A Cruise é uma empresa controlada pela General Motors, e pretende prestar serviços de táxis autônomos, os chamados robotáxis. Vinha operando em San Francisco e paralisou seus serviços quando um de seus carros atropelou uma pedestre em outubro de 2023.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, a GM anunciou que está investindo US$ 850 milhões na Cruise para ajudar a cobrir os custos operacionais da empresa, enquanto a mesma gradualmente retoma os testes de seus veículos autônomos em várias cidades dos Estados Unidos.
O diretor financeiro da GM, Paul Jacobson, anunciou o investimento em 11 de junho, durante o evento Global Auto Industry Conference, realizado em New York, com patrocínio do Deutsche Bank. A Cruise também está buscando novos investidores para ajudar a reforçar sua situação financeira.
A Cruise já vinha dando prejuízos para a GM, mesmo antes do incidente do ano passado. A montadora perdeu US$ 8,2 bilhões com a Cruise desde 2017, sendo US$ 3,48 bilhões somente em 2023. A Cruise recentemente concordou em pagar cerca de US$ 8 milhões em um acordo com a mulher ferida no acidente de 2023.
Após o acidente, a Cruise suspendeu seus serviços e instalou versão atualizada do software que controla seus 950 veículos, visando evitar casos semelhantes.
Vários executivos de alto escalão pediram demissão, incluindo os cofundadores Kyle Vogt e Dan Kan; um quarto dos funcionários da empresa foi demitido – executivos da GM assumiram o comando da Cruise, na esperança de eventualmente recuperar ao menos parte dos enormes investimentos feitos pela montadora.
Enquanto isso, a Cruise vem lentamente colocando mais carros nas ruas, a título de testes. Esses veículos tem a bordo um motorista para intervir em situações imprevistas, e esses testes vem acontecendo em Houston, Phoenix e Dallas.
Esse é mais um caso em que uma tecnologia parecia madura para ser utilizada em grande escala, mas que aparentemente ainda deve levar tempo a se tornar algo comum.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.