A máxima produtividade dentro de uma empresa é essencial para ganhar competitividade e nas indústrias não seria diferente.
Vinicius Callegari (*)
Se a siderurgia e a metalurgia são setores básicos da nossa economia, é de se esperar que a eficiência (ou a falta dela) afetem diretamente outros segmentos, por fornecerem insumos e matérias-primas para diversas companhias, dentro e fora do Brasil. Dois fatores de impacto nessa conta são o custo da mão de obra especializada e de todo o parque de máquinas utilizados para movimentar matérias primas e produtos semi acabados.
Mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia é com muita alegria que o segmento pode comemorar e respirar aliviado diante da crise que o país está passando. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), por exemplo, as perspectivas para o setor mineral são otimistas. No primeiro semestre do ano passado, onde a pandemia estava no auge, a categoria respondeu por 50% do saldo comercial brasileiro. Porém o cenário atual, aliado a desinformação gerada por um vírus totalmente novo, tem obrigado o Brasil e outros países a novamente adotarem medidas mais restritivas para superar o alastramento da Covid-19, portanto, os primeiros seis meses desse ano podem seguir um caminho parecido com o de 2020.
A indústria de base é bastante conservadora em termos de inovação. O que vejo é uma evolução muito tímida no que diz respeito à transformação digital, que ainda é muito mal contextualizada ou entendida. Nesse contexto, implementar soluções tecnológicas aos processos logísticos, por exemplo, ainda é um “fenômeno” interpretado como disrupção. Falta uma espécie de ajuste e sinergia entre a cultura das organizações e a indústria 4.0 para que verdadeiro aumento da produtividade aconteça com perenidade e possa ser um aliado na tomada de decisões mais arrojadas em termos de precificação sem que a margem seja afetada.
Soluções como Big Data, IoT, Cloud Computing, Inteligência Artificial e Computacional têm sido essenciais para a capacidade das indústrias elevarem o patamar de gestão de processos-chave. Mesmo que recente, a IC tem trazido ganhos de eficiência para o mercado, principalmente para aquelas empresas que já possuem coleta de informações (por meio de hardwares IoT) confiável e centralizada. Este é o passo inicial para qualquer empresa que queira partir para o desenvolvimento de algoritmos de inteligência computacional com foco na tomada de decisão operacional e/ou gerencial. Após garantir informação de qualidade e transformá-la em conhecimento que auxilie a tomada de decisão, um software de alta capacidade poderá reproduzir traços humanos como aprendizado, inferência, percepção, raciocínio, evolução e adaptação, para que então decisões sejam tomadas de forma autônoma.
Aqui no Brasil, provavelmente a visão computacional será muito mais utilizada daqui alguns anos, quando siderúrgicas e mineradoras conseguirem operar com todas as informações, solicitações, programações logísticas, execução e medição de forma unificada nas plataformas de tecnologia IoT. Por este motivo, as indústrias precisam estar sempre olhando para o mercado e analisando as possibilidades que existem para trazer mais eficiência na sua operação logística, o que beneficiará a cadeia como um todo.
(*) É CCO e Head de Desenvolvimento Comercial da GaussFleet, maior plataforma de gestão de máquinas móveis para mineradoras e siderúrgicas.