
Quem fez essa previsão foi o Gartner, empresa que estuda o mercado de tecnologia, em relatório divulgado no dia 31 de março.
Vivaldo José Breternitz (*)
Isso representa um aumento de 76,4% em relação a 2024 e parece confirmar outros estudos que apontam para o aumento dos gastos nessa área, como os da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, que falam em aumento de 130%.
O relatório do Gartner fornece informações acerca de onde esse dinheiro será gasto e de como as empresas podem obter maiores retornos; segundo o relatório, o hardware representará 80% de todos os gastos com IA generativa em 2025, o que ajuda a explicar os resultados da Nvidia, fabricante de GPUs, essênciais para o processamento de IA.
As previsões falam em gastos de US$ 398,3 bilhões (crescimento de 99,5%) com dispositivos, US$ 180,6 bilhões (crescimento de 33,1%) com servidores, US$ 37,2 bilhões (crescimento de 93,9%) com software e US$ 27,8 bilhões (crescimento de 162,6%) com serviços. Para o usuário comum pode-se concluir que até 2027 será quase impossível comprar um PC que não seja habilitado para IA.
O relatório destaca uma realidade preocupante: muitos projetos envolvendo IA generativa desenvolvidos internamente por empresas não geraram os resultados esperados.
John Lovelock, executivo do Gartner, diz que esses fracassos se devem principalmente a fatores como a carência de dados suficientes e de alta qualidade para treinar ou implementar sistemas eficientes de IA generativa, à resistência à mudança, pois os usuários têm dificuldade em adotar novas ferramentas ou adaptar fluxos de trabalho para incorporar recursos de IA e ao fato de muitos projetos não entregarem resultados mensuráveis que justifiquem seus custos de desenvolvimento.
Isso leva o Gartner a prever que as empresas, ao invés de desenvolverem soluções internamente, passarão a buscar no mercado soluções prontas para uso que ofereçam implementação e resultados mais previsíveis.
Dado esse cenário, pode-se afirmar que o sucesso na utilização de IA generativa não será determinado apenas pelo volume de gastos, mas sim pela capacidade das organizações alinharem seus investimentos às suas estratégias e prontidão organizacional e se concentrarem em superar os principais fatores que levam projetos a fracassar.
Em um cenário tecnológico em rápida evolução, esses são desafios complexos e de grande porte.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].