No Mobile World Congress 2024 (MWC), realizado recentemente em Barcelona, a Samsung mostrou um novo dispositivo, que ainda está desenvolvendo, mas que talvez chegue ao mercado em meados deste ano.
Vivaldo José Breternitz (*)
Esse dispositivo é o Galaxy Ring, um anel que será fabricado em vários tamanhos e três cores (ouro, prata e preto). Seu objetivo será atuar como um medidor de diferentes parâmetros fisiológicos, dentre eles a frequência cardíaca e respiratória e dados acerca do sono; os dados que capturar serão transmitidos para um smartphone, onde serão processados por um aplicativo e informados ao usuário.
Levando em conta que já foi estabelecida uma relação entre a demência senil e a falta de sono profundo, os cientistas da Samsung acreditam que o novo dispositivo pode ser muito útil em situações como essa e também servir como um impulso para provocar mudanças no comportamento das pessoas e em seus hábitos de vida, gerando alertas precoces e ajudando a prevenir outros problemas de saúde.
Em parceria com a University of Georgia, a Samsung criou um aplicativo, que vem sendo denominado “Vitality Score” que reúne dados sobre o estado mental e físico do usuário, dizendo-lhe se precisa dormir mais ou ser mais ativo ou ainda, descansar.
Aplicativos desse tipo são alimentados pelos dispositivos vestíveis da empresa, que vê no seu anel uma oportunidade de aumentar o número de usuários, pois o Galaxy Ring representará uma opção adicional para os consumidores, especialmente para aqueles que não se sentem confortáveis usando um relógio ou pulseira inteligente.
A Samsung mantém parcerias com várias entidades médicas e de pesquisa para validar seus produtos por meio de ensaios clínicos e para criar serviços de maior valor. Uma dessas parcerias, com a empresa Natural Cycles, permite conhecer o momento do ciclo menstrual nas mulheres medindo a temperatura da pele; essa funcionalidade está disponível no Galaxy Watch5 e também estará presente no anel.
O Galaxy Ring não será o primeiro anel desse tipo. Já existem outros, como o Oura Ring, que mede a variabilidade da frequência cardíaca, o nível de oxigênio no sangue, a temperatura corporal e monitora o sono.
Deve-se registrar, no entanto, que a Food and Drug Administration (FDA) alerta constantemente que, salvo em casos muito específicos, dispositivos como esse podem ser usados apenas como geradores de indicadores, e não como instrumentos de natureza médica.
A Samsung diz que o Galaxy Ring ainda está em desenvolvimento e pode mudar, mas algo que impressiona é que todas essas funcionalidades estão embarcadas em um dispositivo que pesa menos de três gramas.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
