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China diminui a pressão sobre suas big techs

em Tecnologia
segunda-feira, 02 de maio de 2022

Segundo o Wall Street Journal, o governo chinês está se preparando para diminuir a pressão regulatória sobre as big techs locais.

Vivaldo José Breternitz (*)

No ano passado, a China lançou uma série de duras medidas regulatórias focadas nas principais empresas de tecnologia do país. A medida afetou grandes players da economia, como fornecedores de serviços de entrega de alimentos, empresas de educação on-line e outros. Empresas foram multadas e alguns empresários, como Jack Ma, que vinham se destacando pelo seu protagonismo, precisaram sair de circulação durante algum tempo.

O WSJ disse que o órgão que regula a internet naquele país, a Cyberspace Administration of China, se reunirá com as principais empresas de tecnologia para discutir a regulação; acredita-se que o governo chines tenha reconhecido o impacto do aperto regulatório sobre a economia do país.

Espera-se que os reguladores afrouxem algumas regras, como as que limitam o tempo que os jovens podem utilizar aplicativos móveis, mas como contrapartida farão com que as big techs do país ofereçam 1% de participação acionária ao estado, dando ao governo um papel direto nas decisões corporativas.

O estado já tem essa participação em várias empresas de tecnologia locais, dentre elas a ByteDance, controladora do TikTok e a Weibo, que opera uma popular rede social semelhante ao Twitter.

Em fevereiro o canal de notícias americano CNBC informou acreditar que a fase mais aguda da repressão regulatória da China havia acabado e que a nova prioridade de Pequim é apoiar o crescimento econômico. Há informações também no sentido de que negociações entre reguladores chineses e americanos devem gerar acordos que diminuirão a pressão sobre as empresas chinesas que tem ações negociadas em Wall Street.

Como não poderia deixar de ser, essas notícias provocaram sensíveis aumentos nas cotações desses papéis. Resta saber se não se tratam apenas de boatos visando influenciar preços de ações.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT