Mais uma funcionalidade do ChatGPT está se tornando pública, e é assustadora.
Vivaldo José Breternitz (*)
Usuários estão descobrindo que os modelos mais recentes do ChatGPT conseguem deduzir onde uma foto postada na internet foi feita, usando apenas a própria imagem. Esses modelos podem ampliar, cortar, girar e examinar fotos – mesmo as desfocadas ou distorcidas, para obter informações como placas de lojas e ruas, edificações, cardápios, características da paisagem e outras.
Combinando essas informações com recursos de pesquisa na web, tem-se uma ferramenta de geolocalização potencialmente muito poderosa, que usuários, especialmente do X, vem utilizando com sucesso, identificando a cidade e às vezes até mesmo o local exato onde a foto foi feita – essas informações podem ser usadas à revelia de quem fez a foto, eventualmente gerando prejuízos de diversos tipos a essa pessoa.
Até agora não existem defesas conhecidas contra essa funcionalidade do ChatGPT, que ainda não funciona muito bem, às vezes fornecendo respostas imprecisas ou totalmente erradas.
Por enquanto, essa capacidade do ChatGPT vem sendo usada principalmente para diversão. Mas, como os bandidos estão sempre um passo à frente, é certo que estes devem estar procurando novas maneiras de usar a tecnologia para o mal.
Esperemos que a OpenAI, a criadora do ChatGPT, encontre formas de combater o mau uso da funcionalidade e estabelecer padrões de segurança.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – [email protected].
