Na sexta feira 27 de setembro, o Banco Central da China declarou ilegais todas as transações relacionadas às criptomoedas, aumentando a pressão sobre essa indústria que movimenta trilhões de dólares. Outras medidas restritivas, embora de menor impacto, já haviam sido tomadas anteriormente.
Vivaldo José Breternitz (*)
Além de proibir que todas as instituições financeiras, empresas de pagamento e plataformas de internet façam qualquer operação com criptomoedas, o governo chinês também tornou ilegal a prestação de serviços envolvendo operações de câmbio no exterior, via internet, para residentes chineses.
O anúncio fez despencar as cotações das criptomoedas, com o Bitcoin caindo abaixo do nível de US$ 42.000 antes de se estabilizar, enquanto o Ethereum, a segunda maior criptomoeda, caiu abaixo da marca de US$ 2.800. As cotações globais de criptomoedas vêm apresentando grande volatilidade ultimamente, em parte devido às medidas do governo chinês, que busca reprimir o setor.
Segundo Pequim, o comércio de criptomoedas perturba a ordem econômica e financeira, fomentando atividades criminosas, como jogos de azar, fraudes, esquemas de pirâmide e lavagem de dinheiro, trazendo sérios riscos às pessoas. Além disso, o país tem manifestado preocupações com o consumo exorbitante de energia para mineração de criptomoedas, que já fora proibida em algumas regiões do país.
Profissionais da área dizem que apenas nas próximas semanas se poderá sentir o impacto dessas medidas no longo prazo.
Também é interessante lembrar que a China está buscando ser um dos primeiros países a lançar sua própria moeda digital, o e-yuan.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.