De artigo de luxo usado por “descolados” a uma real opção para deslocamentos em áreas urbanas, vem crescendo o uso de bicicletas elétricas, também conhecidas como e-bikes
Luciano José da Silva (*)
O crescimento é decorrente não apenas dos custos elevados e dos outros problemas dos sistemas de transporte tradicionais, mas também pela maior consciência ecológica das novas gerações.
Há basicamente dois modelos de uso da propulsão elétrica em bicicletas; no primeiro deles, o motor elétrico funciona apenas enquanto o ciclista está pedalando. No segundo modelo o usuário faz uso do sistema elétrico sem pedalar, bastando girar a manopla como numa motocicleta.
Esse crescimento pode ser observado em grandes metrópoles, como Nova York por exemplo, onde a Citi Bike, empresa de aluguel de bicicletas que tem cerca de 17 mil veículos espalhados por mil pontos de retirada e entrega, informa que cerca de 20% de sua frota é composta por e-bikes. A empresa diz também que seus usuários realizam cerca de 50 mil viagens diariamente, sendo as e-bikes utilizadas na maioria dos deslocamentos mais longos.
No Brasil a Tembici, startup voltada ao que chama de “micromobilidade”, e que faturou mais de R$ 100 milhões em 2020, firmou um acordo com o iFood para incentivar o uso dessa tecnologia pelos entregadores em várias grandes cidades; já foram feitas mais de um milhão de entregas com o uso de e-bikes.
A tendência de aumento do uso de e-bikes é observada também na Europa, onde o uso de bicicletas convencionais em áreas urbanas é muito grande. Crescendo o uso, é provável que os custos caiam, gerando um círculo virtuoso, que pode também trazer novos modelos de negócio.
(*) É executivo da área de Tecnologia da Informação, é mestrando em Computação Aplicada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
