Na tentativa de encontrar novos talentos, os clubes de futebol usam os serviços de observadores, que assistem a jogos de equipes de pequeno porte – no ambiente brasileiro, esses observadores são chamados “olheiros”, em ambientes mais sofisticados, “scouts”.
Vivaldo José Breternitz (*)
Mas estes são profissionais que também correm o risco de serem substituídos por inteligência artificial: um sistema que usa vídeo e rastreamento automatizado está monitorando o desempenho de quase 180 mil jogadores em todo o mundo, com idades variando de 12 a 23 anos.
Quem está prestando esses serviços é a Eyeball, uma empresa que já tem entre seus clientes clubes da Premier League britânica, outros grandes da Europa e Estados Unidos e até mesmo faculdades americanas que procuram recrutar estudantes que joguem futebol.
Usando o que afirma ser o maior banco de dados de vídeo de futebol juvenil de todo mundo, acompanhando jogadores de 28 países – a empresa diz que já pode determinar quais jovens jogadores se encaixam nas necessidades dos clubes, inclusive podendo receber pedidos do tipo “precisamos de alguém que tenha características semelhantes às de “Fulano de Tal” – em breve, a empresa poderá atender a pedidos feitos por comando de voz.
A eficácia desses serviços a longo prazo ainda não foi confirmada, será preciso verificar se os jogadores apontados realmente terão sucesso, mas provavelmente, ao menos no logo prazo, os empregos dos olheiros estão em risco.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
