A empresa de inteligência de marketing IDC está prevendo que as organizações americanas, a partir de 2025, gastarão ao menos US$ 120 bilhões por ano em sistemas de inteligência artificial (IA).
Vivaldo José Breternitz (*)
Isso significa uma taxa de crescimento anual composta (CAGR – Compound Annual Growth Rate) de 26% no período 2021 a 2025; os Estados Unidos deverão ser responsáveis por mais da metade dos gastos mundiais.
A IDC prevê que o varejo liderará os gastos com IA, especialmente investindo em agentes de atendimento ao cliente e recomendações de produtos; cerca de 40% dos gastos do setor em IA serão focados nesses dois objetivos.
O setor bancário será o segundo maior setor em termos de gastos, tentando melhorar o atendimento ao cliente por meio de consultoria financeira e sistemas de recomendações. A área de segurança bancária também deve receber grandes investimentos, especialmente em prevenção e investigações de fraudes.
Também se espera altos investimentos em segurança pública e resposta a emergências – polícia, bombeiros, ambulâncias e similares; nessas áreas, a IDC acredita que a CAGR será superior a 30%.
A IDC acredita também que empresas mais novas podem tirar maiores vantagens do uso de IA, pois, ao menos em tese, são menos avessas a mudanças e a novas formas de fazer negócios; já empresas mais conservadoras podem ter problemas se não se adaptarem a novos cenários onde o uso de IA estará disseminado.
O pano de fundo para as previsões da IDC são a digitalização acelerada do varejo devido à pandemia, os problemas sofridos por diversas cadeias de suprimentos, o aumento de ataques de hackers e ransomware, a disseminação do conceito de zero trust network architecture (modelo de segurança de rede baseado em um rigoroso processo de verificação de identidade) e o aumento da migração para cloud computing.
Também na área militar os investimentos em IA deverão ser altíssimos, embora por razões de segurança, pouco se fale acerca dos mesmos.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT
