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Como os destroços do Titanic foram encontrados

em Tecnologia
quarta-feira, 19 de julho de 2023

Logo após o naufrágio do Titanic em abril de 1912, aconteceram tentativas de recuperar os destroços e os corpos daqueles que haviam afundado com o navio. Mas a limitada tecnologia de mergulho da época impediu que isso se tornasse realidade por mais de sete décadas.

Vivaldo José Breternitz (*)

Em 1985, os destroços foram encontrados durante uma exploração conjunta do ex-oficial da Marinha americana e oceanógrafo Robert Ballard e do oceanógrafo francês Jean-Louis Michel.

Ballard e Michel inicialmente não procuravam o Titanic, mas sim os destroços de dois submarinos nucleares americanos naufragados, o Scorpion e o Thresher; essa informação só se tornou pública em 2008, quando os fatos foram relatados pela National Geographic.

Em 1982, Ballard tentou obter fundos da Marinha americana para desenvolver tecnologia submersível que lhe permitiria encontrar o Titanic. Os militares concordaram em financiar o projeto, mas apenas se pudesse ser usado para encontrar o Thresher, que afundou em abril de 1963, e o Scorpion, naufragado em maio de 1965.

A Marinha concordou que Ballard e Michel poderiam procurar o Titanic se restassem recursos depois de encontrar os submarinos e confirmar se a extinta União Soviética havia participado ou não de seu afundamento.

Após a história se tornar pública em 2008, o Almirante Ronald Thunman, então vice-chefe de operações navais para guerra submarina, disse à National Geographic que não foram enconttrados indícios de participação soviética nos naufrágios.

Faltando 12 dias para terminar a missão, Ballard e Michel conseguiram encontrar o Titanic, partindo do palpite de que o navio havia se partido em dois e deixado um rastro de destroços.

Na época da missão, a Marinha temia que as pessoas descobrissem as razões pela qual o fundo do oceano estava sendo vasculhado – no entanto, quando o Titanic foi encontrado, a repercussão foi tanta que ninguém pensou na busca pelos submarinos.

Com certeza devem existir muitos segredos similares, que talvez venham, ou não venham, à tona…

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.