Por incrível que pareça, até mesmo as big techs, que em tese deveriam dispor de sistemas de segurança avançadíssimos, estão tendo seus computadores invadidos e dados furtados.
Vivaldo José Breternitz (*)
A vítima agora é a AMD, Advanced Micro Devices, uma empresa americana conhecida principalmente por fabricar processadores e placas de vídeo.
Em comunicado à imprensa, a AMD reconheceu a situação, dizendo que “estamos cientes de que uma organização criminosa afirma estar na posse de dados roubados da AMD”. A empresa acrescentou que está atualmente trabalhando com autoridades policiais e parceiros terceirizados para investigar o caso.
Alguém que se identifica como IntelBroker tem afirmado na internet que está vendendo os dados roubados da AMD. Esse indivíduo, ou grupo criminoso, está oferecendo especificações e informações sobre novos produtos, dados de funcionários, clientes e finanças, bem como informações sobre os produtos atuais da empresa, inclusive código-fonte.
Os criminosos não falam em preços, mas instruem os interessados acerca de como contata-los.
Segundo o Bleeping Computer, um portal de notícias sobre segurança da informação, o IntelBroker é bastante ativo, já tendo violado os sistemas da organização que fornece planos de saúde a membros da Câmara dos Representantes (Câmara dos Deputados) americana e suas famílias e da Europol Platform for Experts, plataforma que reúne informações que são compartilhadas entre as forças de segurança europeias.
Se o IntelBroker realmente conseguiu furtar o que está anunciando, a AMD pode sofrer um grande golpe. Terceiros tendo acesso às informações sobre novos produtos, código-fonte que pode ser analisado em busca de vulnerabilidades e outras informações da empresa podem gerar inúmeros tipos de problemas, prejudicando seriamente a AMD e seus parceiros.
Fatos como esse ensinam-nos que segurança é algo que não pode ser negligenciado, em nenhum escalão das empresas.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].