O ano de 2020 foi marcado pelo grande crescimento das vendas de computadores pessoais, com muitos fabricantes desses equipamentos não conseguindo atender aos pedidos de seus clientes, situação que alguns especialistas acreditam poder perdurar até o ano de 2022.
Vivaldo José Breternitz (*)
Boa parte dessa situação foi gerada pela pandemia, que tem forçado as pessoas a trabalharem e estudarem a partir de suas casas, obrigando-as a adquirir suas próprias máquinas enquanto deixam de usar computadores de empresas e escolas. Essa situação levou as vendas de smartphones a despencar, já que muitos decidiram adiar a atualização de seus dispositivos portáteis e, em vez disso, investir em um equipamento maior, mais útil para o trabalho ou para a escola.
O ano de 2008 registrou o maior volume de vendas de desktops e laptops, com 300 milhões de máquinas vendidas. A partir daí, as vendas caíram para um número ao redor de 250 milhões, com muitos acreditando que o mercado de computadores pessoais jamais voltaria aos volumes daquele ano. O senso comum dizia que os usuários preferiam dispositivos menores e mais portáteis e baratos, que, portanto, poderiam ser trocados mais frequentemente, mas essa foi mais uma mudança trazida pela pandemia.
Mas, ao que parece, novamente teremos 300 milhões de máquinas desse tipo vendidas em 2020, o que representa um aumento de 15% em relação a 2019; no Brasil, esse aumento deverá estar ao redor de 10%. As vendas de tablets também estão crescendo.
O aumento da demanda adicionou pressão às cadeias de abastecimento que já haviam sido afetadas pela pandemia; tem havido uma escassez generalizada de componentes. Como se espera que as vendas continuem aquecidas em 2021, talvez superando as de 2020, é provável que a escassez desses equipamentos seja eliminada apenas em 2022.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.