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Big Techs e o impacto da inteligência artificial na força de trabalho

em Tecnologia
quarta-feira, 10 de abril de 2024

Há previsões de que a inteligência artificial (IA) impactará fortemente a força de trabalho em todo o mundo.

Vivaldo José Breternitz (*)

Para tentar reduzir os problemas que certamente serão gerados por esse impacto, algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo anunciaram o lançamento de uma iniciativa conjunta com foco nos empregos com maior probabilidade de serem atingidos pela IA.

No âmbito dessa iniciativa, incentivada pelos governos da União Europeia e Estados Unidos, foi criado um grupo que inclui empresas como Cisco, IBM, Accenture, Microsoft, Google, Intel e SAP. Esse grupo, pretende desenvolver programas de requalificação profissional e conectar empresas a trabalhadores que eventualmente tenham sido obrigados a deixar seus empregos anteriores.

Os efeitos do crescimento explosivo de IA e outras tecnologias transformadoras estão apenas começando a ser sentidos. O Fórum Econômico Mundial prevê que, nos próximos cinco anos, essas tecnologias eliminarão 83 milhões de empregos, mas permitirão o surgimento de outras 69 milhões de vagas, que deverão ser ocupadas por profissionais proficientes nessas novas tecnologias.

Durante sua primeira fase de seu trabalho, o grupo pretende avaliar o impacto da IA em 56 funções da área de tecnologia da informação e comunicações, estratégicas no processo que vem se desenvolvendo, e recomendar treinamento para os ocupantes das funções impactadas.

Os números que vem sendo tornados públicos pelas empresas que compõem o grupo são impressionantes: elas pretendem treinar 95 milhões de pessoas em todo o mundo nos próximos 10 anos. A Cisco planeja treinar 25 milhões de pessoas em segurança cibernética até 2032 e a IBM diz que procurará dar habilidades digitais a 30 milhões até 2030, sendo 2 milhões em IA.

A Intel planeja treinar mais de 30 milhões de pessoas até 2030 e a Microsoft disse que pretende treinar mais de 10 milhões de moradores de comunidades carentes até 2025.

Resta esperar que esses números se tornem realidade e que os impactos de todas essas novas tecnologias não tragam grandes traumas à sociedade.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].