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Falta de mão obra em ciência e tecnologia é cada vez mais grave

em Tecnologia
segunda-feira, 03 de outubro de 2022

A ABB, multinacional europeia da área de tecnologia divulgou recentemente os resultados de uma pesquisa, intitulada Global Education Survey 2022, que trouxe preocupações àqueles que pensam o futuro.

Vivaldo José Breternitz (*)

A pesquisa ouviu profissionais da educação e empresários dos Estados Unidos e da Europa e revela que o processo de reindustrialização, entendido como o aumento do peso do setor industrial na economia após uma crise, no caso a pandemia, está em risco devido à lacuna educacional global em automação e robótica.

Como é notório, em todo o mundo, mas especialmente nos Estados Unidos e na Europa, há uma escassez sem precedentes desse tipo de mão de obra o que está levando mais de 70% de suas empresas a considerar a hipótese de contratar funcionários que vivem em outros países para trabalhar remotamente, praticando o que vem sendo chamado nearshoring.

Essas contratações viabilizariam os planos das 75% das empresas europeias e 62% das americanas que planejarem investir em robótica e automação nos próximos três anos, números coerentes com o que acreditam os profissionais de educação pesquisados: 80% deles ​​dizem que os robôs e a automação moldarão o futuro das indústrias nos próximos dez anos.

Mas a situação é mais complexa, porque apenas cerca de 25% dos estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos e na Europa trabalham com automação e robótica de forma efetiva. Dito de outra forma: educação e treinamento para desenvolver as habilidades necessárias para trabalhar em indústrias cada vez mais conectadas e automatizadas não estão garantidos.

É uma situação crítica, para a qual deve estar atenta toda a sociedade, também e especialmente no Brasil, onde preocupações de outra ordem dominam o ambiente da educação – é mais fácil falar, e apenas falar, sobre cidadania, direitos e que tais – ciências exatas e tecnologia são coisas mais pesadas…

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.