O setor de segurança eletrônica sofreu um salto tecnológico a partir de 2015 e vem, desde então, avançando rapidamente. O mercado mudou quando as câmeras de segurança deixaram de ser apenas dispositivos – que eram usados somente para o monitoramento – e passaram a, além de prover segurança, integrar aplicações de Business Intelligence para otimizar a produtividade e os resultados dos negócios.
Nesse contexto de integração de soluções de vídeo, áudio e analíticos, a chegada da Inteligência Artificial tem possibilitado com que grandes infraestruturas sejam administradas à distância e, mais do que isso, ajudam na identificação de objetos e na redução de falsos positivos. Como resultado, os especialistas em segurança puderam mudar para uma forma de trabalho proativa e baseada em eventos – ao invés do monitoramento manual contínuo.
É importante lembrar que algumas previsões, que, previamente alertavam o mercado neste início, não se realizaram. A tecnologia não minimizou o trabalho humano, mas capacitou cada vez mais a mão de obra. As câmeras de vídeo se transformaram, surgiram soluções integradas no setor, e os profissionais acompanharam o mesmo ritmo de evolução e aprimoramento. Historicamente, observamos que educação foi e é um investimento com retorno imediato para o integrador – como observamos hoje com a longevidade (e receita) dos profissionais que se qualificaram para lidar com a tecnologia.
Foi um longo caminho até aqui. Desde os primeiros investimentos, que partiram do governo brasileiro entre os anos de 2008 e 2010, com a transição do analógico para o IP e que abriram as portas para o setor privado também colaborar com a modernização do ambiente de tecnologia. Sem dúvidas, existe também uma questão geracional que contribui com essa escalada tecnológica, como a chegada de mais millennials no mercado que olham tanto para a inteligência artificial como para outras tecnologias com mais abertura e interesse.
O investimento se mostrou bastante acertado, mesmo em tempos de crise. Durante a pandemia, por exemplo, a segurança eletrônica mostrou-se essencial – seja no varejo (com analíticos que contam e medem o fluxo de pessoas) e até mesmo no ambiente mais crítico dos últimos meses: os hospitais (com soluções como as câmeras térmicas, de controle de acesso com reconhecimento facial e sem o toque com as mãos). Uma das grandes vantagens da tecnologia IP, e que foi aproveitada nesse contexto, é a escalabilidade. Assim, os dispositivos já instalados foram redirecionados e ganharam novos fins com as demandas que surgiram pelo caminho.
Para os próximos anos, outra revolução está em curso. Estamos trabalhando em aplicativos de inteligência, cada vez mais embarcados na borda, o hardware conta com cada vez mais capacidade de processamento, através de nosso próprio processador, substituiremos cada vez mais sistemas de segurança por sistemas de Business Intelligence que integram todos os recursos disponíveis e, desde a saída da fábrica, já estão adaptados às tecnologias que surgirão nos próximos anos, a decisão à prova de futuro aumenta a escalabilidade e transforma a Taxa de Retorno de Investimento (ROI) em uma constante de longuíssimo prazo.
Com a ampliação das nossas tecnologias, a nossa empresa e os profissionais da segurança ganham novos mercados a serem explorados, ganham uma nova oportunidade de adquirir conhecimento técnico e de negócio, dentro das novas tecnologias e dos novos conceitos de soluções. Setores continuarão crescendo e aperfeiçoando-se, como, por exemplo o setor de infraestrutura crítica, cada vez mais regulado em muitos países e de total importância para garantir o funcionamento de serviços básicos.
Mas, sem dúvida, o que vem ao futuro, é que não somente setores de mercado de Enterprise tenham acesso ao ecossistema das soluções e da inteligência, mas que setores médios; como o varejo de pequeno e médio porte, o setor residencial, entre outros, possam aceder à tais soluções, e aqui cremos que a oferta de sistemas como serviços, irá, de verdade, mudar a visão estratégica do mercado. Plataforma e operadores de serviços de inteligência no mercado de segurança eletrônica possibilitarão que todos os setores tenham cada vez mais acesso à tecnologia, e que os sistemas sejam escaláveis, e que garantam a possibilidade de investimento a longo prazo, com maiores retornos aos integradores e clientes finais.
(Fonte: Alessandra Faria, diretora da Axis Communications para o Brasil).