
A Enigma era uma máquina eletromecânica usada para criptografar mensagens, intensamente utilizada pelas forças armadas alemãs a partir dos anos 1930.
Vivaldo José Breternitz (*)
A facilidade de uso e a suposta indecifrabilidade do código que a máquina gerava tornaram-na muito popular – a Enigma parecia-se com uma máquina de escrever.
O código, no entanto, foi decifrado por volta de 1943, e as informações contidas nas mensagens que ele não protegeu são geralmente tidas como responsáveis pela antecipação do fim da Segunda Guerra Mundial em pelo menos dois anos, salvando cerca de 14 milhões de vidas.
O código foi quebrado por pesquisadores britânicos liderados por Alan Turing, após empregarem muito esforço e tempo, inclusive criando máquinas que os ajudaram nessa tarefa – essas máquinas antecederam os computadores modernos, dando a Turing o título de “pai da computação”.
No entanto, hoje acredita-se que o código gerado pela Enigma poderia ser quebrado muito rapidamente com o uso de inteligência artificial, como reporta o jornal britânico The Guardian, citando Michael Wooldridge, professor da Universidade de Oxford.
“Enigma não resistiria ao confronto com a informática e a estatística modernas”, afirmou Woolridge explicando que seria simples para o modelo de inteligência artificial ChatGPT recriar a lógica da Enigma e depois, com a velocidade dos computadores modernos, o difícil trabalho de decifrar as mensagens seria feito em tempo curtíssimo.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – [email protected].