No dia 9 de janeiro a empresa aeroespacial britânica Virgin Orbit lançou um foguete que colocaria em órbita nove satélites.
Vivaldo José Breternitz (*)
Foi o primeiro lançamento de satélites efetuado a partir do Reino Unido: um Boeing 747 modificado transportaria um foguete LauncherOne que a determinada altura se despreenderia do avião e iniciaria sua viagem ao espaço, onde os satélites entrariam em órbita.
Tudo parecia correr bem, até que, acionado o motor do segundo estágio do foguete, este começou a falhar, ficando claro que ele não conseguiria entrar em órbita. A missão terminou com os restos do foguete e os satélites caindo sem causar danos.
Agora a Virgin Orbit esclarece a causa do fracasso: um filtro, que custou cem dólares, saiu do lugar e impediu que o segundo estágio do foguete atingisse a potencia esperada.
Mas o vexame não terminou ai: a confiança da empresa no sucesso da missão era tão grande que o seu Twitter oficial já estava programado para publicar automaticamente diversas mensagens contando o passo a passo da missão, e o que é pior: essas mensagens foram postadas e a Virgin Orbit precisou apagá-las apressadamente.
Para os não envolvidos com o projeto, pode ter sido uma comédia, mas não custa lembrar que o acidente com o ônibus espacial Challenger, que matou sete astronautas, foi causado por falha de juntas de borracha que custaram alguns dólares.
Outras tragédias ligadas à exploração espaço também aconteceram, dentre elas o grande incêndio que vitimou 21 profissionais brasileiros na Base de Alcântara.
O progresso custa caro, inclusive em vidas humanas.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.