As baterias, quer por seu tamanho, custo, dificuldades para carregamento e agora, pela possível propensão a incêndios, seguem sendo o ponto fraco dos veículos elétricos. Com alguma frequência surgem notícias que baterias de carros elétricos se incendeiam; por essa razão, em alguns locais, essas baterias só podem ser recarregadas ao ar livre.
Vivaldo José Breternitz (*)
Em fevereiro de 2022, o navio Felicity Ace, transportando veículos da Alemanha para os Estados Unidos, sofreu um incêndio e afundou no Atlântico, próximo aos Açores. O incêndio teria se iniciado na bateria de um dos veículos elétricos que estava a bordo; eram quatro mil carros, inclusive luxuosos Porsches, Bentleys e Lamborghinis.
Felizmente, os 22 membros da tripulação foram resgatados sem ferimentos pela marinha portuguesa. Quando do afundamento, o navio estava sendo rebocado para um porto açoriano.
Agora a história parece se repetir: o Fremantle Highway, um navio com cerca de 200 metros de comprimento, transportando 2.857 veículos da Alemanha para Cingapura incendiou-se perto da costa holandesa.
A Guarda Costeira holandesa disse que 23 tripulantes lançaram-se ao mar e foram resgatados, mas um deles morreu e que o navio segue em chamas, ainda não sendo seguro levar uma equipe de salvamento para bordo.
Nem todos veículos a bordo do navio são elétricos, mas o histórico de incêncio iniciados em baterias levanta preocupações acerca da segurança quanto ao transporte desses veículos por via marítima; os carros em navios de carga normalmente são transportados em espaços apertados, dificultando o combate a incêndios e aumentando as preocupações com a segurança.
O tema levanta preocupações, especialmente quando se considera que o número de veículos elétricos segue crescendo e que aconteceram 209 incêndios em navios em 2022 – o número mais alto em uma década e 17% a mais do que em 2021. Destes, 13 ocorreram em porta-automóveis.
Novas tecnologias, novos problemas…
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor de empresas e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.