeia emitiu um alerta sobre um satélite, mais pesado que um carro grande, fazendo uma reentrada não controlada na Terra. Em março, uma peça da Estação Espacial Internacional (ISS) caiu sobre uma residência na Flórida, causando danos materiais, mas não vítimas.
Está se tornando comum que estações espaciais e satélites tenham que realizar manobras para evitar choques com lixo espacial.
Já estamos conseguindo poluir o espaço…
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].