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Crime: sextortion cresce rapidamente

em Tecnologia
quarta-feira, 14 de junho de 2023

O FBI emitiu um alerta dando conta do rápido aumento do número de casos de extorsão envolvendo fotos falsas criadas com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial.

Vivaldo José Breternitz (*)

Nesses casos, que vêm sendo chamados “sextortion”, os criminosos utilizam fotos da vítima postadas nas redes sociais e as editam, criando imagens de cunho sexual de aspecto muito realista.

A seguir, as imagens são enviadas à vítima, acompanhadas de pedidos de dinheiro para que não sejam divulgadas na internet – há casos também de seu uso para assédio ou vingança.

O FBI recomenda que o público “tenha cautela” ao compartilhar suas fotos online, mas esse é um conselho que praticamente ninguém segue.

Com a tecnologia hoje disponível, apenas algumas imagens ou pequenos vídeos são suficientes para criar material desse tipo, usualmente chamado deepfake.
Deepfakes já existem há alguns anos; em meados da década de 2010, usuários de fóruns como o Reddit começaram compartilhar conteúdo sexualmente explícito de celebridades femininas – ficaram famosos os deepfakes de Michelle Obama, esposa do então presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Embora continuem a acontecer tentativas de combater a disseminação desse conteúdo, atividade considerada crime em quase todo o mundo, ferramentas para criar deepfakes são facilmente acessíveis – o portal Techspot diz que a empresa chinesa Tencent oferece serviços de criação de deepfakes com preços a partir de US$ 145, bastando que o cliente lhes envie fotos da vítima e uma descrição das imagens que pretende obter.

A internet é uma selva – no mau sentido da palavra – e cada vez maiores cuidados são necessários.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.