Para os que militam na área de tecnologia da informação, é muito triste acompanhar os últimos suspiros de uma marca que um dia foi sinônimo de modernidade.
Vivaldo José Breternitz (*)
Trata-se da canadense BlackBerry, que no passado liderou o mercado de telefonia celular e tablets, com produtos inovadores e seguros, voltados principalmente aos ambientes corporativos e governamentais.
Uma série de erros de estratégia fizeram-na ir perdendo mercado, a ponto de em janeiro passado ter parado de oferecer suporte ao seu sistema operacional BlackBerry OS, na prática tornando inúteis os equipamentos que havia fornecido.
A empresa diz que continua oferecendo serviços de segurança e software para empresas, com destaque para o QNX, sistema operacional utilizado em roteadores, instrumentos médicos, veículos, sistemas de defesa, robótica e outras aplicações de missão crítica. Mesmo que isso lhe garanta uma sobrevida, será apenas uma sombra do que foi no passado.
Agora, a BlackBerry anunciou estar vendendo uma boa parte das patentes que dispunha. A compradora foi a Catapult IP Innovation, que desembolsou US$ 600 milhões.
Empresas como a Apple, Nokia, Meta, Snapchat e Twitter vem sendo acionadas na justiça por supostas violações de patentes da BlackBerry e essa venda pode trazer novidades nessa área, pois ao que parece trata-se de um caso de “patent troll”, em que uma empresa, no caso a Catapult, compra patentes e direitos de propriedade intelectual, não para produzir ou vender algo, mas sim para obter lucros derivados de ações judiciais.
Um fim triste para uma grande marca.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor de empresas.